Pesquisar este blog

sexta-feira, 24 de abril de 2015

LEMBRANÇAS...


                                                                                                                                                                                                                  Ôh,  minha Lua Prateada!   Com você eu posso falar!  Sobre a querida Itararé.Que saudade eu sinto das noites frias de junho, em festa de São João, na Fazenda do mesmo nome de propriedade do Dr; João Batista Ferreira Lobo ( Ni Lobo),  onde lá no Terreiro a fogueira ardia em brasa num clarão.  Bem antes já se juntavam as madeiras, tudo era em abundância; amontoados os troncos, os galhos era só espera.  O Pedro Tatit, era dono da Loja "Tem Tudo", levava fogos de artifícios, ainda sem saber do perigo, e nem mesmo avisado, trazia os balões para estas noites ir soltar. distribuía traque e caixinhas de fósforos de cor para as crianças.  Que alegria ver o balão subindo nas suas cores tremendo e o seu fogo até cuspindo,  as estrelas caindo dos fogos de artifícios,   Ao lado com mesas improvisadas estavam todos os doces, aqueles que hoje não se come mais.  Tanta coisa, pé de moleque, encomendado Willi Gorski, cocadinha, batata doce, pinhão cozido e não faltava a canjiquinha e o arroz doce algodão doce.  Noutro lado o gostoso bolo de fubá, o milho cozido pronto para mastigar, o quentão só para gente grande tomar, a pipoca, o  bolinho de frango.  Cantava-se com a viola tocando, e sanfona do mestre Ataliba, na quadrilha improvisada fazendo acompanhamento numa grande alegria.  Ah! que saudades do tempo que tenho do sitio Santo Antônio, que era  de meus pais,  saudades  das caminhadas no mato procurando os ovos que as galinhas deixavam por lá.  Ir pegar as mangas e abacates no chão, pois caíam de montão, não dava tempo de distribuir tudo, os abacates que sobravam eram  para fazer sabão.   Saudades do vento no rosto, do cheiro de chão!  Do leite quentinho tirado na hora da Mansinha pela minha saudosa  mãe  Dona Cida.  Saudades de ir pescar  na lagoa, que tinha divisa com o sitio do saudoso João Contieri  e levar para casa peixes que nunca ninguém viu de tão miúdos. Mas a brincadeira valia.  Saudades dos domingos das corridas de cavalos em cancha reta , construída pelo o meu pai Zuza. Um pequeno relato que Itararé e sua gente me proporcionou, cada um de nós temos lembranças que nunca esqueceremos. De jogar bola no Campo da firma Sguário, na rua 15 de novembro.  Dos colegas e professores do Grupo Escolar Tomé Teixeira.  De nadar no Caiçara e no Recreio do Rio Verde.  Dos colegas at do Tiro de Guerra. Dos cinemas; Cine Itararé e São José. Dos bailes nos clubes:Fronteira, Primeiro de Maio e 13 de Maio.    O tempo passou, o progresso chegou nos sítios  também.  O pomar não é o mesmo, as frutas crescem em qualquer tempo!  Os ovos estão guardados recolhidos automaticamente e as galinhas na engorda, presas, coitadinhas presas em gaiolas.   Saudades do  leite que eram entregue de casa em casa de charrete, agora deixam o leite em galões, na porteira e levam todo embora para ser pasteurizado e  comercializado em saquinhos embalados. Saudades dos cinemas (hoje vamos assistir filmes em Itapeva).  Tenho saudades sim, mas também estou no novo tempo!  Olha eu aqui escrevendo no computador! E a velha maquina de escrever Reminthon??   Mas à noite com um olho no céu, procuro a Lua, o luar prateado e se der sorte ainda ouço a voz de um sertanejo, cantando a sua musica raiz que quase sempre é de felicidade e amor!  Do sonho da adolescência, restou a lembrança  que soube aproveitar: Itararé, onde nossas raízes perpetuam!!!


 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário