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terça-feira, 16 de setembro de 2014
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quarta-feira, 10 de setembro de 2014
ASSOMBRAÇÃO DA CURVA FRIA...
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
A HISTÓRIA QUE TENTAMOS ESQUECER...
Telespectadores e internautas do mundo inteiro, ficaram horrorizados, quando o jornalista americano James Foley; Morto decapitado, pelo Estado Islâmico, grupo sunita fundamentalista, que atua na Síria e no Iraque. As imagens do jornalista sendo degolado foram divulgadas no dia 19 de agosto do corrente ano. Fiquei imaginando, as decapitações coletivas, se fossem assistidas, pelos internautas, e telespectadores neste mundão de Deus. Uma delas acontecida: Em 23 de novembro de 1893, entre Maragatos e Chimangos (Pica-paus), no Rio Grande do Sul, nas margens do Rio Negro (atualmente território do município de Hulha Negra); Recém emancipada do município de Bagé (1992) . Voltemos ao tempo: Em Bagé, naquele fatídico dia 23 de novembro 1893. Fumaças ainda predominam no ar e brotam dos corpos, ainda ouve-se gemidos. É final de tarde e os Maragatos, com seus lenços vermelhos, acabaram de vencer a importante Batalha do Rio Negro. Entre mortos e feridos. TREZENTOS Chimangos ou Pica-paus, estão amarrados e imobilizados. Sobreviventes derrotados da batalha, eles agora são prisioneiros de guerra, amontoados em um cercado (mangueira de pedra) para o gado que o povo chamaria mais tarde de “O Potreiro das Almas”. Durante aquela tarde, até os últimos raios de sol, um a um, daqueles 300 homens serão degolados. Trezentos corpos, alguns, inteiramente sem cabeça irão ser abandonados no charco fétido entre o estrume do gado. O povo da região afirma categoricamente que o lugar é amaldiçoado e em certas noites sem lua ainda se ouve o barulho da carne sendo estraçalhada e de gritos de pavor. Ninguém, até hoje, fica muito tempo próximo ao Potreiro das Almas. Pouco mais de quatro meses depois, outra, a Batalha do Boi Preto, em 5 de abril de 1894; DUZENTOS E CINCIENTA prisioneiros Maragatos, são degolados em represália ao massacre do Rio Negro. Muitos foram, ainda, torturados antes da execução. O Chimango Xerengue, rivalizava com o Maragato Adão Latorre em número de degolas que praticavam. Desde então a degola e seu ritual macabro tornaram-se rotina e a contabilidade dos degolados, um elemento da guerra. Pelo menos 10 mil pessoas morreram na Revolução Federalista, além de um incontável número de feridos. Alguns milhares foram degolados após serem feitos prisioneiros. Com o tempo surge a triste figura do degolador, militar que carregava consigo a adaga de ceifar vidas. Do ponto de vista militar e logístico a decola decorria da incapacidade das forças em combate de fazer prisioneiros, mantê-los encarcerados e alimentá-los, pois, ambas lutavam em situações de grande penúria. Procurava-se, pelo mesmo motivo, poupar munição em pregando um meio rápido de execução. Os degoladores não usavam carapuça, sempre marchavam no meio da coluna para se defender dos franco atiradores. Era odiado pelos inimigos e temido e abandonado até pelos companheiros que diziam ser, os degoladores, um ser das sombras. Homens do campo, rudes, acostumados a carnear animais, os degoladores se tornaram símbolos dessa guerra e suas histórias repetidas nas conversas de fogo de chão nos galpões de campanha no Rio Grande do Sul. Na degola convencional à moda gaúcha, a vítima, ajoelhada, tinha as pernas e mãos amarradas, a cabeça estendida para trás e o degolador com a destreza adquirida nas lides do campo, executava com dois profundos cortes na jugular provocando dois esguichos de muita pressão. O sangue saltava por alguns metros. Quando a raiva preponderava o talho era profundo fazendo a cabeça manter-se sobre os ombros apenas por um fio de pele. Na moda dos Maragatos, denominada de “Gravata Colorada” a faca cortava fundo a carne de orelha a orelha num talho em forma de meia lua. Depois, a língua era puxada para baixo ultrapassava o corte, ficando exposta ao lado de fora da garganta. A Revolução Federalista, sem dúvidas, deixou traumas que ainda hoje o Rio Grande tenta esquecer. Adão Latorre, o decapitador, sobreviveu a Revolução Federalista e nos anos seguintes viveria de forma tranqüila e pacata nas terras de seus pais; Em 1923 ao estourar a segunda revolução Federalista (Revolução Assisista) novamente pegaria em armas, ao lado dos maragatos de Assis Brasil.
Segundo consta, o maior degolador do Rio Grande, então com 80 anos, foi fuzilado numa emboscada armada pelo Major Antero Pedroso, irmão de Manoel Pedroso. Logo depois, seu corpo foi decapitado. Foi enterrado sem qualquer cerimônia no cemitério de Santa Tecla, no município de Capão do Leão RS, onde se encontra até hoje, juntamente com seu irmão, o major João Latorre. Adão Latorre, o maior degolador do Brasil, produto do ódio e dos horrores de uma guerra que banhou o estado riograndense de sangue. Essas vidas, porém, normalmente ocupam apenas uma nota de rodapé da história. São anos raramente discutidos, anos de dificuldades e sofrimento não contados, de fome, medo e horrores sempre presentes. São anos que, compreensivelmente, muitos tentaram esquecer, apagar inteiramente da memória desta carnificina na "Revolução da Degola": Acontecida em Território Tupiniquim.
Segundo consta, o maior degolador do Rio Grande, então com 80 anos, foi fuzilado numa emboscada armada pelo Major Antero Pedroso, irmão de Manoel Pedroso. Logo depois, seu corpo foi decapitado. Foi enterrado sem qualquer cerimônia no cemitério de Santa Tecla, no município de Capão do Leão RS, onde se encontra até hoje, juntamente com seu irmão, o major João Latorre. Adão Latorre, o maior degolador do Brasil, produto do ódio e dos horrores de uma guerra que banhou o estado riograndense de sangue. Essas vidas, porém, normalmente ocupam apenas uma nota de rodapé da história. São anos raramente discutidos, anos de dificuldades e sofrimento não contados, de fome, medo e horrores sempre presentes. São anos que, compreensivelmente, muitos tentaram esquecer, apagar inteiramente da memória desta carnificina na "Revolução da Degola": Acontecida em Território Tupiniquim.
A sentença que não adotamos...
SENTENÇA JUDICIAL EM 1833 - VILA DE SÃO SEPÉ - RIO PARDO, RS.
O adjunto de promotor público, representando contra o réu Manoel Duda, porque no dia 11 do mês na Província de São Sepé, quando a mulher do Chico Bento ia para a fonte, já perto dela, o supracitado por um individuo que estava de em uma moita de mato, saiu dela de supetão e fez proposta a dita mulher, por quem queria para coisa que não se pode trazer a luz, e como ela se recuzasse, o dito sujeito abrafolou-se dela, deitou-a no chão, deixando as encomendas dela de fora e ao Deus dará.
Ele não conseguiu matrimonio porque ela gritou e veio em amparo dela Nocreto Correia Pires e Juvenal Alves Barbosa, que prenderam o cujo em flagrante. Dizem as leis que duas testemunhas que assistam a qualquer naufrágio do sucesso faz prova. CONSIDERO: QUE o debochado Manoel Duda, agrediu a mulher de Chico Bento, para conxambrar com ela e fazer chumbregâncias, coisas que só marido dela competia conxambrar, porque casados pelo regime da Santa Igreja Católica Romana; QUE o dito Manoel Duda é um suplicante debochado que nunca soube respeitar as famílias de suas vizinhas, tanto que quiz também fazer conxambranas com a Quitéria e Tininha, moças donzellas;
QUE Manoel Duda é um perverso perigoso e que não tiver uma cousa que atenue a perigança dele, amanhã está metendo medo até em homens.
CONDENO: O desviado do bons costume Manoel Duda, pelo malifício que fez à mulher do Xico Bento, a ser CAPADO, capadura que deverá ser feita a MACETE. EXECUÇÃO: desta peça deverá ser feita na cadeia desta Villa. Nomeio carrasco o carcereiro. Cumpra-se e apregue-se editais nos lugares públicos.Manoel Fernandes dos Santos
Juiz de Direito da Vila de São Sepé
Rio Pardo, 15 de Outubro de 1833. (Fonte: Instituto Histórico do Rio Grande do Sul)
Juiz de Direito da Vila de São Sepé
Rio Pardo, 15 de Outubro de 1833. (Fonte: Instituto Histórico do Rio Grande do Sul)
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