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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

CASOS




 
 

PRECE DO TROPEIRO
"Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito, Santo e com licença, Patrão Celestial. Vou chegando, enquanto cevo o meu amargo de minhas confidências, porque ao romper da madrugada e ao descambar do sol, precisamos tropear por outros caminhos e repontarmos do céu a força e a coragem para as dificuldade do dia que passa.  Nós bem sabemos que qualquer tropeiro, de chapéu de abas larga e bota de cano alto, de faca, rebenque e esporas, não se afirma nos arreios da vida, se não se estriba na proteção do céu. Ouve patrão celeste, a oração que nós  fazemos, ao romper da madrugada e ao descambar do sol.  Tomara que todos sejam como irmão! Ajuda-nos a perdoarmos as afrontas e não fazermos aos outros o que não queremos para nos. Perdoa-nos patrão celestial, porque rengueando pelas canhadas da fraqueza humana, de quando em vez, quase sem querer, nos soltamos  porteira afora... eta mula xucra, renegada e cavorteira....mas nos o garantimos meu Deus, queremos ser bons e direitos!   Ajuda-nos Virgem Maria, primeira dama do céu, socorre-nos São Pedro, capataz de pousos e estâncias tropeiras e pra fim de conversa, vamos lhes dizer meu Deus, mas somente pra você: que sua vontade levamos as nossas  de cabresto pra todo o sempre, até a morada  do céu. Amém".
A Prece do Tropeiro, meu saudoso  pai, Zuani de Fazio, ganhou copia de seu tio, o tropeiro, Capitão Eugênio Gabriel, por ocasião da reinauguração, do novo prédio da Churrascaria Bambu em 1954, na São Pedro 1890.   O Capitão Eugênio Gabriel, e sua esposa Carmela Perrone Gabriel, descerraram a faixa simbólica , na abertura da nova casa.   O saudoso, padre Teotônio do Reis e Cunha,  abençoou-a, e esborrifou água benta, nas repartições do prédio e nas pessoas,  presentes naquele ato solene.   O casal, Carmela e Eugênio, eram os únicos tios vivos, nessa época, de meu pai e o  filho do casal, João Gabriel, leu a Prece  do  Tropeiro, após a benção realizada , pelo padre Teotónio   O meu tio avô, Eugênio, carregava a Oração Prece do Tropeiro,  em sua mala de garupa, era uma rotina, antes de tanger suas tropas.  Com as mãos espalmadas e voltadas para o céu, com a maior espontaneidade, orava em voz alta, para sua comitiva.    Meu tio avô Eugênio Gabriel, entregou uma copia da  Prece do Tropeiro, após a leitura da oração  e  proferiu esta frase: "É O COMEÇAR DE UMA NOVA E LONGA JORNADA... E QUE DEUS O AMPARE". 

OLHA A MANGUEIRA AI GENTE... 
Era  muito comum nas pequenas comunidades deste interior, nos dias de festas dos padroeiros, a procissão fazer parte dos cultos religiosos, onde os fiéis saem em oratória pelas ruas desparelhas das cidadezinhas, principalmente no tempo do antanho.  Na festa da santa padroeira.   Acompanhando o andor muita gente, o andor com a imagem da santa, a comitiva de atrás, um padre puxando as rezas. Pois Bem. O caso que conto agora tem muito a ver com tudo isto:Num domingo pela manhã  na legendária Itararé, em uma  destas festas interioranas, vinha a procissão em suas rezas e cantorias trazendo a santa padroeira  com o andor todo ornamentado em verde e rosa.   Na passagem diante do Bar do Bahia, na rua 15 de novembro, esquina coma a rua Newton Prado,  estava o Lustroso, na frente, duro de trago, "cercando frango", aquela hora com um sol ardente. Vocês já repararam que onde tem música, comício e procissão, sempre tem um bebum na volta?   Pois bem. Ao ver aproximando-se a procissão , com aquela santa decorada em verde e rosa, o Lustroso, soltou  o grito: - Olha a mangueira aí geeeeente!!!!!!!!!!!!!!! Foi o motivo para o padre Teotónio,  enlouquecer e descarregar sua ira contra o Lustroso, que mal parava em pé diante do bar.- Seu excomungado!!! - Onde está sua fé?????!!!! - Não respeita nem uma imagem sagrada???!!!! Andaram mais um pouco e logo adiante, aproximando da praça da Matriz,  o andor bateu no galho de uma linda mangueira. A imagem da santa espatifou-se no chão com cacos de gesso para todos os lados.  Aí foi a vez do Lustroso, estufar o peito e arrematar:
- EU AVISEI, MAS O PADRE É TODO ESTRESSADINHO...

PARA REFLETIR...
Imaginem uma praia, areia fina, limpa, paisagem exuberante, com uma orla maravilhosa com estrutura servindo o melhor dos pratos e aquele Chopp congelante. E o mar? Ah! o mar! O mar lindo, aquela água cristalina que ao longe fica azul piscina, ual! Pense em tudo isso a 10 Graus negativos, ventos cortantes e sensação térmica de - 20. Ou seja, diante desse cenário, temos tudo e não usufruímos plenamente de nada a não ser admirar e imaginar como seria bom todo esse cenário a 35 graus de calor. Nós brasileiros estamos nessa condição quando olhamos para qualquer instituição desse país. E aí temos tudo e não usufruímos plenamente de nada. Porque Luíses, Dilmas, Cunhas, Sarnas e Neros, entre muitos outros (pouquíssimos) impedem que o país tire pleno proveito das instituições criadas para dar ordem e progresso e transformar melhor o viver de cidadãos. Que cidadãos? Somos uma sociedade privada de tirar proveito de um país bonito por natureza... E QUE TRISTEZA.
Frase de itarareense: "Se  a tranquilidade da água permite refletir as coisas, o que não poderá a tranquilidade do espírito?" - Diácono Lucas Ferreira.

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