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segunda-feira, 26 de maio de 2014

COM ESPRTEZA NÃO TEM POBREZA...



 
Olha eu aqui outra vez, sou Heron Cavalgante, conhecido pras bandas do Itararé, como Pedrinho Gaúcho,  contei um caso excepcional, pro Tó, quando rifei uma mula. Você, com certeza, esta  matutando com os seus botões que de excepcional terá um caso de rifar uma  mula? Eu, justifico, leia o relato , e como ficaram satisfeitos, os gregos e os troianos, como diz o velho deitado ou melhor ditado.  Tenho certeza que o escrevinhador ira por na pauta de publicação com a  minha devida  anuência.   Inté mais ver.
Pois então, vamos ao caso da Rifa da Mula:              Eurico Lolíco, era  picador de tropas para vários tropeiros de Itararé,  que compravam e depois  revendiam (picavam), na Região Oeste de São Paulo.   Desta feita, tangeu uma tropilha para    Julinho de Almeida, separou dez mulas de um tropa recém chegada do Rio Grande do Sul e entregou pra Orico, pica-la, nas fazendas de café pra bandas de Taquarituba, Piraju...      Nos tempos do fio de bigode, vendia-se a tropilha e, somente na volta pra Itararé que efetuava-se o pagamento.    No trecho até Piraju, Orico, só conseguiu picar  uma mula em Itaporanga, pro Julietão, avô do Sandrão, da SABESP.
Chegando em Piraju, ofertou  tropilha, pro Paulininho Colaço, que picou de bica corrida, para pagar com 90 dias de prazo.     De volta expôs a dificuldade de picar a tropa e as condições da venda ao Julinho de Almeida, que de pronto concordou.           O lucro  que obteve de picar a tropa, iria receber, na data do pagamento da venda, as despesas da casa e da tropeada que durou 65 dias, não foram poucas.                                                  Com compromissos pendentes, vendeu uma mula para o Pedrinho Gaúcho, por CR$ 5.000,00(cinco mil cruzeiros), que concordou em receber a mula no dia seguinte. Entretanto, no dia seguinte ele chegou e Orico, de pronto disse:
- Pedrinhu, o cê me discurpa mais a mula morreu.
- Morreu, Orico?
- Morreu.
- Então  Tchê!!  devolva-me o dinheiro.
- Ih. . . Paguei uns compromissos.
- Tudo?
- Tudinnhu
- Então me traz a mula.
- Morta?
- É, ela não morreu?
Morreu. Mais qui cê vai fazê com uma mula morta?
- Vou rifar?
- Rifá?
- É, !
- A mula morta? Quem vai querê?
- É só não falar que ela morreu.
- Intão tá intão.
Um mês depois os dois se encontram e o Orico que vendeu a mula pergunta:
- Ô Pedrinhu Gaúchu,  i a mula morta?
-Rifei.  Vendi, 500 bilhetes-CR$20,00  cada- faturei, 4.980,00 cruzeiros. 
- Eita! I ninguém recramô?
- Só o gaudério que ganhou.
- I o qui o cê feiz?
- Contei que a mula morreu e devolvi os CR$ 20,00 que ele pagou do bilhete.
Antônio Fázio

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