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quinta-feira, 9 de outubro de 2014

ACIDENTE OFÍDICO

                                                                                                                                                                Em várias cidades existe ou existiu pessoas que tem um costume de falar difícil, muitas delas tornaram-se  folclóricas por seu  português, que não usamos  em nosso dia a dia.   Existiu uma pessoa que merece ser lembrado pelo seu palavreado incomum. Trata-se do Calil, simplesmente, como todos os moradores de Itararé , conhecia-o.   Nos  bons tempos das serestas, lá estava ele, interpretando os grandes sucessos, para  alegria e satisfação pelos momentos inesquecíveis para os eternos namorados.  De um bom papo (quando estava sóbrio). Como seresteiro ( bom cantor), tornou-se,  uma pessoa popular. mas uns de seu perfil,  era falar difícil.   Quando praticava a seresta, o Calil, não cantava em capela, tinha vários companheiros que participavam de seu grupo musical.   Um belo dia, Calil tomou um chá de sumiço e seus companheiros seresteiros: Antônio Brum (Bicho Cru), Waldomiro Dias Domingues (Miro Vaca), Osvaldo de Souza  (Boneco), Nelson Antônio (Nerso Corvo), Arilton Vircéllho  Colturato (Burro Branco), e o grande violonista Teléco (violão sete cordas);   Perceberam sua falta. E como noticia ruim corre rápido, a turma logo souberam que o Calil, estava hospitalizado na Santa Casa de Itararé e resolveram fazer uma visitinha ao ilustre deitado com a perna direita esticada, dependurada e bastante inchada e logo o Miro Vaca, tomou a frente e lhe perguntou:"- Calil, a turma tá espantada com o teu sumiço, o que aconteceu ?" Se fosse um simples mortal, como todo mundo, responderia, na bucha, que aquilo tinha sido uma mordida de cobra e fim de papo. Mas como é o tal, na hora de falar, respondeu prontamente: “Meus diletos, fui vitimado por um acidente ofídico, isso foi um réptil maligno, do reino animália, reptiliana a Virpiridae,   Crotalus  durissus, vulgarmente conhecida de cobra cascavel, que com suas mandíbulas pontiagudas e presas inoculadoras de gotículas venenosas, num golpe preciso inoculou, no meu sensível, Tendão Calcâneo, popularmente conhecido como:  Calcanhar de Aquiles, este veneno, que por sua vez, automaticamente penetrou em minha corrente sanguínea percorrendo veias e artérias a uma velocidade media de oito quilômetros por hora, aproximando-se do coração e me deixando numa situação de saúde um tanto periclitante e ao mesmo tempo circuncisflautica. Mas, O grande médico, Dr. Jonas de Arruda Novaes, em tempo hábil, aplicou-me o soro antiofídico, por via intravenosa, pondo-me a salvo".
Vejamos alguns exemplos do  perfil elouquente,do falar difícil do Calil :                                             "NÃO PROCRASTRINE O QUE FOR DE FEITURA HODIERNA" (Não deixe para amanhã o que se pode fazer hoje).

 "A BUCÉFALO DE OFERENDA NÃO SE PERQUIRE A CONFORMAÇÃO ODÔNTICA 
(A cavalo dado não se olha os dentes).

PROSOPOPÉIA FLÁCIDA PARA ACALENTAR BOVINOS" (Conversa mole para boi dormir).

CREDITAR O PRIMATA (Pagar o mico)
.
INFLAR O VOLUME DA BOLSA ESCROTAL (Encher o saco)

IMPULSIONAR A EXTREMIDADE DO MEMBRO INFERIOR CONTRA A REGIÃO GLÚTEA DE ALGUÉM (Dar um pé na bunda)

DERRUBAR COM A EXTREMIDADE DO MEMBRO INFERIOR, O SUSTENTÁCULO DE UMA DAS UNIDADES DE ACAMPAMENTO  (Chutar o pau da barraca)

DEGLUTIR O BATRÁQUIO (Engolir o sapo)

COLOCAR O PROLONGAMENTO CAUDAL EM MEIO AOS MEMBROS INFERIORES ( Meter o rabo no meio das pernas)

DERRUBAR COM INTENÇÕES MORTAIS (Cair matando)

EXIMIR A QUALQUER TIPO DE SORTE (Azarar)

APLICAR A CONTRAVENÇÃO DO Dr JOÃO, DEFICIENTE FÍSICO DE UM DOS MEMBROS
SUPERIORES (Dar uma de João sem braço)".

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