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segunda-feira, 28 de outubro de 2019

CAMINHO VIAMÂO/SOROCABA-PARANÁ E SÂO PAULO


 
PERCURSO  PARANÁ  E SÃO PAULO  - SECULO XVIII

Uma vez assentada o processo da condução da animália e que veio a se constituir num importante ciclo econômico , fator determinante da integração  do Brasil Meridional, interessava-nos estudar os roteiros e podermos entender suas característica evolutivas, seu processo social, o despertar do núcleo urbano e respectivas relações sociais entre si  e finalmente a expansão fixadora de seus limites. Com este  propósitos tentamos no primeiro  instante definir o traçado do caminho.     Concluído  o primeiro caminho que começava em Laguna, poucos anos depois a preferência recaiu para o de Viamão, percursos que mereceram muitas publicações e referências  pelos estudiosos do tropeirismo, o trabalho que desenvolvemos para o  levantamento e identificação dos percursos do caminho das  tropas, enquanto persistia as duas fases (Laguna e Viamão).    Adotamos a seguinte metodologia: Coletar os vários roteiros conhecidos, bem como as cartas geográficas antigas, que colocamos em ordem cronológica crescente de suas datas.     Anotamos a seguir, todos os referenciais  das paradas (pousos), listamos em ordem sequencial numa coluna, onde a parte inferior corresponderia o sul e a parte superior o norte.     No topo de cada coluna (cabeçalho), anotação de seu ano e mapa, para cada roteiro,  construímos uma coluna, colocadas lado a lado, de forma a coincidir os topônimos semelhantes ou afins.    Lateralmente e paralelo as colunas, corria uma linha de referência em quilómetros ou de léguas, para facilitar e localizar possíveis alterações toponímicas.    Uma vez homogeneizados pousos, foram plotados em cartas atuais.     Depois, unem  esses pontos, sequencialmente, no sentido da marcha com traço forte e o resultado no que tange ao  Paraná, mostramos no final deste trabalho.          A leitura desses traços permitem-nos algumas considerações.  É flagrante que o uso continuado dos locais de pousos, transformando-se em posições fixas e incorporando a presença dos preparadores de serviço  e bens.      A  exemplo, lembrar a figura imprescindível do ferreiro,  dos artífices especializados no trato do couro, a oferta da aguada, das invernadas com pasto seguro,   do celeiro, do latoeiro e tantos outros personagens.     Breve aparece um pequeno oratório, depois capela até alcançar a alcunha  de Frequesia.     Na beirada desses caminhos e locais de pousos, vêm os abrigos fixos, as moradas em ambas as margens, formando uma espécie de corredor.  Gradualmente, com o incremento das tropeadas, surgem novas construções por detrás das primeiras filas de casas, adensando e delineando os traços de um futuro vilarejo, o bosquejo de um perfil urbano desordenado, lentamente transformados em cidade e finamente os municípios homônimos.        A comprovação documental dessas fixações,  ratificou-se através da leitura e analise dos roteiros e mapas mais recentes para os mais antigos, comparando e identificando a nomenclatura e toponímia. Para facilitar a compreensão  desses estudos e fins didáticos, utilizamos a nomenclatura atual das cidades, uma vez que nosso propósito é o de encontrar o itinerário macro do caminho das tropas no Paraná e São Paulo, que resultou nos croquis que integram esse trabalho.     A escalada adotada não nos permite detalhar com precisão todos os deslocamentos e pequenos ramais.     Como dissemos antes; é uma visão macro.      Sub-dividimos o grande eixo do caminho no Paraná em quatros módulos.   O primeiro compreendendo do Rio Negro a Lapa; o segundo da Lapa até Castro; o seguinte de Castro a Jaguariaiva e finalmente o módulo  Jaguariaiva  a Itararé.    De pronto dizer de que o primeiro e último módulos, permaneceram quase inalterados durante todo o desenrolar da saga tropeira.     O módulo Lapa-Castro  tiveram desdobramentos e alterações, por exemplo; a transposição do Iguaçu que no primeiro momento  se fazia  nas proximidades da foz do Capivari, foi substituída pelo mais adequado da Região do Caiacanga.                      O módulo (Lapa/Castro), corria em direitura norte, passando pela capela do Tamanduá, alcançava São Luiz do Purunã onde infletia levemente para noroeste, cruzando a cabeceira do Pitangui.    Com o correr dos anos o percurso foi cada ves mais desviando para oeste, passando por Palmeiras, Ponta Grossa, Cambiju  e outros.  Do rio Pitangui, bem nos primórdios das tropeadas ele seguia quase direto para Castro, com passagem pelas então fazendas Maracanã e Capão  Alto.     A medida do surgir novos pousos e invernadas, reforçam a presença de Piraí do Sul e  Tibagi.     Da leitura documental e plotadas, percebe-se algumas acomodações toponímicas e alterações semânticas ou versões; do Tupi Rio Uma (Negro), para Rio Negro; Rio Grande Pequeno para Rio da Várzea; Rio Grande de Curitiba ou Rio do Registro para Rio Iguaçu, Tajucoca para Itaiacoca, Rio Tarará para Rio Itararé e assim por diante.    Antes de encerrarmos, trazemos algumas dessas referências que serviram a nossa pesquisa, sobre o Paraná pinçando quatro roteiros, dos muitos que utilizamos, respeitando-se o eixo de deslocamento no sentido sul-norte ou Viamão/Sorocaba: 

ROTEIRO de 1.745 – Rio Negro,  Passa Três, Rio Grande Pequeno, Rio Grande de Curitiba, Fazenda Tamanduá, Fazenda São Luiz,  Vitiquera, nascente do Tibagi, Tajucoca, Pitangui, Rio das Furnas, Rio Jaracatuba, Rio Morungaba, Rio Tarará;  
ROTEIRO de 1750 – Rio Negro, Rio Grande de Curitiba, Fazenda Tamanduá, São Luiz, Fazenda Vitiquera, Arroio Cambiju, Rio Pitangui, Rio das Furnas e Rio Tararé;      
ROTEIRO de 1.773 -Rio Negro, Campo do Tenente, Rio da Várzea, Registro de Curitiba, São Luiz,  Fazenda Pitangui, Rio Iapó, Rio Piraí, Rio Jaguariaiba, Rio Itararé       

ROTEIRO de 1.777 – Rio Negro, Santo Antônio da Lapa, Caiaganga, São Luiz, Porcos, Itaiacoca, Pitangui, Carimbei, Iapó, Cinzas, Jaguariaíva, Furnas , Itararé.
Dados obtidos de Henrique Paulo Schmidlin - Pesquisador do Paraná.

O Caminho Paulista das tropas; tivemos o prazer de conhecer o trabalho investigatório do pesquisador,   Dr. LAELSON BITRAN TRINDADE, que esmiuçou a exaustão o Caminho Tropeiro entre Itararé/Sorocaba.            Minucioso  e  sistemático no esquadrilhar  em campo e após,  transferir em carta topográfica as regiões percorridas e depois publicado de onde reproduzimos o  trajeto e sua linhas gerais que permaneceram por mais de duzentos anos, (Bitran, 1.992, 34):    Sorocaba, Araçoiaba da Serra, Capela do Alto,  Alambari,  Itapetininga, Fazenda do Porto, Bairro das Antas, Varginha do Capivari, Pescaria, Paraná Pitanga, Buri, Estação Rondinha, Estação Engenheiro Bacelar, Itapeva, Itaberá (Estação Engenheiro Maia), Estação Rio Verde e Itararé.    Desde percurso, extraímos algumas rotas para ilustrar o nossa pesquisa, mas obviamente a escala (1:1600000), não possibilita detalhar com precisão.  O mapa do trecho paulista, foi elaborado por ocasião do Resgate do Caminho das Tropas Itararé/Sorocaba - maio de 2.005.      




     

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quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Meus tios avós, Capitão Eugênio Gabriel e Carmélia de Fazio Gabriel, moravam em   Taquarituba-SP.
Capitão Eugênio, era tropeiro, tangia tropas do Rio Grande do Sul e picava os muares em tropilhas, vendendo em fazendas de café e de cana de açúcar no interior do Estado de São Paulo. Carmélia irmã de minha nona, Rosa Perrone de Fazio, era uma cozinheira de "mão cheia" (como diz o ditado). Meu pai, quando inaugurou a Churrascaria Bambu, em Itararé (1951); Ganhou, de seu tio tropeiro, várias receitas da época do tropeirismo do sul do Brasil, que sua esposa Carmélia, anotou em um caderno . A receita da" TRAÍRA NO BAMBU", na verdade era assada na taquara enrolada com arame. O nome de bambu, referia, ao primeiro prédio da churrascaria; Suas paredes eram feitas de bambu.  A  receita trazida pelos tropeiros açorianos, radicados no Rio Grande do sul e Santa Catarina,  chamava; 'Tainha ou anchova na taquara". Meu pai, adaptou com traíra, porque não havia em nossa região a venda de peixes oriundos do  mar como, a tainha e anchova, aprendeu tirar os espinho e o modo de preparo, com  sua tia Carmélia. Eu e meu irmão, João Hermínio (Mino) assumimos a direção da Churrascaria, aprendemos com nossos pais a tirar os espinhos da traíra, fizemos um outro modo de prepara-la; Fritando-a.
AS RECEITAS: ZUANI E DONA CIDA TRAÍRA NO BAMBU: 1 traíra  (1 k.)-sal-10 alhos-2 limões-3 colheres de  azeite-1 pimenta dedo-de-moça sem sementes-2 c/sopa manteiga. PREPARO: De véspera tempere a tainha inteira e limpa, com alho picadinho, limão e pimenta; Sapecando a traíra e esfregando nela os temperos;  Coloque na geladeira em uma vasilha com tampa. No dia se quinte que irá assar: Pegar o bambu, lavar bem e desfiar em tiras 1 cm largura deixando o primeiro gomo sem desfiar que servirá de cabo, untar com azeite a grelha natural de taquara, por dentro e por fora.  Acessa a churrasqueira. Untar com a manteiga  derretida a tainha e coloca-la com a cabeça dela para o lado do último gomo que  esta sem desfiar e fecha-la com o arame; Levar à churrasqueira  numa distância de 50 centímetro, por mais ou menos 20 minutos. ANTÔNIO E JOÃO TRAÍRA FRITA: 1 traíra de 1 k. e 500 g. mais o menos -sal e pimenta-do-reino a gosto-caldo de 2 limões.  PREPARO:  Tirar toda as escanas, cortar pela  barria do rabo até a cabeça e retirar a  barrigada, as guelras, o rabo e as nadadeiras. Lave em água corrente, enxugar com um pano de prato limpo e e em seguida esfregar o caldo de limões por dentro e por fora, deixe por 3 minutos e lave novamente e pendure-a para escorrer por 1/2 hora. Após enxugar novamente, seca-la bem. Em uma bancada, lanhe de 1/2 a 1/2 cm  com uma faca bem afiada e inclinada  do rabo a cabeça, do dois lados. Faça uma salmoura a seu gosto que cubra toda a traíra e deixe de um dia para outro em um saco plastico ou vasilha com tampa. com a traíra esticada sem dobra-la. enxuga-la bem,  e passar fubá por dentro e cobrir-la. Em uma panela ou tacho que caiba sem dobra-la frite em emersão. Para ver se esta no ponto. bata com uma escumadeira se ela esta sequinha.  escorra bem o óleo e deixe em papel toalha para que tire  e cesso  de óleo. Para finalizar, Em uma tabua de carne faça um corte  pela costa do rabo ate a cabeça e abra tire as espinha e os espinho com uma pinça ou alicate de bico.
Antonio Fazio









segunda-feira, 7 de outubro de 2019

PRATOS TÍPICOS TROPEIROS

RANGO TROPEIRO. INGREDIENTES: 300 g de linguiça apimentada-400 g SOBRECOXAS de frango sem osso e pele e PERNIL de porco desossados e cortados em cubos grandes e temperados com com alho, limão sal e pimenta do reino e de linguiça calabresa fatiada-3 xícaras de chá de arroz-6 xícaras de chá de água com sal q. b.-4 c/sopa de azeite-1 cenoura grande ralada-2 cebola média picadas-8 alhos picados-1 xí de ervilha congelada-1 lata de milho cozido-1/2 xí/azeitona picadas-1/2 copo de pimentão vermelho picados-cheiro verde picado. PREPARO:Nu ma panela bem grande em fogo médio, ponha azeite vá fritando pernil e frango. Quando estiverem bem dourados, retire da panela. Na mes ma panela, frite bacon, linguiçaapimentada e calabresa até ficar bem dourados. Então acrescente cebola, alho, pimentão cenoura; Vol- Volte o pernil e frango a panela e refogue tudo. Ponha arroz, refogue por cerca de 2 minutos e então coloque água. Acerte sal e pimenta cozinhe o arroz em fogo baixo mexendo de vez em quando.   Quando o arroz estiver quase seco, ponha milho, ervilha e azeitonas, fatias finas de pimentão, cheiro verde para enfeitar. tire do fogo.  Deixe descansando 5 m. antes de servir.  SALADA DE COUVE. INGREDIENTES: 2 maços de couve manteiga-2 cebolas picadas finas-caldo de 2 limões-azeite de oliva, sal e pimenta-do-reino moídas: A gosto.    PREPARO: Retire os talos da couve e lave em água corrente enxugue-as e pique bem fininhas corte as cebolas em rodelas finas.  Adicione em uma vasilha que vá  servir  e tempere com azeite, caldo de limão e pimenta e sal.

FARINHADA TROPEIRA. INGREDIENTES: 350 gramas de carne seca-2 cabeças de alho 400 gramas de farinha de milho-100 gramas de farinha de mandioca grossa. PREPARO: Comece esmagando os dentes de alho no pilão;  Apos a carne seca, que deve ser previamente cozida na panela de preferência de ferro , por 90  minutos, e depois de bem fritinha.  Acrescente a farinha de milho e a farinha de mandioca  e deixe descansar 5 m. e se preferir  acrescente  salsinha picadinha, misture bem, com uma colher de pau. Em seguida; Sirva, com costela de ripa de boi e mandioca cozida  Bom Apetite!!!
GELEIA DE AMORAS.
1 xí/chá de amoras-1 xí/chá: de água e de açúcar. PREPARO: Retire os talinhos das amoras.Coloque as amoras com a água em uma panela  e deixe ferver, amassando um pouco com a colher mesmo. Quando ferver, abaixe o fogo, acrescente o açúcar e deixe no fogo até engrossar levemente. Pronto, já pode usar quente mesmo, ou deixe esfriar e coloque na geladeira.Dicas: Se quiser fazer uma quantidade maior para deixar na geladeira para usar quando quiser  é só seguir a proporção: 1 medida de amora para 1/2 de açúcar  e1/2 de água. Não deixe a calda ficar muito grossa enquanto estiver no fogo, pois quando ela esfriar, ela engrossa mais  e se colocar na geladeira engrossa mais ainda. Fiz uma geleia pedaços maiores , se você quiser uma geleia mais lisinha. faça assim:  Bata no liquidificador a amora e a água, passe pela peneira, junte  açúcar e leve ao fogo até apurar e engrossar um pouquinho.

Antonio Fazio