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terça-feira, 15 de julho de 2014

DOIS CASOS DE ASSOMBRAÇÃO EM ITARARÈ



Assombração é definida como: “objeto fantástico ou fantasma que assombra, que causa terror; alma do outro mundo, aparição; susto causado pelo encontro ou aparição de coisas sobrenaturais; terror procedente de causa inexplicável”.Quando se fala em assombração, todos têm uma história fantástica ou misteriosa para contar. São experiências vivenciadas ou testemunhadas por alguém conhecido, por um familiar ou pelo próprio narrador, transmitidas oralmente, muitas vezes sem possibilidades de comprovação, principalmente porque são experiências individuais. São revelações, avisos, aparições de alguém que já morreu.

Pode-se dizer que assombração é um assunto fascinante e envolvente. Quem, em algum momento da vida, não parou para ouvir, algumas vezes até contar, uma arrepiante história de assombração? São casos de almas penadas que habitam casarões antigos; são pessoas que aparentemente estão vivas, caminhando, conversando e de repente desaparecem ao chegar em frente ao cemitério; barulho de louça quebrando, quando se vai verificar, a louça está intacta; choro angustiante de criança, onde não há ninguém; cadeiras que balançam como se tivesse alguém sentado; arrastados de chinelos ao longo da casa; arrastados de correntes (dizem que eram os negros torturados na época da escravidão); bibliotecas onde ilustres leitores que já morreram voltam para leitura ou consulta; pessoas que estão sem paz, por terem escondido bens, e voltam para revelar onde está a botija (tesouro enterrado) e outros casos mais.

Muitas dessas histórias já fazem parte do folclore brasileiro, algumas são histórias próprias da zona rural, outras são mais urbanas, outras estão diretamente ligadas ao local, à determinada casa. São as casas ou ruas mal-assombradas. Outros fantasmas são característicos de determinadas situações. 
O Lieis Merege, tinha um bar e uma sala de jogos ao lado do Banco do Brasil, e sempre servia um arroz com frango, quirera de milho com suã de porco,  frango com polenta etc., pelo mestre cuca Turíbio Fiuza. Um dos frequentadores assíduos era o Norahir Nogueira, que também, era proprietário da Fabrica de Estofados Bandeirantes.  A fabrica contava com seis funcionários. Um deles, aliás muito querido pelos colegas, havia morrido no mês de outubro. Em dezembro do mesmo ano;  Norahir, os  colegas do setor, resolveram fazer a confraternização de final de ano, como era de costume, no mesmo bar do Lieis, que iam quando o colega estava vivo. Sentaram-se à mesa, de sete lugares, sendo que desta vez uma cadeira ficou desocupada. Comeram, beberam, fizeram brinde ao colega ausente e até tomaram umas a mais em nome do falecido.
Finalmente, solicitaram a conta, já dividida pelo número de pessoas, como era hábito entre eles. Quatro deles fizeram o pagamento com cheque e dois em dinheiro. Os que pagaram com cheque, tiveram suas contas um pouco majoradas em relação aos dois  que pagaram em dinheiro e pediram explicação ao Lies que logo voltou com a resposta: “a conta foi dividida pelos seis que estavam na mesa e como só recebemos de quatro com cheques e de dois em dinheiro, a parte que ficou (a sétima parte) da conta foi dividida para os que pagaram com cheque”.Na hora todos pensaram a mesma coisa, ou seja, que o colega falecido estivera o tempo todo participando da confraternização ali na mesa com eles, pelo menos na visão da pessoa  do Lieis que “fechou” a conta. Um dos colegas, ainda disse em tom de brincadeira olhando para a cadeira vazia:                           “Puxa cara, a gente não se incomoda de pagar, mas por favor avisa antes!”
 
Numa festa de São João, fomos num baile fora da população.    No sitio do Daniel Ferreira Mello, seu filho João Batista Ferreira Mello (Capela), era o anfitrião.    Eu, juntei com meus amigos; Alberto Primo de Melo (Teco),  Antônio Machado (Toicinho), Antônio Guilherme de Souza (Bilo), Claudio Alcala (Azulão),  João Augusto Prado (Betosso),  e os irmãos Abrahão Jair (Produto) e  Josué (China) .    Em cima da carroceria do caminhão, do Tico Alcala, guiado pelo Claudio.   O Antônio Machado, resolveu voltar sozinho, dê-a-pé, até Itararé, por causa de sua namorada Vera Ramos, não ter ido aos festejos  juninos.   Arrependeu,  da decisão.  Ele  contava:  "Era quase meia noite, não me lembro, eu vinha com medo, bem no meio da escuridão.  Pensei em meu tempo de menino, que minha vó dizia que existia assombração;    as minhas pernas a tremer, meus cabelos, começou arrepiar, eu não sabia o que fazia; se falava, se cantava,  se chorava e se começava a rezar.  Pra minha sorte logo, um homem apareceu, voltei fiquei tão sério quando vi, no Açude Velho.  Foi a mais noite  triste que passei na minha vida.  O que eu via, pra mim era visão, era desculpa ou qualquer coisa aparecida.   Eu, pra ele, porque estava ali parado.    Ele se riu de mim e, ainda fez pouco e, falou de um jeito apavorado: "Quando era vivo, fui como você, hoje estou morto, vivo aqui abandonado.  Acho melhor você correr daqui então. porque  sou, o esqueleto de um soldado valentão.  Que morreu apavorado com medo de assombração". Eu comecei  a correr, a correr, tropecei, cai bati a cabeça  e não vi mais nada, fiquei bem atordoado, quando  eu dei por mim, estava dentro do "Jipinho Corintiano (naquele tempo a viatura policial em Itararé era um único  jipe e o chamavam de "corintiano", devido a sua pintura ser em preto e branco) ao meu lado, vi um vulto de um homem sentado, daí gritei, me solta , me solta!!  Ai,escutei": -Calma Machado, aqui é o  Oraci Pontes, investigador da Polícia Civil.   Encontramos, você caído e desmaiado, na estrada do Bairro do Rodeio, perto da ponte seca e estamos  levando você , pra Santa Casa, por causa dos ferimentos em sua cabeça!!! 
 
 






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