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sexta-feira, 25 de julho de 2014

MITO E REALIDADE

MITO!!!

Corria um boato pela cidade inteira que um enorme rastro de um pé enorme, foi visto na Barreira, por vários pescadores; quem poderia ter um rastro com meio metro de comprimento? O consenso lógico: O rastro só poderia ser do Pé Grande. Devido a boataria, fomos motivados em assustar a Guarda do Dia, do Tiro de Guerra. Arquitetamos o plano, juntamente com os colegas atiradores:      Silvio Mazzalai Machado, João Tadeu Holtz, Wanderley Coladel, Américo José Giordano e Osvaldo Silva (Osvaldinho), não pertencia a turma de atiradores, mas participou do plano, ele subiria no ombro de um de nós, vestiria uma capa, ficaria com uma altura de aproximadamente de 2,60 m., e para completar uma máscara de macaco, que o Tadeu, comprou na loja do Jorge Chueri. Alguém com essa altura, só poderia ser o pé grande.
Na frente da sede do Tiro de Guerra, existia um terreno baldio murado (atual residência do Dr. Sergio Nakahashi), e o suposto "pé grande", simplesmente ficaria andando por detrás do muro exibindo toda  altura. O plantão era do atirador Ailton Marcondes, diga-se, medroso ao extremo e quando visualizou aquela figura enorme, foi um "deus nos acuda", entrou em disparada sede adentro gritando é o pé grande, o pé grande está aqui!!! Foi em fração de minutos, toda a Guarda do Dia, estava na casa do Sargento Cantídio, que morava ao lado da sede do Tiro de Guerra, que saiu só de  pijama, mas com um fuzil nas mãos e disparou uns tiros para cima. Saímos em disparada pelos fundos do terreno até a rua São Pedro. O Sargento, comentou a caso no dia seguinte para toda a tropa e os outros colegas atiradores, passaram acreditar na boataria que o pé grande, realmente, rondava a pacata Itararé. Estamos até os dias atuais, ouvindo vários casos narrados e não comprovados sobre o pé grande no mundo todo, e na minha modesta opinião, o pé grande é um mito, esses casos são planejados e quando a sua imagem, é mostrado (sem capa), dá para ver perfeitamente que é fantasia de gorila eu acho... e com certeza algumas pessoas são pagas para relatar; no caso de Itararé, o caso é verídico. Foi simplesmente uma brincadeira.
Essa é a minha modesta opinião, e não sou contra a opinião de ninguém!!!
 
                                                              REALIDADE !!!
 
O filho termina o segundo grau e não tem vontade de fazer uma faculdade.
O pai, meia mão de ferro, dá um apertão:
- Ahh, não quer estudar? Bem, perfeito. Vadio dentro de casa eu não mantenho, então vai trabalhar.
- Emprego aqui em Itararé? É utopia pai!!!
O velho, que tem muitos amigos, fala com um deles, que fala com outro e nada; Até que ele consegue uma audiência com um político que foi seu colega lá na época de escola e também, seu cabo eleitoral, na última eleição; O deputado foi eleito para o seu primeiro mandato e obteve uma expressiva votação em Itararé. - Deputado! Meu velho amigo! Você lembra do meu filho?
Pois é, terminou o segundo grau e anda meio à toa, não quer estudar. Será que você não consegue um emprego pro rapaz não ficar em casa vagabundando?

Em Itararé, não consegui.

Depois de 3 dias, o Deputado liga:

- Zé, já tenho. Assessor na Comissão de Saúde do Congresso, R$ 13.700,00 por mês, prá começar.
- Você tá loco? O garoto recém terminou o colégio, assim não vai querer estudar mais, consegue algo mais abaixo.
Dois dias depois:
- Zé, assessor de gabinete de um secretario estadual, salário modesto, R$ 9.800,00, tá bom assim?
- Nããão, Deputado, algo com um salário menor, eu quero que o garoto tenha vontade de estudar depois. Consegue outra coisa.
- Zé, não sei se ele vai aceitar, mas tem um de assessor na câmara de vereadores, que é só de R$.6.500,00.

- Não, não, ainda é muito, aí que ele não estuda mais mesmo.
- Olha Zé, a única coisa que eu posso conseguir é um carguinho de *ajudante de arquivo*, alguma coisa de informática, mas aí o salário é uma merreca, *R$ 3.800,00 por mês* e nada mais.
- Deputado, por favor, alguma coisa de 600,00 a 1.200,00, no máximo.
- Isso é impossível, Zé!
- Mas, por quê?
- PORQUE com este salário só tem vaga pra Professor. Aí precisa de curso superior, licenciatura plena, mestrado, doutorado... E também precisa passar em concurso!!!

terça-feira, 15 de julho de 2014

DOIS CASOS DE ASSOMBRAÇÃO EM ITARARÈ



Assombração é definida como: “objeto fantástico ou fantasma que assombra, que causa terror; alma do outro mundo, aparição; susto causado pelo encontro ou aparição de coisas sobrenaturais; terror procedente de causa inexplicável”.Quando se fala em assombração, todos têm uma história fantástica ou misteriosa para contar. São experiências vivenciadas ou testemunhadas por alguém conhecido, por um familiar ou pelo próprio narrador, transmitidas oralmente, muitas vezes sem possibilidades de comprovação, principalmente porque são experiências individuais. São revelações, avisos, aparições de alguém que já morreu.

Pode-se dizer que assombração é um assunto fascinante e envolvente. Quem, em algum momento da vida, não parou para ouvir, algumas vezes até contar, uma arrepiante história de assombração? São casos de almas penadas que habitam casarões antigos; são pessoas que aparentemente estão vivas, caminhando, conversando e de repente desaparecem ao chegar em frente ao cemitério; barulho de louça quebrando, quando se vai verificar, a louça está intacta; choro angustiante de criança, onde não há ninguém; cadeiras que balançam como se tivesse alguém sentado; arrastados de chinelos ao longo da casa; arrastados de correntes (dizem que eram os negros torturados na época da escravidão); bibliotecas onde ilustres leitores que já morreram voltam para leitura ou consulta; pessoas que estão sem paz, por terem escondido bens, e voltam para revelar onde está a botija (tesouro enterrado) e outros casos mais.

Muitas dessas histórias já fazem parte do folclore brasileiro, algumas são histórias próprias da zona rural, outras são mais urbanas, outras estão diretamente ligadas ao local, à determinada casa. São as casas ou ruas mal-assombradas. Outros fantasmas são característicos de determinadas situações. 
O Lieis Merege, tinha um bar e uma sala de jogos ao lado do Banco do Brasil, e sempre servia um arroz com frango, quirera de milho com suã de porco,  frango com polenta etc., pelo mestre cuca Turíbio Fiuza. Um dos frequentadores assíduos era o Norahir Nogueira, que também, era proprietário da Fabrica de Estofados Bandeirantes.  A fabrica contava com seis funcionários. Um deles, aliás muito querido pelos colegas, havia morrido no mês de outubro. Em dezembro do mesmo ano;  Norahir, os  colegas do setor, resolveram fazer a confraternização de final de ano, como era de costume, no mesmo bar do Lieis, que iam quando o colega estava vivo. Sentaram-se à mesa, de sete lugares, sendo que desta vez uma cadeira ficou desocupada. Comeram, beberam, fizeram brinde ao colega ausente e até tomaram umas a mais em nome do falecido.
Finalmente, solicitaram a conta, já dividida pelo número de pessoas, como era hábito entre eles. Quatro deles fizeram o pagamento com cheque e dois em dinheiro. Os que pagaram com cheque, tiveram suas contas um pouco majoradas em relação aos dois  que pagaram em dinheiro e pediram explicação ao Lies que logo voltou com a resposta: “a conta foi dividida pelos seis que estavam na mesa e como só recebemos de quatro com cheques e de dois em dinheiro, a parte que ficou (a sétima parte) da conta foi dividida para os que pagaram com cheque”.Na hora todos pensaram a mesma coisa, ou seja, que o colega falecido estivera o tempo todo participando da confraternização ali na mesa com eles, pelo menos na visão da pessoa  do Lieis que “fechou” a conta. Um dos colegas, ainda disse em tom de brincadeira olhando para a cadeira vazia:                           “Puxa cara, a gente não se incomoda de pagar, mas por favor avisa antes!”
 
Numa festa de São João, fomos num baile fora da população.    No sitio do Daniel Ferreira Mello, seu filho João Batista Ferreira Mello (Capela), era o anfitrião.    Eu, juntei com meus amigos; Alberto Primo de Melo (Teco),  Antônio Machado (Toicinho), Antônio Guilherme de Souza (Bilo), Claudio Alcala (Azulão),  João Augusto Prado (Betosso),  e os irmãos Abrahão Jair (Produto) e  Josué (China) .    Em cima da carroceria do caminhão, do Tico Alcala, guiado pelo Claudio.   O Antônio Machado, resolveu voltar sozinho, dê-a-pé, até Itararé, por causa de sua namorada Vera Ramos, não ter ido aos festejos  juninos.   Arrependeu,  da decisão.  Ele  contava:  "Era quase meia noite, não me lembro, eu vinha com medo, bem no meio da escuridão.  Pensei em meu tempo de menino, que minha vó dizia que existia assombração;    as minhas pernas a tremer, meus cabelos, começou arrepiar, eu não sabia o que fazia; se falava, se cantava,  se chorava e se começava a rezar.  Pra minha sorte logo, um homem apareceu, voltei fiquei tão sério quando vi, no Açude Velho.  Foi a mais noite  triste que passei na minha vida.  O que eu via, pra mim era visão, era desculpa ou qualquer coisa aparecida.   Eu, pra ele, porque estava ali parado.    Ele se riu de mim e, ainda fez pouco e, falou de um jeito apavorado: "Quando era vivo, fui como você, hoje estou morto, vivo aqui abandonado.  Acho melhor você correr daqui então. porque  sou, o esqueleto de um soldado valentão.  Que morreu apavorado com medo de assombração". Eu comecei  a correr, a correr, tropecei, cai bati a cabeça  e não vi mais nada, fiquei bem atordoado, quando  eu dei por mim, estava dentro do "Jipinho Corintiano (naquele tempo a viatura policial em Itararé era um único  jipe e o chamavam de "corintiano", devido a sua pintura ser em preto e branco) ao meu lado, vi um vulto de um homem sentado, daí gritei, me solta , me solta!!  Ai,escutei": -Calma Machado, aqui é o  Oraci Pontes, investigador da Polícia Civil.   Encontramos, você caído e desmaiado, na estrada do Bairro do Rodeio, perto da ponte seca e estamos  levando você , pra Santa Casa, por causa dos ferimentos em sua cabeça!!! 
 
 






quinta-feira, 10 de julho de 2014

"DE VIRÁ E ROMPÊ"
O Jovinão, com era conhecido, era o maior mulherengo que se tem notícia em Itararé.     Ele tinha mulheres de montão.   E pasmem, elas sabiam os casos que nosso herói, mantinham entre elas.    Como diz o "velho ditado", - Cidade pequena tudo é pequeno, menos a língua do povo.    Mais uma aventura que ele nos narra:
"Estava eu,  "namorando", com uma moça
no escuro  Derrepente eu enxerquei, seu pai atrás do muro.    Então eu corro demais, corro de mais, eu na frente e o pai dela atrás .
E ao dobrar a esquina, o irmão dela me espera.    E quando eu passava, ele quase me agarra.  Então eu corro de mais, corro demais, eu na frente e seu irmão atrás .
Mas que chega a hora de ir pra casa. 
Pois vejo a policia.   Então me ponho a correr, por isso, eu corro demais, eu sofro demais, eu canso demais, eu na frente e a policia atrás. 
Foi na delegacia que a coisa esquentou, por causo dessa dona a policia me encanou, por isso corro demais, sofro demais, canso demais, eu na frente e a filharada atrás.  Sofro demais,  
canso demais, eu, na frente e a filharada atrás.
Depois disso, elas só pensam naquilo, por isso a mulherada, gosta de mais, ama demais, correm demais, eu na frente e a mulherada atrás.
Vocês, ainda querem mais!!! Então vamos lá:
Além de ser considerado o "Dom Juan",   de Itararé, Jovinão,  também era musico; Tocava na banda, tinha um caso amoroso, com a mulher de seu colega que tocava na  banda., era o que se comentava a miúde, nas fofocas do dia a dia  
Sua amante acompanhava o marido em todos os ensaios da banda e também era a oportunidade de marcar um novo encontro com o Jovinão, que arquitetou uma maneira do maridão traído não desconfiar: "Querida, você escreve um bilhete, marcando hora , dia e local e coloque na fita do quepe de seu marido.  e devolvo um bilhete. confirmando o nosso encontro.                      Tudo ocorria com o planejado, bilhete escrito, bilhete lido, bilhete devolvido e  encontro efetuado. Mais, certa feita, antes do  ensaio da banda, resolve tomar umas e outras no bar do Ari Bolinha.   E chegando para o ensaio, retira sorrateiramente o bilhete que dizia: 
"Meu querido, meu tesão, as sete da noite, nessa terça na gari da estação, beijos...
E coloca o bilhete no quepe errado de outro colega da banda.                                                   O Jovinão chega ao encontro marcado e , pra sua surpresa lá estavam suas duas amantes a sua   espera. 
Será que houve um entrevero das amantes? 
Bom, o desfecho dessa aventura do Jovinão, fica na imaginação de cada um de vocês!!! 

 

terça-feira, 1 de julho de 2014

O GALO CAPÃO !!!

 

José Severino  Silva, conhecido como Zé da Milóca, é desses homens caprichosos, sitio bem bonito, bem cuidado, cerca de arame com os palanques caiados de branco, com a parte enterrada com tratamento para não apodrecer. pomar também com os troncos das árvores caiados de branco e bem carpido, gado mestiço holandês, sempre sadio e roliço, chiqueiro com aqueles porcões cor de rosa e porquinhos caipiras.   A bomba d'água cabeçuda, batendo dia e noite e dando sua golfadas de água para toda a criação.   A galinhada solta no terreiro correndo atrás das tanajuras, era uma verdadeira festa naquela  mistura de raças.   Tinha carijó, pescoço pelado, garnisé,  galo índio, pato, marreco, peru, galinha d'angola e outros bichos de pena e bico.   O Zé da Milóca, parecia uma tabua bem aplanadinha quando visto por trás.   O seu andar rápido e elétrico o livrou de muitas picada de cobras.  Sua mulher Dona Maria  Aparecida da Silva, nos conta que uma jararaca ao tentar acertar sua perna e errar o bote; foi num trilho de gado, na beira do riacho do Barreirinho, nome também dado a um bairro, da nossa querida Itararé.  O homem também tinha outra coisa que fazia com esmero e carinho capar porcos... Seu canivete Solingen, com talas do cabo de chifre bem polidos, estava sempre bem afiadíssimo, cobiçado por capadores da redondeza.   Era um verdadeiro instrumento cirúrgico o tal Solingen , inseparável de sua bainha de couro.      Zé da Milóca, é um homem muito brincalhão, estava sempre aprontando das suas.   Dizia-se que ele  tinha um pouco dos espirito dos porcos que capava.  Na beira de um rio, era impossível continuar-se a pescar à partir do momento que ele resolvesse  que a pescaria tinha acabado.   Jogava lata no rio, ficava praticando tiro ao alvo com uma garrucha de dois canos, do tempo que se amarrava linguiça em cachorro, na ceva, batia o pé no chão, e fazia de tudo para atrapalhar aqueles que sempre tinham esperança de fisgar um peixe, para não voltar de mãos abanando.  Certa feita estava ele, sentado na varanda da cozinha de sua casa (vocês já repararam, que na roça, varanda na porta da  sala, serve somente para juntar folhas secas?), olhando a galinhada ficou invocado com o galo  que teimava  brigar com tudo quanto era galo que chegava  por perto.       E foi aí que uma ideia maluca, começou a tomar conta de sua cabeça.   Quando Dona Maria, sua esposa foi limpar um frangão quase galo, ele ficou remexendo na parte íntima  do tal com a ponta de seu Solingen.   No sábado, após terminar o giro pelo sitio, ele pegou uma espiga de milho e começou a debulhar, chamando a galinhada; num bote certeiro ele pegou o galo  pelas pernas e foi uma gritaria só.   Amarrou as pernas do tal, com uma colher foi lhe enfiando pinga pela  goela abaixo.   Quando o galo estava bem bêbado, ele deu um toque final na afiação do Solingen em uma tira de couro; depois vez dois cortes na costa do galo, bem próximo do rabo, e com muito cuidado retirou dois baguinhos e jogou pro garnisé refestelar-se: desinfetou,  costurou os cortes e soltou o bicho.   Passada a bebedeira, o galo ficou de ressaca por uns dois dias, após começou a mudar seu comportamento.   Parou de brigar com os seus rivais, não quis mais saber de correr atrás de galinha, com o tempo foi ficando mais vistoso, cuidadoso com suas penas que ajeitava uma a uma com bico, num ritual interminável.       No segundo mês o tal já estava cuidando de uma ninhada de pintainhos e não deixou morrer nenhum, ostentava duas grande esporas  que o ajudava a fulgentar os bichos que por ventura, fosse perturbar os seu protegidos: o gato de estimação de sua filha Suzete, foi umas de suas vitimas levando uma esporada em uma da pernas trazeira, deixando-o manco.   Ninguém esperava que o galo capão ficasse, tão dócil, com todo com todo o tipo de cria, passou  adotar peru, galinha d'angola e até marreco.   E foi daí que em pouco tempo, não houvesse fazenda, sitio  ou chácara, nas redondezas que não tivesse um galo capão.    Já pensaram se a moda pega  nos humanos.   Na boca pequena, corre o boato e  comenta-se quando a gente vê um homão grandão de meia idade e peludo, correndo atrás de crianças pra cima e pra  baixo,  com maior cuidado e carinho, tem logo alguém que diz: Olha lá, o Galo Capão!!!

Antônio de Fazio Neto