Minha lua prateada! Com você posso falar! Da querida Itararé. Que saudade sinto das noites frias de inverno em festa de São João, na Chácara Tatit, Onde lá no terreiro bem perto do casarão, atualmente restaurado, a fogueira ardia em brasa num clarão. Bem antes já se juntavam as madeiras, tudo era em abundância, amontoados de troncos, os galhos era só espera. O Pedro Tatit, distribuía caixinha de fósforo de cor e traque para as crianças brincar e também levava fogos de artifícios e balões para a noite ir soltar, ainda sem saber do perigo e nem mesmo avisado no que poderia causar. Mas, à alegria era imensa ver o balão subindo nas suas cores tremulando e seu fogo até cuspindo e as estrelas caindo dos fogos de artifícios. Toda a família Tatit, reunida: A começar pela a matriarca Vó Eponina, Geninho e Olga, Ambrósio e Tamara, João e Eunice, Rui e Santa, Pedro e Adelina, Benjamim e Abigail, Paula e Frederico, Zuza e Dr. Ni, Antina e Raposo, Sofia e Carlito, todos os casais citados com os seus respectivos filhos (na época). Ao lado na área da casa, mesas improvisadas estavam todos os doces, aqueles que hoje não se come mais. Tantas guloseimas, pé de moleque, cocadinha, batata doce, assada no braseiro da fogueira. pinhão cozido, canjiquinha, pipoca doce e salgada, algodão doce e arroz doce, suspiro, bom- bocado, quebra queixo, quindim, Maria mole e rosquinha de São João. Em outra mesa ao lado o gostoso bolo e fubá, o milho cozido prontinho para mastigar, o quentão e o vinho quente só para gente grande tomar, o bolinho de frango, pastel junino e cuscuz. Com o violão do Teléco e sanfona do Mestre Ataliba, na quadrilha improvisada, todos dançavam e cantavam numa grande alegria.
Do Sitio Santo Antônio, que era de meus pais, das caminhadas no mato procurando os ovos que as galinhas deixavam por lá. Ir pegar as mangas e abacates no chão, pois caíam de montão, não dava tempo de distribuir tudo, os abacates que sobravam eram para fazer sabão. Saudades do vento no rosto, do cheiro de chão! Do leite quentinho tirado na hora da Mansinha, pela minha saudosa mãe Dona Cida. Saudades de ir pescar na lagoa, que tinha divisa com o sitio do saudoso João Contieri e levar para casa peixes que nunca ninguém viu de tão miúdos. Mas a brincadeira valia. Saudades dos domingos das corridas de cavalos em cancha reta , construída pelo o meu pai Zuani de Fazio. Um pequeno relato que Itararé e sua gente me proporcionou, cada um de nós temos lembranças que nunca esqueceremos. De jogar bola no Campo da firma Sguário, na rua 15 de novembro. Dos colegas e professores do Grupo Escolar Tomé Teixeira. De nadar no Caiçara e no Recreio do Rio Verde. Dos colegas atiradores do Tiro de Guerra. Dos cinemas: Itararé e São José, dos clubes: Fronteira, Primeiro de Maio e 13 de Maio. O tempo passou, o progresso chegou nos sítios também. O pomar não é o mesmo, as frutas crescem em qualquer tempo! Os ovos estão guardados recolhidos automaticamente e as galinhas na engorda, presas, coitadinhas presas em gaiolas. Saudades do leite que eram entregue de casa em casa de charrete, agora deixam o leite em galões, na porteira e levam todo embora para ser pasteurizado e comercializado em saquinhos embalados. Saudades dos cinemas Itararé e São José. Para assistir um filme no cinema teremos de deslocarmos até a cidade de Itapeva, mas também estou no novo tempo! Olha eu aqui escrevendo no computador! E a velha maquina de escrever Reminthon?? Mas à noite com um olho no céu, procuro a Lua, o luar prateado e se der sorte ainda ouço a voz de um sertanejo, cantando a sua musica raiz que quase sempre é de felicidade e amor! Do sonho da adolescência, restou a lembrança que soubemos aproveitar: Itararé, onde nossas raízes perpetuam!!!
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