Meus pais, Maria Aparecida Lima de Fazio e Zuani de Fazio, juntamente com minha tia Maria de Fazio, vieram morar em Itararé, em 1951. Se estabeleceram comercialmente com o ramo de Churrascaria, aliais a primeira montada em Itararé, situada na Rua São Pedro, onde hoje é o prédio da família do José Bandoni. O nome Churrascaria Bambu , foi uma alusão ao prédio construído todo de bambu. Uma curiosidade a pinga Rosário, era servida como aperitivo gratuitamente em um gomo de bambu chinês entre os nós, ficou famoso o aperitivo. Em 1954, a família construiu um prédio em alvenaria, na rua São Pedro, n. 1890. Por volta de 1960, contrataram uma cozinheira experiente , que além de ser uma cozinheira de "mão cheia", era uma eximia no assadora e no preparo de churrasco. Eram servidos em espetos individuais de galeto lombo, bisteca e filé mignon. Minha mãe e minha tia , também cozinhavam muito bem, resolveram que a Juvêncina, iria cuidar exclusivamente da churrasqueira. Dona Juvêncina Benvinda, fazia um churrasco muito gostoso e assado conforme o pedido do freguês e tudo estava correndo as mil maravilhas tanto para a freguesia, como para a minha família. Só uma coisa estava preocupando, a conta no açougue do José Campanelli, estava muito alta, pois o pagamento era feito semanalmente, os garçons emitiam um comando dos pedidos, que serviam de controle do caixa e aos vários tipos de carnes. O lombo e o filé mignon servidos, não batiam com o estoque. Desconfiado meu pai, foi ao açougueiro e falou de sua preocupação com a conta, quando para a surpresa de meu pai, ele apresentou todas as notas assinadas pela minha mãe ou pela minha tia. Ficaram de orelha em pé , pois julgavam dona Juvêncina, muito correta e não achava que ela, poderia estar fazendo aquilo. Ela tinha um salario bom e pontual, acho que não merecia aquilo. Passaram a investigar para não falar coisas que não pudesse provar, pois ela já tinha uns dois anos de serviços prestados pra a Churrascaria Bambu. Todos os domingos, ela saia ao termino do almoço, e em um desses domingo que aconteceu o que vou relatar: Após a limpeza e guardar as carnes, não consumidas no congelador, ela estava tomando banho, ela não viu minha mãe chegar e entrar no seu quarto e se deitar um pouco para tirar uma soneca, após árduo dia de trabalho. A nossa casa ficava aos fundos, a dois metros do prédio da Churrascaria, foi quando ouviu, que ela já tinha saído do banheiro, falar ao telefone com outra pessoa mais ou menos assim: "Olha prepara o arroz, o vinagrete e o carvão, porque o filé mignon e o lombo eu estou levando, vão dar pra umas 10, ou mais pessoas, pode chamar a turma pro churrasco". Contava minha mãe, que ficou assustada, más essa é a hora que ela tanto estava esperando para descobrir o seu roubo. Ao sair do quarto viu a sua enorme bolsa muito cheia, em cima da mesa da sala. Ela ficou nervosa com a presença de minha mãe, pois não sabia que ela estava ali. Como estávamos reformando o quarto da empregada, tinha um monte de azulejo, tijolos, pedra ardósia quebrados lá no quartinho. Minha mãe, teve uma ideia genial para o caso. Pediu a dona Juvêncina, que antes de ir embora, fosse na padaria do Brás Forcinete, comprar pão, presunto e queijo para o nosso lanche da tarde. Ela não teve como negar, pegou sua bolsa levou lá pro quarto da empregada, puxou a porta e foi comprar o lanche que pediu minha mãe. Quando ela saiu, dona Aparecida, minha saudosa mãe, foi até o quartinho, abriu sua bolsa e deparou com mais ou menos uns cinco quilos de carne de mignon e lombo. Meu pai e eu que chegamos nesta hora e fazemos a troca das carnes. Pegamos os tijolos os azulejos e parte das pedras e enchemos a bolsa da Juvêncina, deixando-a como se não tivesse sido mexida. Sentamos na sala e ficamos conversando e escutando rádio. Dona Juvêncina Benvinda, tocou a campainha, a Churrascaria estava fechada, mas tinha um acesso lateral que dava acesso a nossa casa, entrou, entregou a compra, foi ao quarto pegou sua bolsa, com certeza viu que estava do mesmo jeito, despediu-se, e saiu toda contente, levando suas "compras" pro churrasco. Infelizmente, não fiquei sabendo o resultado. Ela, nunca mais apareceu em nossa Churrascaria , nem pra receber os dias restante de salário. MORAL DA ESTORIA. DONA JUVÊNCINA BENVINDA NÃO FOI BEM VINDA, más, mesmo assim, pagou um pouco do prejuízo que causou aos meus pais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário