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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

ANTIGAMENTE NA SEXTA FEIRA SANTA....

Uma tradição curiosa e controvérsia é a de se roubar galinhas na Sexta-feira Santa. Um dia tão solene como este, considerado de luto por todos os cristãos, ao mesmo tempo traz esse costume com jeito pagão e transgressor. A explicação para esta prática é a de que as pessoas aproveitam o dia em que o Senhor está morto, de forma que não vê os pecados cometidos, para praticar pequenos delitos.  A explicação acompanha o cristianismo que, segundo os preceitos bíblicos, ao cristão recomenda-se jejuar durante o período da Quaresma. A Sexta-feira Santa é marcada pela morte de Cristo. Um dia de vigília, oração e jejum. Tradicionalmente e popularmente conhecido como o “dia de não se comer carne vermelha”. Trata-se, portanto, mais do que uma tradição religiosa e um hábito dos antigos. É uma prática cultural institucionalizada, mesmo que  alguns a contestem.  Em Itararé, no inicio dos anos 1960, vivenciei desta pratica de afanar as penosas na sexta feira santa, compartilhando com vários amigos entre eles; Alberto Primo de Melo, (Teco), Antônio Guilherme de Souza (Bilo), Antônio Machado (Toicinho), Claudio Alcalá (Azulão), Walter Merege (Fla), Wagner Merege, Josué Abrahão (Japa), Jair Abrahão (Produto), Benedito de Castro (Dito Bola Fora), Roque Furquim (Gancho),, José Maria Santos. Os amigos citados, participaram de uma reunião para planejar qual o galinheiro que iriamos saquear, e para surpresa de todos , o Fla , indicou o galinheiro de seus pais (Dr. Walter e Prof.ª. Dona Anita), e detalhou como efetuar o rapto: " O galinheiro fica aos fundos de casa, encostado ao muro que faz divisa com um terreno baldio na Rua São Pedro (hoje prédio telefônico da vivo); O Dito Bola Fora, o Azulão, pulam o muro da rua São Pedro e ficam no muro da divisa  onde fica o galinheiro e Eu e Wagner, adentramos no galinheiro e passaremos por cima do muro  as Em tempo:  Compartilharam do, foi feito no Bar do comes e bebes, os relacionados acima e os convidados; DR.  Walter Merege. Rivail Bessa e o Zé Nó. Hoje são poucos os praticantes.  Muita gente não gosta da brincadeira, sobretudo as pessoas que têm seus animais capturados, não foi o caso do Dr. Walter Merege, que soube que as galinhas eram oriundas de seu  galinheiro. E num tom de voz jocoso dize :  " Quem banca participa; Ora bolas!!"
Mesmo assim, a noite de Sexta-feira Santa também é noite de vigília aos galinheiros. E, após o roubo das galináceas, aguarda-se silenciosamente o sino da meia-noite. Após, o banquete está servido. Uma festa de dar inveja às orgias dionisíacas. Dizem que tem esse o sabor. É isso! Inté ...
Antônio Fazio.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

DO BAÚ DO "JORNAL O ITARARÉ"

BANCOS PARA JARDIM...  A exemplo de que se faz em todas as localidades adiantadas, alguns cavalheiros progressista da nossa querida Itararé, tomaram a iniciativa de subscreverem-se, quotizando-se para aquisição de banco necessários para o da praça Coronel Jordão, em via de ser concluída. Assim pois, a Câmara de vereadores, despendendo pequena parcela, terá conseguido em breve a instalação de mais este melhoramento naquele logradouro público . Já  subscreveram doando um banco: Coronel  Adolpho Pimentel Junior, Antonio de Queiroz, Fêres Chueri, Simão Chueri, Joaquim Dias Tatit, Francisco Nogueira, Glicério de Almeida Pimentel, Felipe Chueri, João Rossi, Mauricio Pedroso, Maestro José Melilo, Padre Caetano Juvino, Professor Tomé ´Teixeira, Hércules Peppo Trabalhi, Irmãos Chueri Ltda., a redação do Jornal "O Itararé". A Câmara Municipal com 7 bancos. Itararé, 5 de janeiro 1913.  ÁGUA:  Paga-se sem multa, na tesouraria da Câmara Municipal, até o dia 30 de dezembro 1913, a taxa  de água, e os que, até data estabelecida, não satisfazerem os respectivos pagamentos, terão as sua habitações desprovida do precioso líquido, porque serão cortadas as ligações.

FISCAL HÉRCULES PEPPO  TRABALHI DENUNCIA; O PARAÍSO DAS SERPENTES"...  Bela terra é o município de Itararé; Bom clima, sem rival no Estado, boas águas, bom povo, topografia incomparável tudo aqui encontra os que aqui visitam  principalmente suas belezas naturais. E tudo fala a imaginação. Decididamente Itararé, é um pedaço do paraíso... Do paraíso?  Sim, mas toda a medalha tem o seu reverso; Aquelas várzeas, que ali aos nossos olhares, abrigam multidões de ratos e coelhos, têm em seu seio as mais terríveis variedades de ofídios, que se possa imaginar... caninanas, cascavéis, urutus, jararacas, cotiaras... Quer saber o porquê desta infestação de toda essa série infinita de cobras venenosas e que falam os herpetologistas: "As cobras se aninham nas várzeas que margeiam o nosso rio do Prata, porque são atraídas pelos coelhos e ratos, seus petisco prediletos, bem sabem á digestão ofídica".  Dali do "quartel general"; Irradiam emaranhando pelo matagal espaço das várzeas.  Sera que é consequência da alta da foice?; Ou inercia  do executivo?  Pode-se sem exagero  afirmar, que cada quintal residencial em Itararé,abriga-se uma cobra venosa, ameaçando constantemente os pacienciosos e pacíficos moradores de nossa cidade.  FATOS: Um dias  deste o Cel. Nenê Sobrinho, ao mandar capinar o quintal de sua casa, encontrou duas enormes cotiaras, que foram mortas a tiros; No quintal do professor Tomé Teixeira, foi morta uma jararaca do rabo banco; Bem a frente da casa do sr. Alberto Fiuza, foi morta há dias uma coral verdadeira, quando saiba em baixo do assoalho; Na casa do sr. José Theodoro de Faria, jiboía com mais de um metro de comprimento, foi morta a golpes de facão; Na casa do sr. Juqueta, foi morta uma urutu a tiros, debaixo de uma cama; Na casa onde estavam instalados as oficinas do "O Itararé", foram mortas a paulas, duas cobras cascavel. E assim por diante....
O PERIGO?  As várzeas paludosas cheias de ratos e coelhos. O REMÉDIO: Esse só pode dar a prefeitura, que anunciou (Fita ?), o saneamento da várzea da Estação Ferroviária e a plantação de eucaliptos a margem do rio da Prata, que em breve será canalizado. Tem a palavra o Prefeito!!! Itararé, 09 de março de 1913- Juca Tigre. 
(Em tempo; " Um adendo, para os leitores do blog de  tropeiros, refletirem; No mês de março de 2019, passarão 106 anos. E o nosso rio do Prata, ainda não recebeu a canalização, na totalidade da área urbana de Itararé!!!; Vamos, mais além, durante UM SÉCULO, recebeu todo o esgoto a céu aberto, sem nenhum tratamento".
Antônio Fazio






domingo, 3 de fevereiro de 2019

O botânico que percorreu Itararé


>Em 1820, em viagem de pesquisa pelo interior do Estado de São Paulo, e pela região Sudeste, inclusive passando por Itararé, pelo Caminho dos Tropas, para pesquisar, a região sul do Brasil, o botânico francês August Saint Hílare, descreve a paisagem: " É a araucária brasileira, alta, imóvel, elegante e majestosa, que mais contribui para dar aos vastos campos, uma feição característica. Às vezes, essas árvores pitoresca elevam-se solitárias em meios dos campos, pompeando toda a beleza do seu porte e fazendo ressaltar, com a sua cor escura, o  verde tenro da relva que se estende como um tapete sob as suas copadas.  Em alguns  lugares encontra; pequenas matas espessas construídas exclusivamente de araucárias e, enquanto à sombra d nossos pinheiros crescem apenas algumas plantas raquíticas, em meio  das coníferas brasileiras, e em contraposição à rigidez de suas formas, vecejam inúmeras espécies de ervas e subarbusto de folhagem variegada e ramos delicados."  Saint  Hílare.
 O fruto da Araucária : O saboroso Pinhão; Entre os meses de maio e junho o pinhão de alto valor nutricional, cai no chão; Nesta época também começam as festas juninas que têm  a tradição de assar os pinhões na brasa nas "fogueiras de São João".  Com a derrubada predatória  dos Pinheiros essa iguaria não é mais tão presente na festas folclórica e juninas como antigamente em Itararé.  O pinhão é avidamente consumida por várias espécies da fauna; Uma ave, a gralha azul, ao esconder os frutos no solo para posterior consumo, acaba involuntariamente contribuindo para disseminação (atualmente em nossa região, raramente avistamos uma Gralha Azul,  nossa região, atualmente e florestada de pinos e eucaliptos). Saint Hílare, diz que "em  épocas imemoriais, os pinheiros contribuíram para a subsistência dos índios, que as dominavam iba, a fruta ou a fruta por excelência.  Logo que os europeus  desembarcaram na costa do Brasil, procuraram conhecer a árvore as produzia e foi com essas sementes que, grande parte, se alimentaram os antigos paulista nas bárbaras expedições contra o Paraguai.  Entre os rios Taguari, Pirituba, Verde, Itararé, Funil, Pelame, Jaguaricatu e Jaguariaíva , eram comum ataques saques aos tropeiros que levavam tropas para as feiras de Sorocaba".
Os Guaianases e Caigangues:  São os indígenas que se refere Saint Hílare, são índios que habitavam as florestas de Pinheiros, há  mais  8.000 anos.  Os Guaianases habitavam os territórios que hoje são os municípios de Itararé, Bom Sucesso de Itararé e Sengés... Tinham a Araucária como  árvore  sagrada;consideram-na como uma irmã, inclusive a usando em seu principal ritual de culto aos mortos: O "Kikikoi".   Após a tribo definir um local onde serão entoados os cantos e rezas chamados de "Praça dos fogos" é aceso o primeiro fogo, o qual antecede o corte de uma Araucária e seu tronco servirá de konkei(cocho), vasilha onde é colocada a bebida que recebe o nome do ritual "kiki".  O segundo fogo ocorre na noite seguinte e antecede o início da preparação do Konkéi . O terceiro fogo é a etapa final mais importante do ritual ; Os rezadores permanecem durante  a noite ao redor dos fogos, cantando e tocando instrumentos. Durante esta etapa, determinadas mulheres, as péin. realizam as pinturas faciais cuja finalidade é a proteção dos participantes contra os espíritos dos mortos de sua metade. Ao amanhecer os grupos se deslocam para o cemitério, onde novamente são realizados rezas para os mortos nas suas sepulturas. Quando retornam para a praça de dança os grupos se fundem  em danças ao redor dos fogos.  O ritual é concluído com consumo da bebida, do kiki. Os Caigangues  e Guaianases tinham o pinhão como principal fonte de sua  alimentação, transformando-o em farinha ou comendo assado.  No mês de maio, todas as famílias saiam com seus cestos pela floresta para coletar  e armazenar imensa quantidade de pinhão. Tinham sua propiás técnicas para aumentar a durabilidade das pinhas, impedindo as sementes de brotar.  Estas eram guardadas sob riachos com água corrente.  Há uma brincadeira  Kaiagang, a escalada do pinheiro realizada com muita eficiência pelos meninosAinda se diz até nos tempo atuais que o nó da pinha queimada é como um grande remédio. APÓS, A TRAGÉDIA DE MARIANA E A REINCIDENTE DE BRUMADINHO.  NÃO ESQUEÇAMOS DO VELHO DITADO INDÍGENAstyle="font-size: large;">:"A NATUREZA NÃO É ALGO QUE HERDAMOS DE NOSSOS AVÓS....E SIM ALGO QUE EMPRESTAMOS DE NOSSO; NETOS".