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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

VOLTEANDO DATAS

1732 - Cristóvão Pereira de Abreu, desbrava o Caminho das Tropas, unindo o Sul ao Sudeste do Brasil; durante a viagem constrói aproximadamente 300 pontes, entre elas a do rio Itararé ! (Barreira).
1784 -Numa pequena faixa de terra, situada entre o rio Verde e o rio Itararé Luiz Pedroso de Barros, morador na Vila de Paraíba, começou o processo de colonização do que mais tarde se transformaria no município de Itararé. Pedroso de Barros foi recebendo maiores áreas, expandindo suas “sesmarias”.                                                     1791 e 1792Essas sesmarias foram adquiridas pelo Coronel Gavião que iniciou o plantio e a catequese dos moradores da região, a grande maioria trabalhadores rurais e, desse processo, nasceu o município.
1820 - A 25 de janeiro desse ano, o naturalista francês, August de Saint Hilaire, em viagens de estudos sobre a flora brasileira, esteve em Itararé encontrando uma pequena aldeia cujo nome deriva do rio que passa em suas vizinhanças (o rio Itararé). Em alguns trechos de sua descrição sobre Itararé, publicadas em livros mais tarde, nota-se o estado miserável de vida dos habitantes da região. A aldeia a que Saint Hilaire se refere, deve ser o atual Bairro Velho.
1827 - Jean Baptiste Debret- Pinta duas aquarelas em Itararé : A passagem de tropas sobre o rio Itararé e acampamento noturno do Pouso dos Tropeiros em Itararé. 
1836 – A 23 de abril desse ano, o Brigadeiro Bernardo Jose Pinto Galvão Peixoto, sua adquire de Maria Anunciação Pinto de Morais Lara Gavião, sua mãe e proprietária, em virtude da morte do Coronel Gavião, as sesmarias que lhe couberam como herança.
1838 -  Aquarelas de Jean Baptiste Debret - Passagem das Tropas Rio Itararé e acampamento Noturno de Itararé e publicadas no livro Voyage potoresque et historégue au Brésil - Acervo Museu Castro Maya, Rio de Janeiro.
1841 O Brigadeiro Bernardo Gavião Peixoto e sua esposa, Ana Policena de Vasconcellos Gavião, venderam as sesmarias ao Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar em 25 de outubro
1847 A 19 de junho desse ano, o Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar e sua esposa, a Marquesa de Santos requerem em juízo na Vila de Itapeva de Faxina, a demarcação das sesmarias de São Pedro.
1855 A  27 de março, a Fazenda de São Pedro de Itararé, foi dada ao Registro Paroquial pelo Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, com  as seguintes divisas: “Fazenda São Pedro de Itararé é situada entre os rios Verde e Itararé e divide-se com a de Pirituba pelo Rio Verde, até a barra do ribeirão da Vaca, por este acima ao Capitão do Curral Velho e dali em diante, em linha reta, até o Itambé; e com a Morungava, pelo rio Itararé e, pelo sertão, serve de limite o rumo aberto e medido judicialmente e, 1857, do Itararé ao rio Verde, em que se levantaram diferentes marcos. Terá seis léguas de comprimento e quatro de largo, o que não se conhece com exatidão, por ser de figura irregular.
1869 A 20 de setembro de 1869, os herdeiros do brigadeiro Tobias de Aguiar e da Marqueza de Santos, venderam a José Custódio de Camargo, por escrituras lavradas em notas do tabelião Joaquim Jose Gomes, 2º. Da cidade de São Paulo.
1875 A 10 de julho de 1975, Maria Joaquina de Almeida Mello, por morte de José Custódio de Camargo, recebeu a fazenda São Pedro de Itararé, na sua meação, com as divisas constantes no Registro Paroquial e com todas as suas benfeitorias, partilhando-as com seus filhos e netos
1891 Com a proclamação da República, as freguesias passaram a denominar-se Distrito de Paz de Itararé. O primeiro casamento realizado no Distrito foi o de José Fernandes Junior com Vicência Lemos, a 28 de fevereiro. A 10 de fevereiro registra-se o primeiro nascimento, que foi o de Conrado Mauricio Viana, filho de Querino Viana e Maria do Rosário Viana. O primeiro óbito foi o de Ramizia Ribeiro Viana, que contava com 90 anos, a 26 de fevereiro. O primeiro Juiz de Paz foi Gabriel José Nascimento Neto.
1893 A 28 de agosto, através da Lei nº. 197, assinada pelo Presidente do Estado de São Paulo, Dr. Bernardino de Campos, fica criado o Município de São Pedro de Itararé, com as mesmas divisas anteriores, excetuando-se as do lado da Faxina, onde o leito do rio Verde passa a ser o marco divisório.
1893 A 31 de outubro realizam-se as primeiras eleições no Município para a composição da Câmara Municipal que ficou assim constituída: Presidente, Coronel Fructuoso Bueno Pimentel: Vereadores Antônio do Amaral Camargo, Honorato Fiúza de Carvalho, Thomé Dias Batista e Manoel Caetano Martins.
1893 A 30 de novembro Brotero José de Almeida, o primeiro Intendente (correspondente a cargo de Prefeito) de São Pedro de Itararé, foi eleito indiretamente por votação unanime  dos vereadores. sendo natural de Itapetininga.   Era casado com Tertuliana de Melo.   Brotero José de Almeida, fora  nomeado contador da Barreira de Itararé do Estado de São Paulo, quando era coletor da mesma o Major de Almeida Queiroz. 
1916 -  Inicio da Medição Judicial da Fazenda São Pedro de Itararé; pelo Engenheiro Doutor Albino Klocker.
1917- A 05 de Agosto, o Tiro de Guerra 02-017 de Itararé, há  97 anos. foi inaugurado pelo Cel. Acácio Piedade,  (então deputado).  Na gestão do Prefeito Cel. Joaquim Ferreira Lobo Nenê Sobrinho.  Foi festivamente recebido pelos populares, tendo a frente da recepção o professor Tomé Teixeira. 
1917- A 20 de outubro, o Coronel Acácio Piedade, foi assassinado por Luiz de Camargo Mello, na Gare da Estação Ferroviária, de Faxina (Itapeva), quando iria embarcar para São Paulo, para exercer sua funções na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. 

 

 

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

A MULA SEM CABEÇA E O LOMISSOMEM

 
Caminho bonito é o que leva de Jaguariaíva até Itararé   Estrada de terra; Bonita e com o chão vermelho que chega a refletir nos olhos.   No trecho do Cânion  Jaguaricatu, as margens do rio do mesmo nome, no Caminho das Tropas de cada lado,  arvores com mais de 10 metros de altura e que na copa se encontram e abraçam como casais em lua de mel.  Durante todo o dia quando se caminha por essas terras ouve-se silencio e calmaria, só quebrado pelos cantos dos passarinhos. E esses são muitos: Canário da Terra, Coleirinha, Sabiá, Tico-tico, Merro, Curió, Patativas, Bem-te-vi..   Trilhas das Sete  Cachoeiras, Cânion do Rio Jaguaricatu, Cachoeira do Lajeado,  Porto Velho, Cachoeira da Erva Doce, que forma-se uma piscina natural com água batendo nas canelas e onde em dias de calor se toma um banho e uma massagem natural na cachoeira.  Subindo a serra da  Erva Doce, a beira do Caminho, a Cruz de Ferro, no tumulo  do tropeiro Antônio Jozé Correia, sepultado em 06 de janeiro 1852.   Porem   toda essa beleza é encoberta pela noite, quando não se vê nem a luz da lua e a cantoria de passarinho é cortada pelo pio agourento de coruja, o miar, o urrar das suçuarana e pelo ranger das arvores, que quando sopra o vento parece que vão cair na cabeça da gente.  Diva Aventura Dias, nos narrou um caso que aconteceu com  o seu pai  Boa Aventura Dias, nesse trecho que os tropeiros tinham medo de assombrações:  " Certa feita meu pai,  fazia uma tropeada de porcos, picada no Sertão de Cima, município de Jaguariaíva, para o Jacó Pedroso, até   Itararé.    O Pouso da Erva Doce, , parada obrigatória dos tropeiros, além da agua de fácil acesso, pastagem abundante para as tropas de muares e bovinos e arvores com boas sombras principalmente para as tropeadas de porcos.   Meu pai, teve que ir do pouso da Eva Doce,  até Sengés,  durante a noite, modo de comprar uns remédios para seu companheiro, Luciano Rosa, que estava meio perrengado.   O pior era tempo de quaresma numa sexta-feira e por toda parte se ouvia caso de assombração. Principalmente neste trecho do Caminho das Tropas, devido a sepultura do tropeiro da cruz de ferro  Acompanhado pelo medo e por sua varinha de pau mulato, meu pai, Boa Ventura, partiu a passos largos, com sua mulinha Fióca. De repente ouve ao longe o trotar de cavalo e um assovio cortando o silencio.  Logo se lembrou da história que mais tinha medo;  que seu avô contava da Mula Sem Cabeça:   A gente ouve três trotar. O primeiro a bicha está bem longe, o segundo ela já estava por perto e o terceiro é melhor nem escutar,    Meu pai, apertou um pouco o passo da Fióca e seguiu em frente. Certo tempo depois ele ouve o segundo trotar. Arrepiado de medo ele lembra que seu avô dizia que para fugir de Mula Sem Cabeça era preciso esconder as unhas, fechar a boca modo de esconder os dentes e fechar os olhos. Por esse tempo ele estava passando pelas proximidades da Ponte do Porto Velho, resolveu esconder de baixo na cabeceira da ponte, amarrando Fióca, num mourão de uma porteira velha .   Assim o fez. Foi para debaixo da ponte colocou a mão nos bolsos, fechou a boca e os olhos. De repente o pai,  sente que tem companhia. Sem coragem para abrir os olhos e tremendo de medo sente outra pessoa encostando-se nele com tremedeira e igual falta de coragem. Foi quando se ouviu o terceiro trotar e um assovio assombroso. E essa trotar foi logo acima da ponte. Mas passou e foi em direção a Barreira.  Deu até pra sentir o clarão do fogo que saia das venta da bichona.  Aliviado meu pai, tira as mãos do bolso, abre a boca e os olhos. Quando dá por si quem é que ta do seu lado? O Lobisomem!!!!!  Tadinho do pai  Ventura!! Ele   enche os pulmões de ar e exclama: -Você também tem medo de Mula Sem Cabeça né rapaz...".      O lobisomem é um dos mais populares monstros fictícios do mundo. Suas origens se encontram na mitologia grega, porém sua história se desenvolveu na Europa. A lenda do lobisomem é muito conhecida no folclore brasileiro, sendo que algumas pessoas, especialmente aquelas mais velhas e que moram nas regiões rurais e no tempo das tropas,  de fato creem na existência do monstro. A figura do lobisomem é de um monstro que mistura formas humanas e de lobo. Segunda a lenda, quando uma mulher tem 7 filhas e, depois, um homem, esse último filho será um Lobisomem.  Quando nasce, a criança é pálida, magra e possui as orelhas um pouco compridas. As formas de lobisomem aparecem a partir dos 13 anos de idade. Na primeira noite de terça ou sexta-feira após seu 13º aniversário, o garoto sai à noite e no silêncio da noite se transforma pela primeira vez em lobisomem e uiva para a Lua, semelhante a um lobo.  Após a primeira transformação, o homem se transforma em lobisomem e passa a visitar 7 partes da região, 7 pátios de igreja, 7 vilas e 7 encruzilhadas. Por onde ele passa, açoita os cachorros e desliga todas as luzes que vê, além de uivar de forma aterrorizante.  Quando está quase amanhecendo, o lobisomem volta a ser homem. Segundo o folclore, para findar a situação de lobisomem é necessário que alguém bata bem forte em sua cabeça. Algumas versões da história dizem que os monstros têm preferência por bebês não batizados, fazendo com que as famílias batizem suas crianças o mais rápido possível. Voltando  o caso que a Diva Dias, nos narrou do encontro, por acaso com o lobisomem escondendo-se pelo medo da Mula Sem Cabeça.  "Por sorte do papai: O  dia começou amanhecer e  ele viu a transformação para um homem que nunca tinha visto e tão pouco não sabia aonde se encontrava".