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sexta-feira, 1 de março de 2019

CASOS DE ITARARÉ




PESSOAS DE SAIA.

Contada   pelo ex- Prefeito Francisco Alves Negrão, politico itarareense.  Tinha   na coligação   como  candidato  a  vereador   Nager  Gusmão, na campanha que  foi  vice-prefeito do  Dr. Clayton  Sguário.   O Nager que acabava de entrar para a politica de Itararé, nascido no Distrito de Sta. Cruz dos  Lopes,  e filho de seu  maior cabo eleitoral, foi eleito com uma uma   expressiva votação.  Irritado com o magistrado local que obrigou fazer uma revisão em sua prestação de conta com o gasto da campanha Resolveu ataca-lo a miúde, nas rodinhas de jogar conversa fora.   Antes disso, foi , porém,   comunicar a sua resolução ao seu   padrinho politico Negrão. - Acalme meu amigo, acalme.. - aconselhou o Negrão, - Nada de precipitações, se você quer  ser  mesmo  politico, não  brigue com gente que usa saia.  E definiu: Juiz, Mulher e Padre... 

TITO PRETO E O GUARDA.
Quem nunca ouviu falar do   Tito Preto. Lá de Itararé, deveras não sabe nada  de  mim,  Pois  até  hoje não me  apareceu  um  cara  que   toda  a população da terrinha tinha com uma pessoa  amiga e prestativa - E ele infelizmente partiu fora do combinado, que é como costumo dizer.  Falo sobre  este personagem real que marcou a vidas de muitas pessoas, por isso vou contar umas das suas.  O Tito, "trabalhava",   para o Deputado Walter  Santana  Menck, que tinha em sua   fazenda  Barro     Preto, um  caminhãozinho   ano  1928,  chevrolet, com era apelidado de "cabeça de cavalo", o dito cujo  calhambeque, não tinha de  mais  estragado.   Sem pará-choque  dianteiro e  traseiro, sem  portas,  carroceria  podre,  toda torta,  lataria  enferrujada que não  dava nem  para ver a   cor do bicho.  Enfim, era aquele  desproposito de  viatura.   Mas, como o motor estava retificado, e esses motorzinho vão longe até não sei quando, para que o deputado queria?  Era  para levar palanques para consertar cercas, rolo de arame  farpado;       Sal para os coxos da   invernada, levar latões de leite  até a porteira  da estrada, e isso ele aguentava bem.  Num sábado  era dia de folga do Tito, sempre ia  de  jardineira do Chiquinho,que  era guiada pelo Amantino, rumo a Itararé, estrada velha de terra que ligava Itapeva Itaberá... Resolveu, ir com o "cabeça de cavalo". Pois bem, ao pegar a descida até o   Rio Verde, com operários do  D.E.R.  cascalhando a estrada, eis que aparece, para a surpresa do  Tito. Um enorme guarda rodoviário, fazendo o sinal para ele, o  Tito encostar.    O Tito foi com  o canham-beque, pela direita da estrada e lá embaixo,  após de rodar uns 100 metros,  foi que  parou com  tudo.   Não  se     ouviu nem o ronco do motor, que era    aquela coisa de  definição, de tanto se misturar com o barulho de lata velha e carroceria toda  destrambelhada.  O dialogo que se seguiu entre ele e guarda, depois de o mesmo ter   andado muito pra chegar até o lugar, foi assim:
GUARDA-   Boa tarde  (eram  6 horas da  tarde, que é hora de pescaria). TITO-  Boa tarde sim sinhô.  GUARDA  - A carta?   TITO - Que carta, seu  guarda? GUARDA -A carta de motorista.   Que carta poderia ser?  TITO -Ahn..essa não tenho não.   Num deu tempo  d'eu  cunprá  a carta ainda.  GUARDA -  Documento do carro?   TITO -  Que documento?   GUARDA - documento do carro. Documento que prova que o  carro é seu.     TITO- (ofendido)  Pelo amor  de  Deus!  O carro  não é meu! !!  É do  deputado Walter Menck. dono da maior fazenda por essas bandas,  trabalho prele e, pode perguntar lá em Itararé, todo mundo me cunhece.   GUARDA (já meio impaciente) -    Mas o senhor tem  que ter esse    documento, meu amigo. Quer dizer que não tem?   TITO -  Não sinhô.   Esse   documento, também num  tenho não. Mas assim que eu pudé eu compro  também.... GUARDA - (Indo a frente do caminhãozinho) - Acenda os faróis.   TITO - O sinhô vá  descurpá. O  faró da  esquerda  ta  queimado.   E o da direita sem luz.   Guarda -   O senhor não tem nem  para-choque!  è o que estou vendo. TITO - Não sinhô. Onde eu trabaio não precisa. Num tem-choque   cum nada. É na fazenda puxando as coisas de precisão. Buzina o senhor tem?    TITO -  Não sinhô.   Não tenho  também não.  Num vô  menti pro sinhô.   O senhor acha qui  eu  vô gastá  o  meu  dinheiro   com supérfu? Nem  que    apresente nota o   patrão não mi pagá!    GUARDA   (já meio irritado com tudo - Eu espero que pelo menos    breque o senhor tenha?  TITO - Se eu tivesse breque tinha parado lá atrás, como o senhor pediu Guarda  (já puto).   Não tem breque também, não é? Pois bem, o senhor não tem  carta, não tem  documento, não tem  farol, e  buzina, não  tem breque..Olha meu amigo, se eu for multar o senhor, nem vendendo esse caminhão vai dar pra pagar tanta multa.  Onde o senhor vai indo agora? Tito (calmo) Tó indo pesca uns peixinho no  Rio Verde , que fica logo ali ó.  GUARDA  (puto, mas muito compreensivo)  -  vamos fazer uma coisa. Faz de conta que eu não vi o senhor. Pode ir embora com esse "veículo" Se assim posso chama-lo!   TITO  (do seu  jeito  gaiato,   calmamente) - Então, seo guarda, me faz um favô.  Da uma empurradinha no bicho que eu tô sem bateria também ... Contava o  Tito Preto, que o guarda, numa boa, empurrou  sozinho o tal "Cabeça-de- cavalo". Chevrolet. 
Antonio Fazio.



   

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