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segunda-feira, 6 de maio de 2019

CINQUENTENÁRIO DE ITARARÉ

O Jornal "O Itararé", em 28  de agosto de 1943, editou a revista "Cinquentenário de Itararé_1893-1943.
O novo município que nascia em terras paulista, recuado cerca de 2 km. das divisas da antiga 'QUINTA COMARCA DE SÃO PULO", depois "PROVÍNCIA" e atual Estado do Paraná. Itararé, era passagem obrigatória de tropas e pouso de tropeiros, que do longínquo Viamão e regiões sulinas demandavam a feira anual de animais  que  se realizavam em Sorocaba.  Conta o historiador e genealogista Aloísio de almeida em seu livro ("VIDA E MORTE DO TROPEIRO"), que  o próprio  major João de Almeida Queiroz, foi tropeiro e plantador de cidades.  E foi ele, juntamente com seu amigo  Cônego Sizenando,  na época vigário de  Itapeva da Faxina, o fundador da Freguesia de São Pedro de Itararé, depois vila do mesmo nome.  Foram eles e alguns homens de prol que construíram a primeira Capela do Curato.  A passagem das tropas pela "Barreira" do Itararé- onde o major João de Almeida Queiroz, bem mais tarde, em 1878 viria exercer o cargo de Coletor;  Era difícil e perigosa.   Pequena ponte de madeira, sem guarda, foi construída   sobre a furna de 20 metros de profundidade, ao fundo da qual corria o  rio Itararé, entre lindos campos de uma e outra margem, dentro de uma pequena mata ciliar, corre encachoeirado, bravio, e oculta-se meia légua entre pedras.  Para cruzá-lo, as bestas eram forçadas a descer; Uma a una, cabresteadas por seus condutores, por grandes degraus de pedras achatadas e de altura variável constituindo verdadeira escadaria.  No contexto desta revista vem publicada uma aquarela pintada por J. B. Debret, que por ela passou em 1827.  Também por aí passou o naturalista francês Saint  Hilaire, por volta 1820.
O Cônego Sizenando da Cruz Dias, sabia que fundava uma cidade; Ele mesmo; Assinala o historiador, descreveu no "Livro do  Tombo", a cavalgada histórica de pessoas notáveis do bairro á frente do qual ele, que era filho do tropeiro Francisco de Paula Dias e nascera em Itapetininga, ia procurando o mais belo entre os belos lugares da Fazenda São Pedro.  Por fim todos concordaram  em que o lugar melhor a coluna de cuja vertente, lá em baixo, já se aproveitavam os povoadores, numa lombada com suaves encosta para os dois lados.  Fizeram os primeiros arruamentos.  O padre segurou a estaca batida pelo tenente Queiroz, marcando o lugar da capela.  Foi isto em 1880.  Fundava-se uma nova cidade em lugar que desde 1720; Em documentos oficial, já era conhecido por esse nome.  Limite dado pelo ouvidor Pires Pardinho, entre as vilas de Curitiba e Sorocaba.  Somente a nova capela teve por padroeira Nossa Senhora da Conceição, embora o lugar continuasse a se conhecido por São Pedro do Itararé.
Na época da revolução Federalista os caudilhos Gumercindo e Aparecido Saraiva, estavam integrados nas forças rebeldes e um fato interessante ocorreu, digno de registro.  Em 20 de novembro de 1893, partira de  Tatuí, então ponto terminal da via-férrea em construção , o coronel Gomes Carneiro, num trole que Avelino de Campos conduziu  até Itararé, em 48 horas, uma quase loucura, como se pode ver no mapa 30 léguas 15 por dia, em maus caminhos.  O grande mártir da Republica, pernoitou na casa do tropeiro e na madrugada seguinte, partiu para imensidão dos Campos Gerais,em lombo de mulas, guiado pelo também tropeiro , Joaquim Dias Tatit .  Quase só!! O heroi da Lapa deixara em Itararé, o coronel Pires Ferreira, que mais tarde foi marechal e Diretor da Escola Militar.
Assim nasceu e cresceu a Vila São Pedro de Itararé...
Antonio Fazio.
               

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