ITARARÉ, surgiu de um pouso tropeiro e até os dias atuais, ainda guarda vestígios da influência dos tropeiros, não só o caminho e o passador sobre o rio Itararé, na Barreira, na culinária e nos Cruzeiros; da Praça Nhá Dita e da Igreja Santa Cruz, mas também na linguagem, principalmente do homem do campo. Abaixo um vocabulário relacionado com profissão que exerciam:
AÇOITEIRA – ponta de rédea com a qual o peão açoita o muar. ALQUEIRE – medida agrária (24.200 metros quadrados em São Paulo). ANCOROTE- barril pequeno, usado para transporte de aguardente. APEAR – descer do animal. ARÇÃO– peça arqueada do arreio. ARRANCHAR - pousar, descansar no rancho. ARREIO – é como os peões designam, generalizando, o seridote, o lombinho, etc. BADANA ou BALDRANA– manta de couro lavrado, que se coloca sobre o arreio, acima do pelego. BAGO – testículo. BAIO – pelagem do cavalo ou burro que se caracteriza pela cor amarela dos pelos. BARBELA– cordel que prende o chapéu ao queixo. BARBICACHO – embocadura de correia de couro macio, que circunda os dentes incisivos inferiores num espaço chamado barra e a mandíbula dos cavalos e burros. BERRANTE – espécie de buzina, feito com um ou mais chifres, acoplados, utilizado para “chamar” a boiada. BICHEIRA - ferida dos animais. BOI– quadrúpede ruminante, dotado de casco bipartidos. BRAÇA – Antiga unidade de cumprimento equivalente a 2,2 m, muito utilizada pelos tropeiros. BRAGADO – animal com manchas brancas na barriga e nas pernas. BRIDÃO – embocadura para animais constando de duas peças de ferro articuladas, menos enérgico que freio. BROCA – doença dos cascos. BRUACA – mala de couro cru, para transporte de utensílios de uma comitiva. BUÇAL ou BUÇA – cabresto rústico e reforçado de couro cru, usado par doma de burros. BURRO – hibrido infértil resultante do acasalamento da égua com jumento. CABEÇADA – peça de couro dos arreios que se passa pela cabeça dos animais, completada pelo freio ou bridão e rédeas. CABRESTO – cabeçada de couro cru em correia ou torcido, ligado por aros metálicos, que se coloca na cabeça do burro ou cavalo, para conduzí-lo ou amarrá-lo. CANECÃO – Cincerro maior do peitoral da mula que transporta a carga. CARGUEIRO– burro ou mula com cangalha, um par de bruacas e utensílios. CARONA – manta de couro que se coloca sob o arreio. CARRO DE BOI – veículo de rodas, puxado por juntas de bois, destinado a transportar carga, distinguem-se as rodas, o eixo, a mesa e o cabeçalho. CICULATEIRA: cafeteira. COADOR – saco de pano utilizado para coar café. COMITIVA – grupo de peões de boiadeiro, encarregados de transportar boiadas, é constituída de capataz, ponteiro, meeiros, chaveiros, culatreiro e o cozinheiro. COURO ou LIGAL– peça de couro cru que cobria a cangalha e sua carga. COXONILHO – manta de tecido de algodão ou estopa guarnecida por retalhos de várias cores, que substitui o pelego. DOMADOR – peão amansador. EMBORNAL– saco duplo de pano com alça. ENERVAR– esticar o couro com taquara. ESTEIO – Escora de madeira. FORNO – construção de barro utilizado para cozer pão, assar carne, etc. FREIO – embadura metálica recurvada. GARROTE – bovino jovem com idade de sete meses a dois anos. FREME - espécie de canivete com laminas e pontas, eram usadas para sangrar cavalos e burros. GARROTILHO – doença do burro, cavalo, semelhante a um resfriado. GUAIACA– cinto largo de couro, dotado de bolsas para guardar dinheiro, relógio e uma espécie de coldre para arma. GUAMPA – chifre trabalhado para servir de copo. G – tira de couro cru. GUAXO – animal amamentado artificialmente com leite de outro animal que não da mãe. GUIEIRO – que liga os bois na condição do carro. GOITAR - lutar entre amigos, empurrar e segurar de brincadeira. HOLOFOTE - lanterna , composta de um gomo de taquara ou bambu cheio de querosene e com uma torcida de pano velho de algodão. ILHAPA ou LAPA– parte mais grossa do laço, também conhecida por AFOGADOR, cuja extremidade prende-se à argola. INTEIRO – burro ou cavalo que não foi castrado. Jacá – cesto sem tampa, tecido através do cruzamento de tiras duplas de taquara ou couro de tatu. LAÇO – corda trançada normalmente com quatro tentos (tiras de couro) e compreende quatro partes: - argola, ilhapa, corpo de laço e a presilha. Seu comprimento varia entre dez ou doze braças. Látego – Correia de couro cru, que prende a barrigueira. LOMBILHO – arreio próprio para doma. LORO – correia dupla que sustenta o estribo. MACHINHO – é um tufo de pêlos existente na parte posterior dos membros do cavalo, entre a canela e a quartela, cobrindo uma excrescência córnea (esporão). MADRINHA– égua ou mula que serve de guia de uma tropa de muares. MANEADOR – correia de couro cru, com quatro centímetros de largura e oito braças de comprimento. MANEIA – correia utilizada para pear cavalos. MANGUEIRA – curral de gado. MANTA - prejuízo nos negócios. Passar uma manta é prejudicar o outro em uma barganha. MATUNGO – cavalo velho, manso.MULA – fêmea do burro. PACUERA – barrigada. PALANGUE – moirão de madeira fincado no chão ao qual se prende o animal pelo cabresto. PARELHEIRO – cavalo de corrida. PEALAR– laçar o animal pelos membros. PEÃO – condutor de boiadas, amansador de burros. PELEGO – pele de carneiro curtida que se coloca sobre o arreio. PELE DE RATO – pelagem cinzenta dos muares, com a crina, a cauda e as extremidades pretas e uma lista preta sobre a coluna vertebral (lista de burro). PISADURA – ferimento no lombo dos animais. PETIÇO – cavalo pequeno. PICAÇO – cavalo preto com a cara (frente aberta) e os pés brancos. PITO - instrumento de ferro para apertar o focinho do burro, usado no animal a ser ferrado. PONTEIRO – peão que segue à frente da boiada, tocando o berrante. PUXAVANTE - instrumento de ferro usados para aparar o casco do animal antes de receber a ferradura. RALADO - animal que manca. Sem ferradura, gasta o casco e fere o talão. REDOMÃO – burro recém domado. RELHO ou REIO – chicote de trança comprida que termina em tala. RENDUDURA - hérnia nos animais de carga. RETRANCA – correia de couro que cincunda o traseiro do animal de carga. SERIGOTE – espécie de lombinho. SINO – cincerro. Sola – couro bem curtido. SUADOR - almofada de paina ou palha, colocada de baixo da cangalha para não ferir o lombo do animal. TRALHA - bagagem que acompanha o tropeiro, conjunto de peças de montaria. TRANCA - FIO - correias de couro torcidos usadas para unir od jacás e evitar que balancem na viagem. TROTE – andar saltado do cavalo, no qual os membros se movimentam por bípedes diagonais, havendo um momento de suspensão sem nenhum contato com o solo. XUCRO – animal bravio. ZAINO – pelagem castanha escura mais ou menos tapada dos cavalos. ZANGAR- estragar a carga de carne de porco ou boi por falta de sal ou atraso na viagem.
Frase de itarareense: "dinheiro na mão de pobre, é como cuspe em ferro quente" ( Tropeiro Eudeclécio José Duarte).
Frase de itarareense: "dinheiro na mão de pobre, é como cuspe em ferro quente" ( Tropeiro Eudeclécio José Duarte).
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