Cachoeira - Lajeado Grande- Caminho das Tropas-Viamão /Sorocaba- Vale do Itararé
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domingo, 24 de agosto de 2014
TURISMO VALE DO ITARARÉ
Cachoeira - Lajeado Grande- Caminho das Tropas-Viamão /Sorocaba- Vale do Itararé
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
"PÉ DE BODE" - "CAVALO DE FERRO" - CARROÇAS
São dois eixos rangendo, São quatro rodas girando... *E a sina de carroceiro Vai repetindo: - Até quando? *São tantos e tantos caminhos, Cheios de pó e atoleiros *E um punhado de saudades Mais comprido que Itararé inteira. *Sou filho de carroceiro, Meus companheiros também...*Não me venham, doutores, Que só conhecem motores. *Pois de estradas e amores. Nós sabemos muito bem. *Meu pensamento se eleva... Procura os olhos de Deus, *Vertendo luz entre as trevas; Toda essa luz que conserva. Tão viva a nossa missão... *Minha carroça é meu templo E a estrada, minha oração. (autor desconhecido) - Preservada com muito carinho e saudade pela família de Francisco de Assis Stlader, (Acir Carroceiro), ganhei uma cópia de seu saudoso filho Acir Stlader (Acirzinho).
Durante milhares de anos o homem não conheceu outro meio de transporte e locomoção senão o das próprias pernas. Levando vida nômade deslocava-se constantemente de um lugar para outro em busca de alimentos; seus poucos pertences - armas e ferramentas - eram conduzidos sobre os ombros ou atados às costas. Até que um dia descobriu a tração animal. Aos poucos, aprendeu a capturar e domar animais fortes, utilizando-os para seu transportar e de seus objetos. Durante séculos a evolução dos meios de locomoção foi lenta. Até fins do século XIX quase todas as viagens se faziam sobre o dorso de animais. Homens e mulheres viajavam a cavalo ou de mulas. Estávamos na época de ouro da sela. Por volta dos finais do século XIX, 1890 aproximadamente, Itararé era um dos povoados paulista que se encontrava na rota do caminho das tropas que seguiam do Rio Grande do Sul para o estado de São Paulo. Os caminhos que davam acesso a Itararé eram de picadas e carreiros e atingiam as primeiras casas do povoado no alto da atual Rua Santa Cruz. Esta rua era conhecida, então, como Corredor da Cruz, pois ali estava localizado um cruzeiro fincado pelos próprios tropeiros; as bodegas e casas comerciais nas quais moradores que se fixavam, vendiam suas mercadorias e, também, compravam outras de sua necessidade, era na Rua das Tropas (atual Rua São Pedro). Todavia, para o homem forte e jovem tal maneira de viajar podia ser extremamente agradável, já para as mulheres, velhos e crianças, a sela se tornava perigosa e incômoda. Da montaria, foi que evoluímos para rudimentares veículos ainda tracionados pelos mesmos animais que, até então, nos serviam de meio de transporte; Cavalos, burros e até bois. Acredita-se que no Pouso de Itararé, este foi o único meio de locomoção pessoal e de cargas, durante muitos anos. Ao final do século XIX, com a chegada dos trilhos, da então Estrada de Ferro São Paulo Rio Grande, é que os nossos antepassados puderam experimentar outro tipo de meio de transporte, mais rápido e eficiente e menos penoso ao se atingir grandes distâncias. Gabriel Merege, em 1910, escrevia de São Paulo a seu irmão e compadre Luís Merege, que era fazendeiro e dono da farmacia informando-lhe de que estava em dúvida sobre como transportar para Itararé, toda a sua “tralha” pessoal assim como as mercadorias do seu estabelecimento comercial, se de carroção ou pelos trilhos da recém construída Estrada de Ferro. Como não poderia deixar de ser, acabou escolhendo a segunda opção. E tudo veio de trem. Era o advento da grande competição entre os tropeiros, suas tropas e carroções e o “"cavalo de ferro”", denominação muito utilizada para denominar as composições férreas, naquele promissor final do século XIX. Por mais 20 ou 30 anos, esta disputa entre a tração animal e o vapor ainda perdurou. Hora predominava o transporte por estradas e caminhos e, em outras, sobre trilhos. Itararé não demorou muito a se adaptar a modernidade e o trem passou a ser, então, a mola propulsora de seu progresso. Pela estrada de ferro, rumo a todas as regiões do país, se escoavam as riquezas do município. Inicialmente os porcos, depois o grande ciclo das madeiras e, por fim, nossos produtos da lavoura, com ênfase ao algodão, milho, trigo. feijão. Foram, milhares e milhares de vagões, de nossos produtos que, anualmente, supriram os mercados de todos os estados brasileiros. Somente no ano na década de 50, foram embarcados em Itararé, aproximadamente, 5.500 vagões de madeiras serradas, de pinho e imbuia. A disputa por vagões de carga era acirrada entre os produtores. Em algumas ocasiões, foram necessárias manifestações de protesto pelo atraso com que éramos atendidos pelos encarregados do setor junto a Estrada Sorocabana e a E.F.S.P.R.G, e também o privilegio as grandes serrarias e firmas, em detrimento aos produtores agrícolas locais. Em 1909 foi inaugurada a Estação de Itararé, com a presença do Presidente da Republica. Duas vezes semanalmente éramos brindados com a passagem do trem internacional, que ia de São Paulo ao Uruguai. Argentina. Ocasião em que a plataforma da nossa estação se transformava e uma verdadeira passarela da moda. Ilustres passageiros, durante a parada da composição, desfilavam seus belos trajes, sob as vistas e longos suspiros de toda a população de Itararé. Os itarareenses não deixavam por menos; Eles, pais e filhos ostentando vistosos ternos azul-marinho, chapéu de tecido das afamadas marcas “Prada” e sapatos pretos com meias brancas. Elas, mães e filhas, com seus vestidos longos e estampados e um vistoso pano enrolado na cabeça com as pontas caídas à altura dos ombros. Getúlio Vargas, Presidente Afonso Pena, e Percival Farguhar, (proprietário Southern Brazil Lumber & Colonization Company e da E.F.S.P.R.G.), foram três das muitas personalidades que transitaram por nossa estação ferroviária. A boa convivência entre carroças e carroceiros e “cavalo de ferro”, por fim, veio a se harmonizar a ponto de, em todos os horários de passagem das composições, formarem-se, no largo da estação, filas de carroças a espera dos produtos, mercadorias e, até, passageiros a serem transportadas para os diversos recantos da cidade ou do interior do município. Já, os colonos do Bairro da Seda, tiveram o privilégio de poder contar com um tipo “de carroção coberto com lona e com bancos para comodidade dos passageiros” que os transportava, em viagens de ida e volta do Bairro até a estação. Carroças, Carroções, Carretões, aranhas ou charretes, troles, gaiotas, carros de boi, tracionadas por um e até seis ou oitos animais cortavam, de ponta a ponta, as nossas terras urbanas e rurais. Muitas ruas da cidade foram aterradas com uso de carroças e gaiotas. Varias obras foram supridas de grandes quantidades de pedras e tijolos transportados por carroções e carretões puxados por duas, três e até quatro juntas de cavalos, mulas ou bois. Isso aconteceu na construção da nossa 1ª Matriz de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, nossas galerias de água e esgoto e calçamento de muitas ruas do quadro urbano, coleta de lixo, as sarjetas de arenito extraídas dos paredões em fronte a atual ponte da divisa. Muitas toras de enormes pinheiros e imensas imbuias saiam das matas, por vezes, situadas a quilômetros de Itararé, puxados por infindáveis juntas dos mais diferentes animais de tração. Em dias da Semana Santa, quando o Cine São José , exibia o filme mudo “Paixão de Cristo”, todas as ruas, próximas ao cinema, ficavam apinhadas de charretes e carroças, vindas de todos os cantos da cidade e do interior do município. Eram levas de sitiantes que chegavam, assistiam as sessões, choravam copiosamente, saiam do cinema com seus lenços a enrugar os olhos, pegavam suas carroças em voltavam, emocionados, para suas casas. Esse ritual se repetia, religiosamente, ano após ano. Mas, o reinado de nossas queridas carroças e seus carroceiros, haveria de declinar, por volta do início dos anos 30. Foi quando começaram a aparecer aqui por Itararé, os primeiros automóveis e seus irmãos, mais robustos, os caminhões. Eram veículos que, se comparados á aqueles que atualmente nos servem, pareceriam verdadeiros brinquedos de criança. Muitas eram as marcas de fabricação, todas importadas, que competiam no nosso mercado de transportes. Ford, Chevrolet, Buik, De Souto, Internacional, Duble Flaiton, entre outras. Em uma publicação do Jornal "O Itararé", no ano de 1934, chegamos a ter circulando em nosso município, cerca de 150 veículos automotores (automóveis e caminhões) e 850 Carroças, carroções, carretões e charretes, tudo isso somado a dezenas de bicicletas e algumas raras motocicletas. Para a época, acredito que, proporcionalmente, a nossa população, tivemos mais veículos automotores que atualmente. Alguns “pé de bodes” dos anos 20, faziam o transporte de passageiros que desembarcavam em nossa estação ferroviária.
Certa vez, Carmine Angelucci, confidenciou que, ao chegar ao início da subida da estação, (rua Newton Prado), parava seu "“pé de bode"” e pedia para seu passageiro não se assustar, pois por motivos técnicos subiria aquela acentuada rampa de marcha ré, pois só assim seu veículo chegaria ao topo até alcançar à Rua 15 de Novembro. Pode? Os motivos técnicos: No cambio, a 1ª e a 2ª marchas, estavam escapando.
Comitantemente, com o aparecimento, dos automóveis e caminhões surgiram, também, as bicicletas e as motocicletas. Muitos foram os itarareenses , dos anos 30, 40, 50 e, até mais para frente, que se utilizaram destes meios de transporte, dentre os ciclista destacamos o Senhor Willis Gorski, que fazia entrega dos famosos doces "pés de moleque", confeccionados pela sua esposa Dona Cornélia. Todos os anos eram emplacados todos os veículos de Itararé. Tanto os automotores, como os tracionados por animais, carroças, charretes, troles, etc. e, também, as motos e bicicletas. Curiosidades , dos anos 40, o pedreiro conhecido por Joaquim Ché, solicita através de um requerimento ao prefeito Eugênio Dias Tatit, informações sobre o porquê de ter sido emplacado o “carrinho de mão” de sua propriedade. Um outro fato histórico, ocorrido nos anos da sangrenta, segunda Guerra Mundial foi o racionamento de alimentos e, principalmente, de combustíveis em todo o território nacional. Em Itararé, os proprietários de veículos de passeio recebiam um cupom para abastecimento mensal de no máximo 50 litros de combustível. Já, para os veículos de transporte a quantidade chegava a 200 litros mensais. Também, levado pelo esse rígido racionamento, muitos veículos, em especial, os caminhões, foram adaptados para funcionarem com “gasogênio”. Uma das principais empresas de Itararé que comercializava automóveis e caminhões foi a Agência FORD, da família Lobo Ribeiro. Sua loja e oficinas tomavam todo o prédio que hoje é ocupado por uma igreja evangélica, uma loja, um posto de gasolina, um lavador e estacionamento para os clientes do Supermercado Cofesa. Agências da Internacional, na parte baixa da rua São Pedro e da agência Willys Overland na rua 15 de novembro, no prédio atual do Banco do Brasil de propriedade do Osvaldo Silva,
Itararé por características próprias da sua formação como cidade, não teve um contato mais direto com alguns outros meios de transportes, comuns a outras localidades maiores; Não tivemos o bonde e, raramente, o avião, com a Cruzeiro do Sul, com transporte de passageiros, aliais, durou poucos anos, nos dias de hoje, convivemos com saudade das composições férreas e das carroças, porém, são os verdadeiros símbolos da nossa história e do nosso progresso. Antigamente os meios de transporte eram os animais, como o cavalo, burro, boi e outros que suportavam o peso humano. Com o tempo e com o avanço da civilização começaram a surgir as carroças e, por fim, os primeiros carros movidos a motor. Como, também, tivemos a evolução dos barcos que, de minúsculas canoas, evoluíram a imensos transatlânticos. Os transportes aéreos que desde o 14 bis e os dirigíveis, evolui e hoje temos grandes aviões com potências incríveis e uma enorme capacidade de locomover pessoas e cargas. Os pioneiros dos transportes rápidos que foram os trens movidos a vapor, as “Marias Fumaças” que se transformaram em expressos e “Trens Balas”. Toda essa odisseia só nos demonstra e confirma a grande capacidade do ser humano de sempre estar a se superar, seja na terra, na água, no ar, e, hoje, no vácuo do nosso grande espaço celeste. Qual será o limite? Marte? Vênus? O sol? Ou as profundezas dos mares e oceanos, até o núcleo do nosso planeta?
Itararé por características próprias da sua formação como cidade, não teve um contato mais direto com alguns outros meios de transportes, comuns a outras localidades maiores; Não tivemos o bonde e, raramente, o avião, com a Cruzeiro do Sul, com transporte de passageiros, aliais, durou poucos anos, nos dias de hoje, convivemos com saudade das composições férreas e das carroças, porém, são os verdadeiros símbolos da nossa história e do nosso progresso. Antigamente os meios de transporte eram os animais, como o cavalo, burro, boi e outros que suportavam o peso humano. Com o tempo e com o avanço da civilização começaram a surgir as carroças e, por fim, os primeiros carros movidos a motor. Como, também, tivemos a evolução dos barcos que, de minúsculas canoas, evoluíram a imensos transatlânticos. Os transportes aéreos que desde o 14 bis e os dirigíveis, evolui e hoje temos grandes aviões com potências incríveis e uma enorme capacidade de locomover pessoas e cargas. Os pioneiros dos transportes rápidos que foram os trens movidos a vapor, as “Marias Fumaças” que se transformaram em expressos e “Trens Balas”. Toda essa odisseia só nos demonstra e confirma a grande capacidade do ser humano de sempre estar a se superar, seja na terra, na água, no ar, e, hoje, no vácuo do nosso grande espaço celeste. Qual será o limite? Marte? Vênus? O sol? Ou as profundezas dos mares e oceanos, até o núcleo do nosso planeta?
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
A PRENDA E A PROFECIA...
A PRENDA...
Este caso, foi narrado nos famosos bancos do Ponto de Taxi São Pedro, não lembro o nome do contador. Era um local onde reunia-se muitas pessoas, as fofocas e casos fluíam na maior naturalidade. Além dos taxistas Zezé, Tambiú, Pixilico, Mario Libanio, Nestor Chuabi, Dito Soares e o seu filho Joanito, os cidadãos e frequentadores assíduos: João Adolfo Ferreira, Augusto Padro e José de Lima, estavam presentes. Vamos ao caso:
O casal, Aurea Santos Prado e Augusto Prado, um próspero fazendeiro itarareense, receberam a visita do Padre Teotónio, que além da peregrinação e o contato com os fieis, também aproveitava para ganhar alguma doação ou prenda para a quermesse, onde a rendas arrecadadas era para ajudar na recente construção da Igreja de São Pedro. Itararé, na época era uma cidade, onde a maioria da população vivia na zona rural. A vocação do município era essencialmente agrícola, mas na região onde localizava-se a fazenda Pedra de Afiar, que ficava na divisa de Itararé com Ribeirão Vermelho do Sul, margeando o Rio Verde, a pecuária destacava-se economicamente. Além de fazendeiro Augusto Prado, tinha uma serraria na cabeceira do Córrego Tatit, atual Avenida Kennedy, também estávamos no ciclo da madeira, anos de uma grande prosperidade económica para Itararé. Além do beneficiamento da madeira, fornecia lenha para a Estrada de Ferro Sorocabana e varias residências, é oportuno lembrar que maioria dos fogões eram a lenha A madeira para à lenha e as toras que serrava eram oriundas da fazenda Pedra de Afiar, onde se desmatava para dar lugar para o plantio de pastagens para o gado. E logicamente a visita ao Augusto Prado, constava no rol de visitas do padre Teotônio, já que era um dos principais colaboradores da igreja, sempre doando lenha ou um boi erado.. Conversa vai, conversa vem ...Dona Aurea, como toda sua hospitalidade, serviu um licorzinho e convidou o padre para o almoço. Após, um delicioso franguinho caipira ao molho com polenta e um bom vinho colonial.
No alpendre, com uma bela vista, para a invernada, onde destacava o verde da pastagem;
Cheio de orgulho, o Augusto Prado falou ao padre:
- Olha só, padre, como os pastos estão bonitos e bem cuidados!
Aí, o padre respondeu:
- É, meu filho, São Pedro ajuda.
E o Augusto retrucou:
- Olha só padre Teotônio , como o gado está bonito!
Mas o padre novamente falou:
- São Pedro, ajuda, não é, meu filho.
Meio sem paciência e carente de elogios do padre, o Augusto Prado, respondeu:
- Ah, padre Teotônio.. O senhor precisava ver quando São Pedro, estava sozinho aqui como era esta fazenda.....
O Padre Teotônio, ficou meu sem jeito e levantando para despedir-se. foi interrompido pelo Augusto Prado: - Padre Teotônio, pode ficar despreocupado que no dia 29 de junho , mandarei um caminhão de lenha, já picada, pronta para ir ao fogão, para o Adolfo Bandoni, leiloar na Festa de São Pedro.
PROFECIA... Silvio de Mello, por longos setenta anos, foi sacristão de nossa Santa Igreja Católica em Itararé (1914/1984). Era um exímio contador de casos, principalmente os que acontecia na nossa Paroquia. E um desses casos aconteceu com o padre Belloti: Ao fazer a encomenda de uma alma, o padre referiu-se ao defunto depreciando sua imagem, o que não agradou seus amigos. Estes, revoltados, resolveram tirar satisfação com o padre que conseguiu escapar desculpando-se. Retomado dias depois para rezar a missa de Santa Terezinha. Durante a missa, na hora do sermão o padre Belloti profetizou: - Santa Terezinha vai derramar uma chuva de rosas nesta cidade., em agradecimento aos irmãos que foram pedir explicação ao sermão que fiz na missa de corpo presente de um amigo; compreenderam os meus argumentos. No mesmo dia, o tempo escureceu e caiu sobre Itararé, uma chuva de pedras enormes. Granizos enormes destelharam muitas casas, quebraram vidraças e invadiram residências. Para se protegerem, as pessoas . escondiam-se debaixo das mesas.
Quinze dias depois havia ainda vestígios da chuva!!!
O casal, Aurea Santos Prado e Augusto Prado, um próspero fazendeiro itarareense, receberam a visita do Padre Teotónio, que além da peregrinação e o contato com os fieis, também aproveitava para ganhar alguma doação ou prenda para a quermesse, onde a rendas arrecadadas era para ajudar na recente construção da Igreja de São Pedro. Itararé, na época era uma cidade, onde a maioria da população vivia na zona rural. A vocação do município era essencialmente agrícola, mas na região onde localizava-se a fazenda Pedra de Afiar, que ficava na divisa de Itararé com Ribeirão Vermelho do Sul, margeando o Rio Verde, a pecuária destacava-se economicamente. Além de fazendeiro Augusto Prado, tinha uma serraria na cabeceira do Córrego Tatit, atual Avenida Kennedy, também estávamos no ciclo da madeira, anos de uma grande prosperidade económica para Itararé. Além do beneficiamento da madeira, fornecia lenha para a Estrada de Ferro Sorocabana e varias residências, é oportuno lembrar que maioria dos fogões eram a lenha A madeira para à lenha e as toras que serrava eram oriundas da fazenda Pedra de Afiar, onde se desmatava para dar lugar para o plantio de pastagens para o gado. E logicamente a visita ao Augusto Prado, constava no rol de visitas do padre Teotônio, já que era um dos principais colaboradores da igreja, sempre doando lenha ou um boi erado.. Conversa vai, conversa vem ...Dona Aurea, como toda sua hospitalidade, serviu um licorzinho e convidou o padre para o almoço. Após, um delicioso franguinho caipira ao molho com polenta e um bom vinho colonial.
No alpendre, com uma bela vista, para a invernada, onde destacava o verde da pastagem;
Cheio de orgulho, o Augusto Prado falou ao padre:
- Olha só, padre, como os pastos estão bonitos e bem cuidados!
Aí, o padre respondeu:
- É, meu filho, São Pedro ajuda.
E o Augusto retrucou:
- Olha só padre Teotônio , como o gado está bonito!
Mas o padre novamente falou:
- São Pedro, ajuda, não é, meu filho.
Meio sem paciência e carente de elogios do padre, o Augusto Prado, respondeu:
- Ah, padre Teotônio.. O senhor precisava ver quando São Pedro, estava sozinho aqui como era esta fazenda.....
O Padre Teotônio, ficou meu sem jeito e levantando para despedir-se. foi interrompido pelo Augusto Prado: - Padre Teotônio, pode ficar despreocupado que no dia 29 de junho , mandarei um caminhão de lenha, já picada, pronta para ir ao fogão, para o Adolfo Bandoni, leiloar na Festa de São Pedro.
PROFECIA... Silvio de Mello, por longos setenta anos, foi sacristão de nossa Santa Igreja Católica em Itararé (1914/1984). Era um exímio contador de casos, principalmente os que acontecia na nossa Paroquia. E um desses casos aconteceu com o padre Belloti: Ao fazer a encomenda de uma alma, o padre referiu-se ao defunto depreciando sua imagem, o que não agradou seus amigos. Estes, revoltados, resolveram tirar satisfação com o padre que conseguiu escapar desculpando-se. Retomado dias depois para rezar a missa de Santa Terezinha. Durante a missa, na hora do sermão o padre Belloti profetizou: - Santa Terezinha vai derramar uma chuva de rosas nesta cidade., em agradecimento aos irmãos que foram pedir explicação ao sermão que fiz na missa de corpo presente de um amigo; compreenderam os meus argumentos. No mesmo dia, o tempo escureceu e caiu sobre Itararé, uma chuva de pedras enormes. Granizos enormes destelharam muitas casas, quebraram vidraças e invadiram residências. Para se protegerem, as pessoas . escondiam-se debaixo das mesas.
Quinze dias depois havia ainda vestígios da chuva!!!
quarta-feira, 6 de agosto de 2014
O VELÓRIO
Inacreditáveis casos sobrenaturais. Acontecidos com pessoas reais, que de repente descobriram que existem muitos mistérios e coisas sem explicação acontecendo pelo mundo afora. E que podem acontecer a todos, e a qualquer um de nós...
Agora vamos partir pra uma coisa incrível que aconteceu no seio da família do Heron Cavalcante, conhecido por essas bandas de Pedrinho Gaúcho.
Porque foi um verdadeiro fenômeno. Ele nos conta:
Na época da construção da estrada de ferro de Itararé a Santa Maria (RS), muitos trabalhadores foram chamados pra trabalhar em um regime muito pesado e em péssimas condições.
Naquele tempo , uma grande parte do Sul do Brasil, teria que ser ligado pelos trilhos do trem RFSPRG.
Um irmão de meu avô trabalhou nessa ferrovia acabou por adoecer e depois de muito sofrimento veio a falecer com apenas 22 anos, provavelmente de malária ou outra daquelas doenças tropicais que assolavam naquele tempo.
Pois bem, uma pessoa morrer nessa idade naquele tempo era uma coisa até mais do que corriqueira.
Mas o que aconteceu depois foi algo muito mais do que surpreendente. O medico havia declarado a morte do meu tio avô. A família providenciou o enterro e o irmão mais velho do meu avô e do morto; Sentindo muito pesar pela morte do irmão comprou tudo que havia do bom e do melhor em roupa de cama , mosquiteiro. Roupas pro irmão e até um belo caixão.
Tudo de qualidade e para homenagear o defunto.
Quando tudo parecia bem encaminhado o morto aparentemente resolveu que ainda não estava na hora de descansar em paz!
Sentou e espantou os presentes , voltando à vida de forma súbita e incompreensivelmente revoltado.
De repente começou a reclamar de todo aquele luxo e desperdício de dinheiro que tinha sido gasto com a sua pessoa...
Quando eu era vivo , meu irmão humilhava-me, fazia-me trabalhar e pagava-me uma mixaria. Maltratavam-me, e nunca deram-me nenhum valor!
Agora que eu morri compram roupas bonitas, ternos, lençol e esse caixão enfeitado.
Podem tirar tudo isso daqui ! não quero nada que vocês colocaram em mim pra velar-me como si eu fosse um rico. Como se vocês importassem-se comigo. Podem tirar tudo isso daqui agora, eu estou com sede e quero só beber um pouco de água. Como não costuma-se negar nada a um moribundo, menos ainda negariam água a um morto. E então trouxeram a água e o morto bebeu...
E logo em seguida deitou-se novamente e tornou a morrer. Desta vez definitivamente! Claro que a família não iria conformar-se em jogar fora tanta luxaria. Então venderam tudo e juntou-se o dinheiro pra comprar materiais para construir um tumulo.
Uma ultima morada para aquele ente querido que descansaria pelo resto da eternidade ali. Mas o tijolo, a areia, o saibro e pedras que havia sido comprado e que ali seria usada pra construir um jazigo enfeitado e até a cruz que queriam por.
Depois de descarregadas ali no cemitério e antes que tivessem tido a oportunidade de serem usados. Uma espécie de chuva repentina veio, criando uma enxurrada muito forte e foi abrindo um buracão enorme. Que acabou por tragar todo o material de forma que não restasse um único tijolo daqueles. Não sobrou foi nada ! E a unica lição que se pode tirar dessa historia, que sempre meu avô contava é a de que se você tem algo a fazer por alguma pessoa.
Tente fazer apenas coisas boas pra todos que estiverem perto de você. E enquanto essa pessoa querida está bem viva e em condições de usar qualquer presentinho que você queira dar...
Um inté do Pedrinho Gaúcho.
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
UM TAL CORONEL CRISTÓVÃO PEREIRA DE ABREU
Como as modernas frotas de caminhões, tropas cruzaram os quatro cantos de Minas, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, por mais de 200 anos, movimentando a economia. Muitos ranchos de tropas montados à beira dos caminhos do interior se transformaram em vilas e cidades
Os homens e seus facões chegaram na frente, abrindo picadas na mata e seguindo os rios em busca do ouro nas Gerais, isso foi lá pelos fins do século 17. Depois vieram os muares (mulas e os burros), comandados pelos tropeiros pioneiros, para trabalhar na região das minas, carregar mercadorias e garantir o abastecimento da população que não parava de crescer. Há 280 anos, o português Cristóvão Pereira Abreu (foto), saía do Sul da Colônia de Sacramento, com 3.500 animais e 132 homens para dar início a uma atividade que se confunde com a história de vários municípios, oriundos dos pousos e acampamentos do caminho. A viagem até Ouro Preto, ex-Vila Rica, onde Cristóvão tinha uma filha casada, durou um ano. Já em 1735, ganhava força o transporte de carga entre o Rio de Janeiro e a capitania de Minas e as tropas xucras tangidas do Sul do pais. O tropeirismo unificou o país e trabalhou para o seu desenvolvimento. Muitas cidades paulistas nasceram em volta dos ranchos ou acampamentos, onde os homens paravam para descansar. Quem anda pelos grotões das Gerais ainda encontra um ou outro tropeiro subindo montanhas, com poucos animais, numa situação bem diferente dos séculos 18 e 19, quando eles dominavam a paisagem de Norte a Sul para abastecer áreas centrais com querosene, tecidos, peixe salgado, sal, roupas, vasilhames e outros produtos. “O Brasil pode ser dividido entre antes e depois dos tropeiros, que eram homens empreendedores e funcionavam até como correio. Na verdade, eram o “Sedex” da época”, compara Carlos Roberto Solera, presidente do Núcleo de Amigos Terra e Água (Nata), organização não governamental de Curitiba (PR) empenhada na defesa da atividade. “Queremos ver o tropeirismo reconhecido como bem imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e cultural da humanidade pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco)”, diz Solera, que vem trabalhando, dentro do projeto Tropeiro Brasil, e a Universidade de Girona, na Espanha, onde há um curso de turismo cultural. Mas, afinal de contas, quem eram esses homens desbravadores, aventureiros, dispostos a cruzar rotas extensas e enfrentar perigos? Os tropeiros não eram apenas comerciantes, mas gente de fibra. “Movimentavam a economia por onde passavam, já que, para dar manutenção às tropas, surgiam nas estradas ferreiros, seleiros, domadores, donos de lojas de secos e molhados etc. Hoje, seriam como donos de frotas de caminhões, que precisam de oficinas mecânicas e postos de gasolina nas rodovias para não perder a viagem. Muitas expressões nascidas no dia a dia dos grupos caíram na boca do povo e são usuais até hoje. “Quem nunca deu ‘com os burros n’água’, quando algo dá errado, ou não ‘empacou’ diante de algum perigo?”. A literatura também gerou muitos frutos em verso e prosa e o itabirano Carlos Drummond de Andrade (1912–1987) não poderia fugir à regra. No poema Privilégio, escreveu: “Chicote de cabo de prata lavrada/chicote de status não fica entre os outros de couro e madeira plebeus/É guardado à parte/zelado ao jeito dos bens de família/Não risca no flanco de qualquer animal”. Já um autor desconhecido descreveu como eram a vida e as urgências de um tropeiro: “1) Estou de passagem com tempo limitado de permanência. 2) Não compro nem vendo a prazo. 3) Não compro nem vendo animais com defeito ou com mais de 10 anos. 4) Só compro de quem quer vender. 5) Só vendo para quem quer comprar. 6) Só troco com quem quer trocar. 7) Só negocio na presença do sol. Grato aos homens e a elas o meu bom dia”. Pesquisando encontramos características marcantes do cotidiano dos tropeiros. Os donos das tropas gostavam de andar bem vestidos, elegantes, mesmo percorrendo longos caminhos. E como passavam meses fora de casa, namoravam muito e se mostravam festeiros por excelência. Sobre esse quesito, uma moda de viola dá a dica às mulheres para não se apaixonarem por aquele tipo de homem: “Maria, por caridade/Não ama tropeiro, não/tropeiro é ‘home’ bruto/bicho sem combinação/Maria, escute o conselho/sossega seu coração”. Mas a turma era de paz, pois brigões não teriam vez num setor em permanente movimento. Se por acaso arrumassem confusão num pouso de estrada, teriam problemas de hospedagem na próxima viagem. O tropeirismo unificou o país e trabalhou para o seu desenvolvimento. Muitas cidades paulista as nasceram em volta dos ranchos ou acampamentos Outra forte marca dos tropeiros estava na religiosidade, damos como exemplo a Santa da Barreira. Não viajavam em dias santos, o que seria um desrespeito a Deus. E se estivessem numa vila ou povoado, assistiam à missa aos domingos. Gostavam de musicalidade, principalmente a viola, poesia. dança (fandango) e davam as notícias em primeira mão. Honrar compromissos financeiros era sagrado. A palavra valia ouro e tudo era feito no "fio do bigode", o que se traduz por falta de papel e testemunha. Solidariedade era outra características dos grupos. Quando saíam do rancho, deixavam madeira para o próximo grupo, garantindo lenha para a fogueira por muitos dias. No século 19 com as ferrovias e no seguinte com os caminhões, a atividade entrou em decadência, mas deixou legado que encanta e mostra os tempos de um outro Brasil. Cristóvão Pereira de Abreu, nasceu 1680 em Ponte de Lima, Portugal e faleceu 22 de novembro 1755, na pequena Vila que foi fundador///////////O que nos intrigamos se perguntarmos a qualquer pessoa quem foi Cristóvão Pereira, ninguém sabe ou talvez nem mesmo os professores de história. E não há nenhum nome de rodovia o homenageando quem abriu o primeiro Caminho entre o Sul e o Centro do Brasil, há porém a Free-Way e a "Presidente Kennedy", nenhum nome de cidade, nenhum monumento ou estatua, nem sequer uma placa de praça, de avenida, de rua , de beco, relembrando o fundador do Rio Grande do Sul e muito menos nos municípios que compõem o Caminho das Tropas em que foi o desbravador. Em Itararé, tem nome de Praças que nem sabemos quem e qual os méritos para tal homenagem. Construiu, a primeira ponte sobre o rio Itararé (Barreira); por volta 1731, documentada por uma gravura de Jean Baptiste Debret . Ou nossa memoria nacional é uma vergonha ou então perdi meu tempo lendo um disparate ou brincadeira de mau gosto de vários historiadores brasileiros.
AJUDEM-NOS A SAIR DESTA DÚVIDA: SERA MESMO QUE EVISTIU O TAL CORONEL CRISTÓVÃO PEREIRA DE ABREU?
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