Antônio batizado; Por Tonico, pela mãe; Pela tia Maricota, Toninho; Mais conhecido por Tó, consagrado pelos netos;
Mariana, Julia e Igor.
Fiz aniversário há dias. Mariana veio com a mãe e mal chegou entregou-me o presente. Sorriso e olhar de expectativa enquanto eu o desembrulhava: era uma camisa polo.
- Gostou, vô?
- Gostei, é muito linda – disse, mesmo que não fosse diria que sim, mas era de fato.
Depois da chaleirice de sempre e de palrar um bocado, perguntou:
Vô, vai ter bolo?
- Não sei, só se a vó Beth, encomendou em segredo, pra fazer surpresa.
Disse por dizer, sabia que não tinha bolo, nem docinhos, nem croquetes; o que havia era um almoço melhorado com dois pratos, lasanha e bife á milanesa, refrigerante e uma garrafa de vinho, que me dera o meu cunhado Paulo. E uma sobremesa caprichada diet.
Convidados também não havia, além da menina, seus pais Tatiana e Roberto, a irmãzinha Julia e dos tios Fernando/Vanessa e do priminho Igor, o netinho caçula.
Nesta altura eu já não ligo para aniversário, se é que algum dia liguei. Nem há por quê: a coluna dói, o joanete incomoda, a vista não dispensa óculos, o topete desapareceu há muito e o vigor diminui a conta-gotas, mas implacável; os anos pesam cada vez mais, os sonhos ficaram longe... Comemorar o quê? Aniversário agora é mero evento contábil - somar um ano aos muitos já passados. Em suma: é diminuir o tempo de validade!
Prefiro gastar dinheiro em coisas mais úteis ou interessantes.
Mas como afinal o bolo não apareceu, Mariana, declarou-me, debruçada em meus joelhos, com o indicador apontado em minha cara e ar de censura e decepção:
- Vô, eu não venho mais no teu aniversário, porque não tem bolo nem docinhos. Nem parabéns, nem festa. E não vou mais te dar presente! Nunca mais!
Conheceu, mané? Aniversário tem de ter bolo e apagar de velinhas, parabéns e presentes; tem de ter brigadeiro, cajuzinho e olho de sogra, balas, salgadinhos e refrigerantes.
Aniversário é festa, senão para o aniversariante, para os outros.
Pensarei nisso para os anos vindouros, sob pena de não ganhar presentes da netinha Mariana. Não é fácil ser velho nos dias de hoje. A medicina moderna e a alimentação saudável aumentaram a expectativa de vida do ser humano, isso fez com que nós pudessemos viver mais e… melhor. Melhor!?
Não sei bem ao certo, mas deduzo que nos tempos atuais os velhos são outros. Diferentes, digamos assim. Pois conforme a idade vem chegando, ou melhor, avançando e a velhice chegando, temos que ir aceitando aquilo que ela nos impõe. Para as ruga e as peles, haja consulta no dermatologista, antigamente a babosa dava um jeito. A caminhada, não existia, pois antigamente, no seu dia-dia, não existia elevador; (somente escada, portão eletrônico, (só o de tranca), controle remoto (só o botão de liga e desliga). Não precisava-se de academia, só os seus esforços do cotidiano era uma malhação. Em outros tempos, nada fazia mal, não havia restrição em consumir ovos fritos, carne de porco, doce de abobora, de cidra, de laranja, melado, rapadura (até com amendoim), arroz com frango, franguinho ao molho feito na própria banha do penoso. Tudo isso era rebatido com um chá de "carqueja" ou "marcela". Nos comércios das feiras-livres , aqueles pastéis (com quase meio quilo cada um), bem temperados, recheados com ovo e guisado e de lambuja uma pimentinha, fritos na banha de porco, que ao mordermos, escorria pelo canto da boca. Sem contar que ao meio dia, uma costela gorda, de gado ou de ovelha, descia redonda após deixar um pouco da graxa no queixo ou no bigode, tudo era irrigado por um vinho colonial, após alguns goles de canha pura, um aperitivo para abrir o apetite. Não podia faltar o cafezinho e para alguns até um cigarrinho de paia. Daí então que hoje somos outros velhos, diferentes. Diferentes? Pois é, não comemos comidas com banha de porco (só com óleo de milho ou de canola) ovos fritos, raramente, arroz (integral) com frango somente sem a pele da ave, doces sem adição de açúcar, não vamos nas barracas para desbuchar um pastel de feira, caldo de cana, nem pensar, vinho, somente 1/2 taça e escolhemos o da uva que melhor combata o colesterol. Aqui na cidade passamos por bares, lanchonetes padarias, restaurantes, cachorrões, churrasquinhos, etc. Se chegamos em um destes estabelecimentos , devemos observar que carne gorda não faz bem, que cerveja e refrigerantes causam "pressão alta", o café provoca insônia, que as frituras entope as veias e assim vai. Somos velhos recheados de remédios e com vontade de comer e beber aquilo que gostamos. Somos velhos diferentes, ou melhor, idosos na melhor idade, háhahaha!, faz me rir o que "andamos", comendo. e ainda dizem que essa é a melhor idade. Para o meu aniversário, os de casa, fizeram uma exceção com a lasanha e o bife a milanesa; Também pudera, uma vez por ano!!!
Não sei bem ao certo, mas deduzo que nos tempos atuais os velhos são outros. Diferentes, digamos assim. Pois conforme a idade vem chegando, ou melhor, avançando e a velhice chegando, temos que ir aceitando aquilo que ela nos impõe. Para as ruga e as peles, haja consulta no dermatologista, antigamente a babosa dava um jeito. A caminhada, não existia, pois antigamente, no seu dia-dia, não existia elevador; (somente escada, portão eletrônico, (só o de tranca), controle remoto (só o botão de liga e desliga). Não precisava-se de academia, só os seus esforços do cotidiano era uma malhação. Em outros tempos, nada fazia mal, não havia restrição em consumir ovos fritos, carne de porco, doce de abobora, de cidra, de laranja, melado, rapadura (até com amendoim), arroz com frango, franguinho ao molho feito na própria banha do penoso. Tudo isso era rebatido com um chá de "carqueja" ou "marcela". Nos comércios das feiras-livres , aqueles pastéis (com quase meio quilo cada um), bem temperados, recheados com ovo e guisado e de lambuja uma pimentinha, fritos na banha de porco, que ao mordermos, escorria pelo canto da boca. Sem contar que ao meio dia, uma costela gorda, de gado ou de ovelha, descia redonda após deixar um pouco da graxa no queixo ou no bigode, tudo era irrigado por um vinho colonial, após alguns goles de canha pura, um aperitivo para abrir o apetite. Não podia faltar o cafezinho e para alguns até um cigarrinho de paia. Daí então que hoje somos outros velhos, diferentes. Diferentes? Pois é, não comemos comidas com banha de porco (só com óleo de milho ou de canola) ovos fritos, raramente, arroz (integral) com frango somente sem a pele da ave, doces sem adição de açúcar, não vamos nas barracas para desbuchar um pastel de feira, caldo de cana, nem pensar, vinho, somente 1/2 taça e escolhemos o da uva que melhor combata o colesterol. Aqui na cidade passamos por bares, lanchonetes padarias, restaurantes, cachorrões, churrasquinhos, etc. Se chegamos em um destes estabelecimentos , devemos observar que carne gorda não faz bem, que cerveja e refrigerantes causam "pressão alta", o café provoca insônia, que as frituras entope as veias e assim vai. Somos velhos recheados de remédios e com vontade de comer e beber aquilo que gostamos. Somos velhos diferentes, ou melhor, idosos na melhor idade, háhahaha!, faz me rir o que "andamos", comendo. e ainda dizem que essa é a melhor idade. Para o meu aniversário, os de casa, fizeram uma exceção com a lasanha e o bife a milanesa; Também pudera, uma vez por ano!!!
Antônio de Fazio Neto
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