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quinta-feira, 12 de junho de 2014

CAMINHO VIAMÃO/SOROCABA- PARANÁ E SÃO PAULO


 
   PERCURSO  PARANÁ  E SÃO PAULO  - SECULO XVIII


Uma vez assentada o processo da condução da animália e que veio a se constituir num importante ciclo econômico , fator determinante da integração  do Brasil Meridional, interessava-nos estudar os roteiros e podermos entender suas característica evolutivas, seu processo social, o despertar do núcleo urbano e respectivas relações sociais entre si  e finalmente a expansão fixadora de seus limites. Com este  propósitos tentamos no primeiro  instante definir o traçado do caminho.     Concluído  o primeiro caminho que começava em Laguna, poucos anos depois a preferência recaiu para o de Viamão, percursos que mereceram muitas publicações e referências  pelos estudiosos do tropeirismo, o trabalho que desenvolvemos para o  levantamento e identificação dos percursos do caminho das  tropas, enquanto persistia as duas fases (Laguna e Viamão).    Adotamos a seguinte metodologia: Coletar os vários roteiros conhecidos, bem como as cartas geográficas antigas, que colocamos em ordem cronológica crescente de suas datas.     Anotamos a seguir, todos os referenciais  das paradas (pousos), listamos em ordem sequencial numa coluna, onde a parte inferior corresponderia o sul e a parte superior o norte.     No topo de cada coluna (cabeçalho), anotação de seu ano e mapa, para cada roteiro,  construímos uma coluna, colocadas lado a lado, de forma a coincidir os topônimos semelhantes ou afins.    Lateralmente e paralelo as colunas, corria uma linha de referência em quilómetros ou de léguas, para facilitar e localizar possíveis alterações toponímicas.    Uma vez homogeneizados pousos, foram plotados em cartas atuais.     Depois, unem  esses pontos, sequencialmente, no sentido da marcha com traço forte e o resultado no que tange ao  Paraná, mostramos no final deste trabalho.          A leitura desses traços permitem-nos algumas considerações.  É flagrante que o uso continuado dos locais de pousos, transformando-se em posições fixas e incorporando a presença dos preparadores de serviço  e bens.      A  exemplo, lembrar a figura imprescindível do ferreiro,  dos artífices especializados no trato do couro, a oferta da aguada, das invernadas com pasto seguro,   do celeiro, do latoeiro e tantos outros personagens.     Breve aparece um pequeno oratório, depois capela até alcançar a alcunha  de Frequesia.     Na beirada desses caminhos e locais de pousos, vêm os abrigos fixos, as moradas em ambas as margens, formando uma espécie de corredor.  Gradualmente, com o incremento das tropeadas, surgem novas construções por detrás das primeiras filas de casas, adensando e delineando os traços de um futuro vilarejo, o bosquejo de um perfil urbano desordenado, lentamente transformados em cidade e finamente os municípios homônimos.        A comprovação documental dessas fixações,  ratificou-se através da leitura e analise dos roteiros e mapas mais recentes para os mais antigos, comparando e identificando a nomenclatura e toponímia. Para facilitar a compreensão  desses estudos e fins didáticos, utilizamos a nomenclatura atual das cidades, uma vez que nosso propósito é o de encontrar o itinerário macro do caminho das tropas no Paraná e São Paulo, que resultou nos croquis que integram esse trabalho.     A escalada adotada não nos permite detalhar com precisão todos os deslocamentos e pequenos ramais.     Como dissemos antes; é uma visão macro.      Sub-dividimos o grande eixo do caminho no Paraná em quatros módulos.   O primeiro compreendendo do Rio Negro a Lapa; o segundo da Lapa até Castro; o seguinte de Castro a Jaguariaiva e finalmente o módulo  Jaguariaiva  a Itararé.    De pronto dizer de que o primeiro e último módulos, permaneceram quase inalterados durante todo o desenrolar da saga tropeira.     O módulo Lapa-Castro  tiveram desdobramentos e alterações, por exemplo; a transposição do Iguaçu que no primeiro momento  se fazia  nas proximidades da foz do Capivari, foi substituída pelo mais adequado da Região do Caiacanga.                      O módulo (Lapa/Castro), corria em direitura norte, passando pela capela do Tamanduá, alcançava São Luiz do Purunã onde infletia levemente para noroeste, cruzando a cabeceira do Pitangui.    Com o correr dos anos o percurso foi cada ves mais desviando para oeste, passando por Palmeiras, Ponta Grossa, Cambiju  e outros.  Do rio Pitangui, bem nos primórdios das tropeadas ele seguia quase direto para Castro, com passagem pelas então fazendas Maracanã e Capão  Alto.     A medida do surgir novos pousos e invernadas, reforçam a presença de Piraí do Sul e  Tibagi.     Da leitura documental e plotadas, percebe-se algumas acomodações toponímicas e alterações semânticas ou versões; do Tupi Rio Uma (Negro), para Rio Negro; Rio Grande Pequeno para Rio da Várzea; Rio Grande de Curitiba ou Rio do Registro para Rio Iguaçu, Tajucoca para Itaiacoca, Rio Tarará para Rio Itararé e assim por diante.    Antes de encerrarmos, trazemos algumas dessas referências que serviram a nossa pesquisa, sobre o Paraná pinçando quatro roteiros, dos muitos que utilizamos, respeitando-se o eixo de deslocamento no sentido sul-norte ou Viamão/Sorocaba: 
 
ROTEIRO de 1.745 – Rio Negro,  Passa Três, Rio Grande Pequeno, Rio Grande de Curitiba, Fazenda Tamanduá, Fazenda São Luiz,  Vitiquera, nascente do Tibagi, Tajucoca, Pitangui, Rio das Furnas, Rio Jaracatuba, Rio Morungaba, Rio Tarará;  
ROTEIRO de 1750 – Rio Negro, Rio Grande de Curitiba, Fazenda Tamanduá, São Luiz, Fazenda Vitiquera, Arroio Cambiju, Rio Pitangui, Rio das Furnas e Rio Tararé;      
ROTEIRO de 1.773 -Rio Negro, Campo do Tenente, Rio da Várzea, Registro de Curitiba, São Luiz,  Fazenda Pitangui, Rio Iapó, Rio Piraí, Rio Jaguariaiba, Rio Itararé       

ROTEIRO de 1.777 – Rio Negro, Santo Antônio da Lapa, Caiaganga, São Luiz, Porcos, Itaiacoca, Pitangui, Carimbei, Iapó, Cinzas, Jaguariaíva, Furnas , Itararé.
Dados obtidos de Henrique Paulo Schmidlin - Pesquisador do Paraná.
O Caminho Paulista das tropas; tivemos o prazer de conhecer o trabalho investigatório do pesquisador,   Dr. LAELSON BITRAN TRINDADE, que esmiuçou a exaustão o Caminho Tropeiro entre Itararé/Sorocaba.            Minucioso  e  sistemático no esquadrilhar  em campo e após,  transferir em carta topográfica as regiões percorridas e depois publicado de onde reproduzimos o  trajeto e sua linhas gerais que permaneceram por mais de duzentos anos, (Bitran, 1.992, 34):    Sorocaba, Araçoiaba da Serra, Capela do Alto,  Alambari,  Itapetininga, Fazenda do Porto, Bairro das Antas, Varginha do Capivari, Pescaria, Paraná Pitanga, Buri, Estação Rondinha, Estação Engenheiro Bacelar, Itapeva, Itaberá (Estação Engenheiro Maia), Estação Rio Verde e Itararé.    Desde percurso, extraímos algumas rotas para ilustrar o nossa pesquisa, mas obviamente a escala (1:1600000), não possibilita detalhar com precisão.  O mapa do trecho paulista, foi elaborado por ocasião do Resgate do Caminho das Tropas Itararé/Sorocaba - maio de 2.005.      



     

3 comentários:

  1. Extremamente importante , pq o gado bovino q os portugueses introduziram no Nordeste, devia ser RAÇA, de baixa qualidade/ em pastagens ruins do Nordeste. O gado introduzido p espanhóis na bacia platina encontrou nos pampas região melhor p se desenvolver que a própria origem , custeados por melhores vaqueiros , os portenhos e os gêneros ( italianos ) .

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  2. Gêneros, quis dizer VENETOS ( ITALIANOS DO VENETO ).

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  3. Teria muito gosto , em falar especificamente e de forma abrangente , desde tema !!!

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