Hoje a infância é passada, em sua maior parte, dentro de casa ou apartamento, os brinquedos são eletrônicos. Videogames, celulares, tudo robotizado. Contudo, nenhuma criança de agora trocaria sua infância pela minha (até por que eu não aceitaria tal troca). Assim é a vida. Cada coisa no seu tempo. Mas lhes digo: O contato com a terra, com os animais e principalmente com os amiguinhos, são fundamentais na formação das pessoas.
BONECA DE PANO
O corpo é de enchimento de feltro e o vestido de tecido simples. Os cabelos são feitos de lã de pelego ou de fio de lã, os olhos de botão e a boca é pintada ou costurada. Esta é a receita para a criação de ser o brinquedo mais antigo da humanidade: a boneca de pano. Essa técnica foi ensinada pela Dona Emerenciana Campanelle, que era especialista em costurar vestimentas masculinas; calça, camisa, terno e afins; E o seu hobby, era confeccionar bonecas de pano, cinco marias peteca, etc. diz sua neta, Tereza Souto Campanelli, que aliais, aprendeu a profissão de costureira com avó; Os brinquedos passados de geração a geração, perpetuam na infância, tradições tão antigas que a maioria não se sabe mais ao certo a origem. Todos, porém, tem a mesma característica: são feitos de forma artesanal pelas próprias crianças. -Eu fazia peteca com palha de espiga de milho enrolada em uma caixa de fósforo. As penas eram de galinha, que eu juntava no quintal do meu pai Fernando Campanelli, que também, aprendeu a profissão de alfaiate com a vó Merenciana, as cinco marias são cinco saquinhos cheios de sagu , explica Tereza. De fato, hoje tudo é industrializado e as crianças não têm mais o hábito de fazer os brinquedos. Só querem montar às vezes é melhor do que o brincar. Olhar para o brinquedo e pensar "fui eu que fiz" tem um gostinho diferente. É um mundo do faz de conta onde a criança exercita a imaginação. Há brincadeiras, porém, que não se perderam no tempo. Vivas até hoje no cenário infantil, as crianças nem sabem que, por meio delas, estão perpetuando tradições milenares; É o caso do cavalo de pau, das brincadeiras de amarelinha, esconde-esconde, pega-pega. Que criança não brinca disso na escola?
O "revolver" da chapa ao lado. Era as armas de brinquedo da minha geração. Brincávamos de Bandido e Mocinho, nas velhas e legendárias mangueiras da Serraria Sguario. de propriedade do saudoso João Sguário; as mangueira eram ao do campo de futebol do Sguário Esporte Clube, que localizava-se na rua XV de Novembro, esquina com a 9 de julho. Não podíamos imaginar, naquela época, que o mundo tornar-se-ia tão violento e que as armas eram, na verdade, as contrarrazões da humanidade. Tempo bom, de inocência e pureza.
Antonio fe Fazio