Ozico Paiva, nasceu no município paranaense de Irati, em 17 de fevereiro de 1932, filho de Dinorá Paiva e Euracídio Pereira Paiva, seu desenlace ocorreu em 11 de agosto 2004 em Itararé. Um grande ser humano, amigo , um grande contador de causos, muitos deles predominavam a criatividade, outros verídicos. Contados nos botecos e velórios itarareenses e nos ranchos de pescaria. O caso do Pierrô Macabro, ele contou no rancho de pesca do João Lambança, que ficava no rio Taquari, em Itaberá, Carnaval de 1969. Os "pescadores", em uma comitiva de Itararé , na realidade, foi programada pelas pessoas que trabalharam na campanha eleitoral vitoriosa do então candidato Clayton Sguário, entre outras pessoas presentes que foram convidadas, recordo-me : Do ex- prefeito Tico e seu irmão Dinho, o vice prefeito eleito Negrão e seu filho Luisinho, Zuza (meu pai) (era o responsável pelo comitê, instalado no antigo bar do Frasson), Nenê Bota Seca, Acir Carroceiro, Mostrinha e o irmão Darci Nogueira, Nelson Vilela (pai), Pixilico, Zé Maria Santos, Vilinho e Eli Gorski, dentre as pessoas, também, se fiz presente, a essa inesquecível "pescaria", numa terça feira de carnaval, 18/02/1969 . Vamos ao caso narrado pelo "Zico" Paiva: "- Não pelo fato de ontem, completar 37 anos bem vividos e ter nascido em um domingo de carnaval. Desde pequeno tenho um fascínio muito grande pelo sobrenatural e principalmente os que ocorrem no carnaval e semana santa. Em 1946, quinze dias antes do Carnaval, minha avó e eu fomos passear na feira do Largo da Ordem , em Curitiba. Fomos de barraca em barraca até que em uma delas vi um boneco que me chamou a atenção: era um pierrô com uma lágrima desenhada no rosto , com uma roupa de palhaço em preto e branco . Assim pedi para que a minha avó comprasse aquele boneco para mim. Uma senhora de idade, que parecia uma bruxa, nos atendeu e vendeu o brinquedo para a gente. De volta para minha casa em Irati, logo que adentrei o portão, fui recebido pelo meu cachorro de nome Corisco, não como das outras vezes que me recebia de rabo abanando e me lambendo, sua atenção era voltada para o pierrô, começou a rosnar e latir compulsivamente e tentou atacar o boneco. Protegi o brinquedo, grudando-o em meu corpo. A noite coloquei o pierrô numa prateleira que ficava em cima da cama . No meio da madrugada senti que uma gota de água caia sobre o meu rosto . Então , acordei e pensei que poderia ter sido um sonho . Mas , passei a mão sobre a minha face e vi que ela estava molhada . De repente um pensamento passou pela minha cabeça; Será que foi uma lágrima do pierrô? Afinal, ele tem uma lágrima desenhada no rosto. Desta maneira tirei o pierrô de cima da prateleira e coloquei na gaveta de uma cômoda em meu quarto. Uma semana se passou, até que chegou a sexta-feira de Carnaval . Antes de dormir procurei o pierrô, na cômoda e nada, revistei toda a casa e não achei o boneco. Finalmente , chegou a terça – feira de Carnaval , quando chegou a noite fui dormir. Porém , no meio da madrugada senti um cheiro forte de cachaça , virei para o lado , abri os olhos e me espantei com o que vi : o pierrô estava do meu lado, em cima do criado mudo, com um aroma de cachaça e com confetes espalhados pelo seu corpo. De repente , um pensamento estranho passou na minha cabeça: - Será que o pierrô saiu sexta, sábado, domingo, segunda e terça só para pular o Carnaval? No dia seguinte, fui brincar com o boneco no quintal, quando meu cachorro começou a olhar para ele e latir. Vi que os olhos do meu cão tinham um brilho diferente e por isto resolvi olhar para dentro do olho dele. Foi quando eu vi que dentro dele se formava a imagem do fantasma de um homem segurando o pierrô. Assim, eu dei um grito e saí correndo. Contei o fato para minha mãe Dinorá, lembrou-se que sua comadre tinha contado que no Largo da Ordem em Curitiba, havia uma mulher que costurava bonecos com roupas de mortos, para vender e que seria melhor eu jogar o boneco fora. Já, cabreiro, fui até o padre que me contou: Que todo o boneco de pierrô, arlequim e colombina são amaldiçoados, pois têm um papel importante na comédia mística italiana. Ele, também, disse que o pierrô representa o anjo, o arlequim representa o diabo e a colombina representa a Terra , que o arlequim tenta seduzir. Por isto, diz a lenda que qualquer boneco que representa uma destas três figura cria vida no Carnaval. Depois desta conversa toda, resolvi jogar o boneco fora. Sigo crendo no sobrenatural ... Eu e essa minha mania...".
Frase de itrareense: "Se você conta a verdade. Isso se torna parte de seu passado. Se você conta uma mentira. Isso fará parte do seu futuro". (Dr. Ni Lobo).
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