"Diz uma lenda dos índios Guaianases, antigos moradores da Bacia Hidrográfica do rio Itararé,
durante a madrugada, no inicio da primavera, quando uma criança ouve o canto de uma sabiá-laranjeira, ela é abençoada com amor felicidade e paz". Isso foi a muito tempo, quando nossos conterrâneos itarareenses, os índios Guaianases viviam em nossa região, até serem extintos, após a dissipação efetuada pelos bandeirantes, na procura de ouro nos rios e riachos, que também eram piscosos. Florestas nativa, caça abundante, tanto nos campos ou em áreas de matas. Hoje nossa realidade é outra, com o desmatamento dando o lugar para o florestamento de eucaliptos e pinus nossos campos com vegetação nativa, para as pastagens. Tudo acabou, a flora os animais inclusive nossos antigos conterrâneos os Guaianases. Não só a nossa flora foi decimada, não encontramos varias espécies nativas. que serviam de alimentação aos animais e aves. Na nossa fauna, muitas espécies desapareceram, algumas espécies de aves se adaptaram na "selva urbana", a procura de alimentação Não vou ser abrangente, quero me ater na área ornitológica e especificamente na espécie da lenda dos índios Guaianases; o Sabiá- Laranjeira. Nome cientifico: Turdus Rufiventris. Nome popular: Sabiá Laranjeira, também é conhecido como sabiá-cavalo, sabiá-do- peito-roxo e sabiá-de-barriga-vermelha. Origem do nome, Sabiá, vem do Tupi, "aquele que reza muito", alusão á voz dessas aves. Reprodução: final de inverno, primavera e verão, de 2 a 4 ovos, por postura, 13 dias de incubação, os filhotes podem deixar o ninho de 10 a 12dias. Canto: característico dos machos, semelhante a uma flauta doce e melodioso durante ao período reprodutivo. Motivo do canto: defesa do território e atração de fêmeas. Canto noturno: Os machos cantam para "ensinar os filhotes, isso ocorre a noite ou de madrugada, para evitar que os filhotes fiquem expostos aos predadores. Machos que cantam com mais vigor a priori tem maior capacidade de alimentar os filhotes, também ficam até cinco metros de distância do ninho, ensinando a melodia de seu canto aos filhotes, na aula, madrugada afora, o horário escolhido é estratégico, se abandonasse o ninho durante o dia os filhotes ficariam na mira dos predadores. Adorado por vários cancioneiros populares e poetas brasileiros; o pássaro ganhou homenagem de nome como Marisa Monte, Chico Buarque e Tom Jobim. Roberta Miranda compôs e Jair Rodrigues, celebrizou: " Sua Majestade o Sabiá". O sabiá-laranjeira é o regente da estação das flores, mesmo em cidades com poucas áreas verdes urbana como Itararé. Da Novo Horizonte ao Distrito Industrial, Da São João a Rodovia Francisco Alves Negrão, o canto está por toda a parte, o bicho solta o gogó pelo ao menos até o verão. Fico contente de ver a meninada moradores principalmente na parte periférica da cidade, não terem aquela maldade inocente de gerações passadas, que munidos de uma atiradeira ficavam escondidos por de trás das arvores frutíferas esperando o momento de atacar lançando uma pedra certeira. As vezes encontravam os ninhos com pedacinhos de madeira ou capim, camas macias e perfeitas presas aos galhos das árvores. Por pura crueldade, antigamente, retiravam os filhotes e prendiam em gaiolas, fabricavam uma espécie de mingau com farinha e água que servia de alimento até a idade que passavam a se alimentar sozinhos. Presos continuavam por toda vida, cantavam uma canção triste e repetida, expressando talvez o desejo proibido de voar livremente e de ter seu território pra atrair uma fêmea perpetuando sua espécie.
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