Pesquisar este blog

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

CAMINHO VIAMÂO/SOROCABA-PARANÁ E SÂO PAULO


 
PERCURSO  PARANÁ  E SÃO PAULO  - SECULO XVIII

Uma vez assentada o processo da condução da animália e que veio a se constituir num importante ciclo econômico , fator determinante da integração  do Brasil Meridional, interessava-nos estudar os roteiros e podermos entender suas característica evolutivas, seu processo social, o despertar do núcleo urbano e respectivas relações sociais entre si  e finalmente a expansão fixadora de seus limites. Com este  propósitos tentamos no primeiro  instante definir o traçado do caminho.     Concluído  o primeiro caminho que começava em Laguna, poucos anos depois a preferência recaiu para o de Viamão, percursos que mereceram muitas publicações e referências  pelos estudiosos do tropeirismo, o trabalho que desenvolvemos para o  levantamento e identificação dos percursos do caminho das  tropas, enquanto persistia as duas fases (Laguna e Viamão).    Adotamos a seguinte metodologia: Coletar os vários roteiros conhecidos, bem como as cartas geográficas antigas, que colocamos em ordem cronológica crescente de suas datas.     Anotamos a seguir, todos os referenciais  das paradas (pousos), listamos em ordem sequencial numa coluna, onde a parte inferior corresponderia o sul e a parte superior o norte.     No topo de cada coluna (cabeçalho), anotação de seu ano e mapa, para cada roteiro,  construímos uma coluna, colocadas lado a lado, de forma a coincidir os topônimos semelhantes ou afins.    Lateralmente e paralelo as colunas, corria uma linha de referência em quilómetros ou de léguas, para facilitar e localizar possíveis alterações toponímicas.    Uma vez homogeneizados pousos, foram plotados em cartas atuais.     Depois, unem  esses pontos, sequencialmente, no sentido da marcha com traço forte e o resultado no que tange ao  Paraná, mostramos no final deste trabalho.          A leitura desses traços permitem-nos algumas considerações.  É flagrante que o uso continuado dos locais de pousos, transformando-se em posições fixas e incorporando a presença dos preparadores de serviço  e bens.      A  exemplo, lembrar a figura imprescindível do ferreiro,  dos artífices especializados no trato do couro, a oferta da aguada, das invernadas com pasto seguro,   do celeiro, do latoeiro e tantos outros personagens.     Breve aparece um pequeno oratório, depois capela até alcançar a alcunha  de Frequesia.     Na beirada desses caminhos e locais de pousos, vêm os abrigos fixos, as moradas em ambas as margens, formando uma espécie de corredor.  Gradualmente, com o incremento das tropeadas, surgem novas construções por detrás das primeiras filas de casas, adensando e delineando os traços de um futuro vilarejo, o bosquejo de um perfil urbano desordenado, lentamente transformados em cidade e finamente os municípios homônimos.        A comprovação documental dessas fixações,  ratificou-se através da leitura e analise dos roteiros e mapas mais recentes para os mais antigos, comparando e identificando a nomenclatura e toponímia. Para facilitar a compreensão  desses estudos e fins didáticos, utilizamos a nomenclatura atual das cidades, uma vez que nosso propósito é o de encontrar o itinerário macro do caminho das tropas no Paraná e São Paulo, que resultou nos croquis que integram esse trabalho.     A escalada adotada não nos permite detalhar com precisão todos os deslocamentos e pequenos ramais.     Como dissemos antes; é uma visão macro.      Sub-dividimos o grande eixo do caminho no Paraná em quatros módulos.   O primeiro compreendendo do Rio Negro a Lapa; o segundo da Lapa até Castro; o seguinte de Castro a Jaguariaiva e finalmente o módulo  Jaguariaiva  a Itararé.    De pronto dizer de que o primeiro e último módulos, permaneceram quase inalterados durante todo o desenrolar da saga tropeira.     O módulo Lapa-Castro  tiveram desdobramentos e alterações, por exemplo; a transposição do Iguaçu que no primeiro momento  se fazia  nas proximidades da foz do Capivari, foi substituída pelo mais adequado da Região do Caiacanga.                      O módulo (Lapa/Castro), corria em direitura norte, passando pela capela do Tamanduá, alcançava São Luiz do Purunã onde infletia levemente para noroeste, cruzando a cabeceira do Pitangui.    Com o correr dos anos o percurso foi cada ves mais desviando para oeste, passando por Palmeiras, Ponta Grossa, Cambiju  e outros.  Do rio Pitangui, bem nos primórdios das tropeadas ele seguia quase direto para Castro, com passagem pelas então fazendas Maracanã e Capão  Alto.     A medida do surgir novos pousos e invernadas, reforçam a presença de Piraí do Sul e  Tibagi.     Da leitura documental e plotadas, percebe-se algumas acomodações toponímicas e alterações semânticas ou versões; do Tupi Rio Uma (Negro), para Rio Negro; Rio Grande Pequeno para Rio da Várzea; Rio Grande de Curitiba ou Rio do Registro para Rio Iguaçu, Tajucoca para Itaiacoca, Rio Tarará para Rio Itararé e assim por diante.    Antes de encerrarmos, trazemos algumas dessas referências que serviram a nossa pesquisa, sobre o Paraná pinçando quatro roteiros, dos muitos que utilizamos, respeitando-se o eixo de deslocamento no sentido sul-norte ou Viamão/Sorocaba: 

ROTEIRO de 1.745 – Rio Negro,  Passa Três, Rio Grande Pequeno, Rio Grande de Curitiba, Fazenda Tamanduá, Fazenda São Luiz,  Vitiquera, nascente do Tibagi, Tajucoca, Pitangui, Rio das Furnas, Rio Jaracatuba, Rio Morungaba, Rio Tarará;  
ROTEIRO de 1750 – Rio Negro, Rio Grande de Curitiba, Fazenda Tamanduá, São Luiz, Fazenda Vitiquera, Arroio Cambiju, Rio Pitangui, Rio das Furnas e Rio Tararé;      
ROTEIRO de 1.773 -Rio Negro, Campo do Tenente, Rio da Várzea, Registro de Curitiba, São Luiz,  Fazenda Pitangui, Rio Iapó, Rio Piraí, Rio Jaguariaiba, Rio Itararé       

ROTEIRO de 1.777 – Rio Negro, Santo Antônio da Lapa, Caiaganga, São Luiz, Porcos, Itaiacoca, Pitangui, Carimbei, Iapó, Cinzas, Jaguariaíva, Furnas , Itararé.
Dados obtidos de Henrique Paulo Schmidlin - Pesquisador do Paraná.

O Caminho Paulista das tropas; tivemos o prazer de conhecer o trabalho investigatório do pesquisador,   Dr. LAELSON BITRAN TRINDADE, que esmiuçou a exaustão o Caminho Tropeiro entre Itararé/Sorocaba.            Minucioso  e  sistemático no esquadrilhar  em campo e após,  transferir em carta topográfica as regiões percorridas e depois publicado de onde reproduzimos o  trajeto e sua linhas gerais que permaneceram por mais de duzentos anos, (Bitran, 1.992, 34):    Sorocaba, Araçoiaba da Serra, Capela do Alto,  Alambari,  Itapetininga, Fazenda do Porto, Bairro das Antas, Varginha do Capivari, Pescaria, Paraná Pitanga, Buri, Estação Rondinha, Estação Engenheiro Bacelar, Itapeva, Itaberá (Estação Engenheiro Maia), Estação Rio Verde e Itararé.    Desde percurso, extraímos algumas rotas para ilustrar o nossa pesquisa, mas obviamente a escala (1:1600000), não possibilita detalhar com precisão.  O mapa do trecho paulista, foi elaborado por ocasião do Resgate do Caminho das Tropas Itararé/Sorocaba - maio de 2.005.      




     

Nenhum comentário:

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Meus tios avós, Capitão Eugênio Gabriel e Carmélia de Fazio Gabriel, moravam em   Taquarituba-SP.
Capitão Eugênio, era tropeiro, tangia tropas do Rio Grande do Sul e picava os muares em tropilhas, vendendo em fazendas de café e de cana de açúcar no interior do Estado de São Paulo. Carmélia irmã de minha nona, Rosa Perrone de Fazio, era uma cozinheira de "mão cheia" (como diz o ditado). Meu pai, quando inaugurou a Churrascaria Bambu, em Itararé (1951); Ganhou, de seu tio tropeiro, várias receitas da época do tropeirismo do sul do Brasil, que sua esposa Carmélia, anotou em um caderno . A receita da" TRAÍRA NO BAMBU", na verdade era assada na taquara enrolada com arame. O nome de bambu, referia, ao primeiro prédio da churrascaria; Suas paredes eram feitas de bambu.  A  receita trazida pelos tropeiros açorianos, radicados no Rio Grande do sul e Santa Catarina,  chamava; 'Tainha ou anchova na taquara". Meu pai, adaptou com traíra, porque não havia em nossa região a venda de peixes oriundos do  mar como, a tainha e anchova, aprendeu tirar os espinho e o modo de preparo, com  sua tia Carmélia. Eu e meu irmão, João Hermínio (Mino) assumimos a direção da Churrascaria, aprendemos com nossos pais a tirar os espinhos da traíra, fizemos um outro modo de prepara-la; Fritando-a.
AS RECEITAS: ZUANI E DONA CIDA TRAÍRA NO BAMBU: 1 traíra  (1 k.)-sal-10 alhos-2 limões-3 colheres de  azeite-1 pimenta dedo-de-moça sem sementes-2 c/sopa manteiga. PREPARO: De véspera tempere a tainha inteira e limpa, com alho picadinho, limão e pimenta; Sapecando a traíra e esfregando nela os temperos;  Coloque na geladeira em uma vasilha com tampa. No dia se quinte que irá assar: Pegar o bambu, lavar bem e desfiar em tiras 1 cm largura deixando o primeiro gomo sem desfiar que servirá de cabo, untar com azeite a grelha natural de taquara, por dentro e por fora.  Acessa a churrasqueira. Untar com a manteiga  derretida a tainha e coloca-la com a cabeça dela para o lado do último gomo que  esta sem desfiar e fecha-la com o arame; Levar à churrasqueira  numa distância de 50 centímetro, por mais ou menos 20 minutos. ANTÔNIO E JOÃO TRAÍRA FRITA: 1 traíra de 1 k. e 500 g. mais o menos -sal e pimenta-do-reino a gosto-caldo de 2 limões.  PREPARO:  Tirar toda as escanas, cortar pela  barria do rabo até a cabeça e retirar a  barrigada, as guelras, o rabo e as nadadeiras. Lave em água corrente, enxugar com um pano de prato limpo e e em seguida esfregar o caldo de limões por dentro e por fora, deixe por 3 minutos e lave novamente e pendure-a para escorrer por 1/2 hora. Após enxugar novamente, seca-la bem. Em uma bancada, lanhe de 1/2 a 1/2 cm  com uma faca bem afiada e inclinada  do rabo a cabeça, do dois lados. Faça uma salmoura a seu gosto que cubra toda a traíra e deixe de um dia para outro em um saco plastico ou vasilha com tampa. com a traíra esticada sem dobra-la. enxuga-la bem,  e passar fubá por dentro e cobrir-la. Em uma panela ou tacho que caiba sem dobra-la frite em emersão. Para ver se esta no ponto. bata com uma escumadeira se ela esta sequinha.  escorra bem o óleo e deixe em papel toalha para que tire  e cesso  de óleo. Para finalizar, Em uma tabua de carne faça um corte  pela costa do rabo ate a cabeça e abra tire as espinha e os espinho com uma pinça ou alicate de bico.
Antonio Fazio









segunda-feira, 7 de outubro de 2019

PRATOS TÍPICOS TROPEIROS

RANGO TROPEIRO. INGREDIENTES: 300 g de linguiça apimentada-400 g SOBRECOXAS de frango sem osso e pele e PERNIL de porco desossados e cortados em cubos grandes e temperados com com alho, limão sal e pimenta do reino e de linguiça calabresa fatiada-3 xícaras de chá de arroz-6 xícaras de chá de água com sal q. b.-4 c/sopa de azeite-1 cenoura grande ralada-2 cebola média picadas-8 alhos picados-1 xí de ervilha congelada-1 lata de milho cozido-1/2 xí/azeitona picadas-1/2 copo de pimentão vermelho picados-cheiro verde picado. PREPARO:Nu ma panela bem grande em fogo médio, ponha azeite vá fritando pernil e frango. Quando estiverem bem dourados, retire da panela. Na mes ma panela, frite bacon, linguiçaapimentada e calabresa até ficar bem dourados. Então acrescente cebola, alho, pimentão cenoura; Vol- Volte o pernil e frango a panela e refogue tudo. Ponha arroz, refogue por cerca de 2 minutos e então coloque água. Acerte sal e pimenta cozinhe o arroz em fogo baixo mexendo de vez em quando.   Quando o arroz estiver quase seco, ponha milho, ervilha e azeitonas, fatias finas de pimentão, cheiro verde para enfeitar. tire do fogo.  Deixe descansando 5 m. antes de servir.  SALADA DE COUVE. INGREDIENTES: 2 maços de couve manteiga-2 cebolas picadas finas-caldo de 2 limões-azeite de oliva, sal e pimenta-do-reino moídas: A gosto.    PREPARO: Retire os talos da couve e lave em água corrente enxugue-as e pique bem fininhas corte as cebolas em rodelas finas.  Adicione em uma vasilha que vá  servir  e tempere com azeite, caldo de limão e pimenta e sal.

FARINHADA TROPEIRA. INGREDIENTES: 350 gramas de carne seca-2 cabeças de alho 400 gramas de farinha de milho-100 gramas de farinha de mandioca grossa. PREPARO: Comece esmagando os dentes de alho no pilão;  Apos a carne seca, que deve ser previamente cozida na panela de preferência de ferro , por 90  minutos, e depois de bem fritinha.  Acrescente a farinha de milho e a farinha de mandioca  e deixe descansar 5 m. e se preferir  acrescente  salsinha picadinha, misture bem, com uma colher de pau. Em seguida; Sirva, com costela de ripa de boi e mandioca cozida  Bom Apetite!!!
GELEIA DE AMORAS.
1 xí/chá de amoras-1 xí/chá: de água e de açúcar. PREPARO: Retire os talinhos das amoras.Coloque as amoras com a água em uma panela  e deixe ferver, amassando um pouco com a colher mesmo. Quando ferver, abaixe o fogo, acrescente o açúcar e deixe no fogo até engrossar levemente. Pronto, já pode usar quente mesmo, ou deixe esfriar e coloque na geladeira.Dicas: Se quiser fazer uma quantidade maior para deixar na geladeira para usar quando quiser  é só seguir a proporção: 1 medida de amora para 1/2 de açúcar  e1/2 de água. Não deixe a calda ficar muito grossa enquanto estiver no fogo, pois quando ela esfriar, ela engrossa mais  e se colocar na geladeira engrossa mais ainda. Fiz uma geleia pedaços maiores , se você quiser uma geleia mais lisinha. faça assim:  Bata no liquidificador a amora e a água, passe pela peneira, junte  açúcar e leve ao fogo até apurar e engrossar um pouquinho.

Antonio Fazio








quarta-feira, 14 de agosto de 2019

MOLHO DA NONA ROSA

Um bom molho eleva um prato a níveis de sabor muitos interessantes.Minha NONA, ROSA MADALENA PERRONE DE Fazio. Elaborava muitas receitas que aprendeu na Itália. Imigrou com sua família no início do século passado, ao BRASIL,com 20 anos de idade, casou com Antonio de Fazio, gerando sete filhos dentre eles, Maria de Fazio e Zuani de Fa- zio, após óbito da Nona Rosa, tia Maria, veio morar com meus pais. Em 1951, meu pai Zuani, inaugurou em Itararé,Churrascaria Bambu, com serviço Ala-Carte; O freguês es- colhia o espeto; Alcatra, bisteca, picanha e costela bovina; Lombo, pernil e costela suína ou galeto. Acompanhava: Arroz, virado de feijão com torresmo, saladas variadas e uma massa. Minha mãe Maria Aparecida e tia Maria, que elaboravam o acompanhamentos Conforme os tipos da massa, era o molho antigos que a Noma Rosa, ensinou a minha tia Maria. A receita do molho 4 queijos (um clássico da culinária italiana). A massa in- cada tipo: PENE, de preferencia GRAN-DURO. LEGITIMO MOLHO 4 QUEIJOS DA NONA ROSA >> INGREDIENTES:100 gramas de queijo Mussarela 100 g. de queijo provolone-40 g. de queijo parmesão-500 mil. de leite integral l 1/2 colheres de sopa manteiga-4 colheres de sopa de farinha de trigo - 2/3 colher de chá pimenta do reino em pó - 2/3 de colher de noz moscada em pó - 1 colher de chá de sal 3 colheres sopa: Creme de leite e de requeijão. PREPARO: Rale os queijos, misture sal e pimenta do reino e a noz-moscada. Ao leite quente adicione, a farinha de trigo e a manteiga ao fogo mexer com a fouet até cozinhar a farinha de trigo. Adicionar o leite fervente aos poucos sobre o espessante, sempre mexendo bem com o fouet para não empe- lotar. Manter o fogo médio; Por os queijos com temperos, mexendo sempre quando o es- tiverem derretidos, adicione o requeijão e a nata. Mexer e desligar. BOM APETITE... Antonio Fazio

segunda-feira, 3 de junho de 2019

ITARARÉ DE ANTIGAMENTE

As notas que a seguir publicamos foram transcrita do antigo jornal "Sul de São Paulo", editado em Faxina; (atual Itapeva), no ano de 1880 a 1905.

E. F. SOROCABANA - Em leilão realizado no Rio de Janeiro, foi essa via férrea arrematada pelo Governo da União, pela quantia de RS5 60.000.000$000 (sessenta mil contos de réis).  Telegramas daquela Capital, informaram que a Companhia Mogyana, também foi pretendente.  A porcentagem ganha pelo leiloeiro Assis Carneiro, importou em RS 62:500$000". ("Sul  de São Paulo" -  de Faxina).

COMPANHIA SOROCABANA - "A Companhia Sorocabana Railway, contratou com o Banco Construtor do Brasil a construção de sua linhas férreas de Tatuhi ao Itararé e de Botucatu a São José do Rio Pardo.  Estas estradas , pelo decreto nº 10.090 , de 24/11/888, gozam de garantia de 6%, a.a., sobre o preço máximo de 30:000$000(trinta contos de réis) por kilometro, orçando-se tais obras em R&10.000&000 (dez mil contos de réis".) - "Sul de S. Paulo", de Faxina 05/12/1889).

ITARARÉ E LAVRINHAS - Teve lugar no dia 11 de julho (1900), na fazenda do Cap. Camilo Pimentel, conforme conforme estava designado a reunião das comissões de Itararé e Lavrinhas  para tratarem  do estudo das respectiva divisas".  Quando ali chegou o ilustre Cônego Sizenando da Cruz Dias, representando Itararé, tendo chegado um  pouco depois os senhores Cel. José Pedro de Lima,  Major Amantino Furquim de Almeida e Cap. Adolpho Bueno Pimentel; representantes de Lavrinhas (hoje Itaberá".  "Depois do jantar e de amigável  palestra entre os comissionados e pessoas que se achavam na fazenda, entraram a tratar do assunto que ali os conduziu", " Procurando justificar  que seu companheiro não tinha podido vir, mas que êle tinha poderes para resolver tudo como julgasse conveniente.  Exibindo a lei da divisas do Itararé, e que são o Rio Verde, Ribeirão do Ouro, Passadouro, e etc., cujas divisas procurou mante-las como as únicas verdadeiras e naturais, com verdadeira tática procurou destruir a lei que deixara de nenhum efeito aquelas divisas.  "Procurando  justificar perante a Comissão de Lavrinhas que a lei, conquanto tivesse revogada não havia ato algum do governo criando outras divisas que substituísse aquela estava perfeitamente válida".  "A Comissão de Lavrinhas escusou-se em aceitar tais divisas, visto serem nulas e seu município possuis suas dividas perfeitamente válidas, e por maisque fossem antigas não havia ato algum que revogasse os documentos que apresentavam".  "Depois de discutirem na questão de direito que assistiam a uma outra parte, procurando justificar uns e outros, reinando sempre a maior cordialidade, respeito e atenção de cada um, o ilustre representante de Itararé, convidou-os a estabelecerem novas divisas desprezando-se a que já existiam.  Qualquer invenção serviria desde que ficasse para seu município uma porção qualquer da antiga fazenda Pedra Branca, que não estivesse compreendida nas que pertencera outrora à São João Batista do Rio Verde (hoje Itaporanga), e Lavrinhas nada recebendo da fazenda São Pedro".  Os comissionados de Lavrinhas, convidaram o de Itararé, para a nomeação de um árbitro que em vista dos documentos decidisse com a precisa imparcialidade e justiça. os ou então consultasse os moradores da zona litigiosa, podendo eles estabelecerem as divisas por ondem julgassem conveniente".  Estas  propostas não foram aceitas, pois seria muito possível  que fossem reconhecidos os documentos de Lavrinhas; ou muitos habitantes da fazenda São Pedro optassem por Lavrinhas".  Não sendo possível um acordo que pusesse término a tal estado de coisas, ficou em seguida dissolvida a reunião".  ("Sul de São Paulo",  -  Faxina, 12/7/1900).

 COMISSÃO DA AGRICULTURA DE ITARARÉ -  " Para constituírem esta foram nomeados os seguintes cidadãos; Presidente: João Cesar.  Membros; Joaquim Dias Tatit e Vicente José de Almeida". ("Sul de São Paulo" - de Faxina, 13/5/1900.

Antonio de Fazio.







sexta-feira, 24 de maio de 2019

TITO PRETO E O GUARDA


Quem nunca ouviu falar do   Tito Preto. Lá de Itararé, deveras não sabe nada  de  mim,  Pois  até  hoje não me  apareceu  um  cara  que   toda  a população da terrinha tinha com uma pessoa  amiga e prestativa - E ele infelizmente partiu fora do combinado, que é como costumo dizer.  Falo sobre  este personagem real que marcou a vidas de muitas pessoas, por isso vou contar umas das suas.  O Tito, "trabalhava",   para o Deputado Walter  Santana  Menck, que tinha em sua   fazenda  Barro     Preto, um caminhãozinho   ano  1928, Chevrolet, com era apelidado de "cabeça de cavalo", o dito cujo  calhambeque, não tinha de  mais  estragado.   Sem pará-choque  dianteiro e  traseiro, sem  portas,  carroceria  podre,  toda torta,  lataria  enferrujada que não  dava nem  para ver a   cor do bicho.  Enfim, era aquele  desproposito de  viatura.   Mas, como o motor estava retificado, e esses motorzinho vão longe até não sei quando, para que o deputado queria?  Era  para levar palanques para consertar cercas, rolo de arame  farpado;       Sal para os coxos da   invernada, levar latões de leite  até a porteira  da estrada, e isso ele aguentava bem.  Num sábado  era dia de folga do Tito, sempre ia  de  jardineira do Chiquinho,que  era guiada pelo Amantino, rumo a Itararé, estrada velha de terra que ligava Itapeva Itaberá... Resolveu, ir com o "cabeça de cavalo". Pois bem, ao pegar a descida até o   Rio Verde, com operários do  D.E.R.  cascalhando a estrada, eis que aparece, para a surpresa do  Tito. Um enorme guarda rodoviário, fazendo o sinal para ele, o  Tito encostar.    O Tito foi com  o canham-beque, pela direita da estrada e lá embaixo,  após de rodar uns 100 metros,  foi que  parou com  tudo.   Não  se     ouviu nem o ronco do motor, que era    aquela coisa de  definição, de tanto se misturar com o barulho de lata velha e carroceria toda  destrambelhada.  O dialogo que se seguiu entre ele e guarda, depois de o mesmo ter   andado muito pra chegar até o lugar, foi assim: GUARDA-Boa tarde eram 6 horas da tarde  tarde, que é hora de pescaria. TITO-  Boa tarde sim sinhô.  GUARDA  - A carta?  TITO - Que carta, seu  guarda? GUARDA-A carta de motorista. Que carta poderia ser?  TITO -Ahn..essa não tenho não. Num deu tempo d'eu  cunprá  a carta ainda.  GUARDA-  Documento do carro? TITO - Que documento?   GUARDA - documento do carro. Documento que prova que o  carro é seu.     TITO- (ofendido)  Pelo amor  de  Deus!   O carro  não é meu! !! É do  deputado Walter Menck, dono da maior   fazenda por essas bandas,  trabalho prele e, pode perguntar lá em Itararé, todo mundo me cunhece. GUARDA (já meio impaciente) -Mas o senhor tem  que ter esse documento, meu amigo. Quer dizer que não tem?   TITO -  Não sinhô.   Esse   documento, também num  tenho não.  Mas assim que eu pudé eu compro  também..GUARDA - (Indo a frente do caminhãozinho) - Acenda os faróis. TITO -O sinhô vá  descurpá. O  faró da  esquerda ta queimado E o da direita sem luz.   Guarda -   O senhor não tem nem  para-choque!  è o que estou vendo. TITO -Não sinhô. Onde eu trabaio não precisa num tem-choque cum nada. É na fazenda puxando as coisas de precissão, e a buzina o senhor tem?    TITO - Não sinhô. Não tenho  também não. Num vô  menti pro sinhô.   O senhor acha qui vô gastá  o  meu  dinheiro   com supérfu? Nem  que apresente nota o   patrão não mi pagá! GUARDA   (já meio irritado com tudo -    Breque o senhor tenha?  TITO - Se eu tivesse breque tinha parado lá atrás,  o senhor pediu.      Guarda  (já puto). Não tem breque também, não é? Pois bem, o senhor não tem  carta, não tem documento, não tem  farol, e  buzina, não  tem breque. Olha meu amigo, se eu for multar, nem vendendo  esse caminhão vai dar pra  pagar tanta multa.  Onde o senhor vai indo agora?  Tito (calmo).   Tó indo pesca uns peixinho no  Rio Verde , que fica logo ali ó.   GUARDA  (puto,  mas muito compreensivo)  -  vamos fazer uma coisa. Faz de conta que   eu não vi o senhor. Pode ir embora com esse "veículo"     Se assim posso chama-lo!   TITO  (do seu  jeito  gaiato,   calmamente) - Então, seo  guarda, me faz um favô. Da uma empurradinha no bicho que tô sem bateria também ... Contava o  Tito Preto, que o guarda, numa boa, empurrou  sozinho o tal "Cabeça-de- cavalo". Chevrolet. 
Antonio Fazio.




segunda-feira, 6 de maio de 2019

CINQUENTENÁRIO DE ITARARÉ

O Jornal "O Itararé", em 28  de agosto de 1943, editou a revista "Cinquentenário de Itararé_1893-1943.
O novo município que nascia em terras paulista, recuado cerca de 2 km. das divisas da antiga 'QUINTA COMARCA DE SÃO PULO", depois "PROVÍNCIA" e atual Estado do Paraná. Itararé, era passagem obrigatória de tropas e pouso de tropeiros, que do longínquo Viamão e regiões sulinas demandavam a feira anual de animais  que  se realizavam em Sorocaba.  Conta o historiador e genealogista Aloísio de almeida em seu livro ("VIDA E MORTE DO TROPEIRO"), que  o próprio  major João de Almeida Queiroz, foi tropeiro e plantador de cidades.  E foi ele, juntamente com seu amigo  Cônego Sizenando,  na época vigário de  Itapeva da Faxina, o fundador da Freguesia de São Pedro de Itararé, depois vila do mesmo nome.  Foram eles e alguns homens de prol que construíram a primeira Capela do Curato.  A passagem das tropas pela "Barreira" do Itararé- onde o major João de Almeida Queiroz, bem mais tarde, em 1878 viria exercer o cargo de Coletor;  Era difícil e perigosa.   Pequena ponte de madeira, sem guarda, foi construída   sobre a furna de 20 metros de profundidade, ao fundo da qual corria o  rio Itararé, entre lindos campos de uma e outra margem, dentro de uma pequena mata ciliar, corre encachoeirado, bravio, e oculta-se meia légua entre pedras.  Para cruzá-lo, as bestas eram forçadas a descer; Uma a una, cabresteadas por seus condutores, por grandes degraus de pedras achatadas e de altura variável constituindo verdadeira escadaria.  No contexto desta revista vem publicada uma aquarela pintada por J. B. Debret, que por ela passou em 1827.  Também por aí passou o naturalista francês Saint  Hilaire, por volta 1820.
O Cônego Sizenando da Cruz Dias, sabia que fundava uma cidade; Ele mesmo; Assinala o historiador, descreveu no "Livro do  Tombo", a cavalgada histórica de pessoas notáveis do bairro á frente do qual ele, que era filho do tropeiro Francisco de Paula Dias e nascera em Itapetininga, ia procurando o mais belo entre os belos lugares da Fazenda São Pedro.  Por fim todos concordaram  em que o lugar melhor a coluna de cuja vertente, lá em baixo, já se aproveitavam os povoadores, numa lombada com suaves encosta para os dois lados.  Fizeram os primeiros arruamentos.  O padre segurou a estaca batida pelo tenente Queiroz, marcando o lugar da capela.  Foi isto em 1880.  Fundava-se uma nova cidade em lugar que desde 1720; Em documentos oficial, já era conhecido por esse nome.  Limite dado pelo ouvidor Pires Pardinho, entre as vilas de Curitiba e Sorocaba.  Somente a nova capela teve por padroeira Nossa Senhora da Conceição, embora o lugar continuasse a se conhecido por São Pedro do Itararé.
Na época da revolução Federalista os caudilhos Gumercindo e Aparecido Saraiva, estavam integrados nas forças rebeldes e um fato interessante ocorreu, digno de registro.  Em 20 de novembro de 1893, partira de  Tatuí, então ponto terminal da via-férrea em construção , o coronel Gomes Carneiro, num trole que Avelino de Campos conduziu  até Itararé, em 48 horas, uma quase loucura, como se pode ver no mapa 30 léguas 15 por dia, em maus caminhos.  O grande mártir da Republica, pernoitou na casa do tropeiro e na madrugada seguinte, partiu para imensidão dos Campos Gerais,em lombo de mulas, guiado pelo também tropeiro , Joaquim Dias Tatit .  Quase só!! O heroi da Lapa deixara em Itararé, o coronel Pires Ferreira, que mais tarde foi marechal e Diretor da Escola Militar.
Assim nasceu e cresceu a Vila São Pedro de Itararé...
Antonio Fazio.
               

terça-feira, 30 de abril de 2019

PARA ONDE VAMOS?

Se a reforma da Previdência, não for aprovada pelo Congresso Nacional, teremos um futuro incerto  da nossa Pátria Amada, pelas pessoas do bem; Temos que dar um basta;"Do Quanto Pior Melhor".  Um povo que apela. Uma geração que esta  se acostumando a viver de apelos...É triste ver Profissionais; Que tanto estudaram e  investiram em suas profissões, com exemplos, os médicos e professores, terem que apelar pra receber seus salários, o que lhe é de direito. Segundo OIT no final de 2019, o Brasil, terá 13,1 milhões de pessoas sem ocupação de trabalho;  Se não aprovada  a Reforma da Previdência.  O desemprego depende da economia com equilíbrio. O Governo Federal,  não terá condições de repassar verbas para os estados e municípios;  Será o caos... Foi tanta;  corrupção; Tanto  absurdo e tanto descaso com o nosso povo (com o próximo) para prevalecer  interesses próprios que podemos concluir; Que o ser humano esta chegando ao nível mais baixo que podemos chegar. O descaso com o próximo vem acontecendo a tempos. Por isso esta se formando uma geração que se está se acostumando a ter de apelar.  E o fim!! A falta de bom censo prevaleceu, Precisamos tentar mudar essa situação, nossos filhos e netos não podem crescerem achando que é normal ter de brigar para receber seus salários.  Ganhar "0 pão de cada dia" já é tão difícil em um país  que conviveu com o mensalão, petrolão, convive com a imensidão da violência de falta de estrutura, falta de educação, saúde e agora mais essa; "Ter de fazer  uma greve" para conseguir receber o salário. Hoje, faz 120 dias do atual governo: Não existe milagre, e ninguém ostenta uma "varinha magica".  Querem desmascarar o juiz Sergio Moro, desmascarar? Se agiu de acordo com as leis vigentes e a  Constituição.  O "paladino", perdeu duas eleições como candidato a presidência, na primeira em que foi derrotado já tinha escolhido grande parte dos ministros, que foram empossados quando concorreu a presidência da republica  pela terceira vez, e foi eleito.  Senhores poderosos, economizar é preciso ter bom censo, Cento e vinte  dias de Governo de Jair Bolsonaro, e querem soluções,  Quem colocou o Brasil, "no fundo do poço? Obstruir a Reforma da Previdência, é a palavra de ordem dos opositores no Congresso. Economizar é preciso, e no momento é indispensável, mas se esforçarem para não cair o nível de humanidade é preciso né?! Certas situações são uma questão de bom censo, é preciso acima de tudo respeito com o próximo.  Todos estamos no mesmo barco e precisa-se manter o respeito manter o respeito e dar dignidade para famílias brasileiras .  Pois o dia de amanhã, ninguém sabe para onde vamos.  Não é mesmo?! O feitiço pode virar contra o feiticeiro.
Antonio Fazio. 


segunda-feira, 29 de abril de 2019

DIA DA MENTIRA


A história peculiar sobre este dia vem de uma troca de calendários e remonta ao século XVI






NULL
NULL

FOTO:  Um novo mês começa e, com ele, as brincadeiras de 1º de abril, conhecido também como Dia da Mentira, Dia dos Tolos ou Dia dos Bobos, dependendo do País. Quem nunca acreditou em um caso muito bem contado por amigos ou até desconhecidos, e que poderia ser verdade, mas depois olhou o calendário e viu que era o 1º dia de abril?  A história da peculiaridade deste dia vem de uma troca de calendários e remonta ao século XVI, na França, durante o reinado de Carlos IX, que durou de 1560 a 1574. Até 1562, era utilizado o calendário juliano, onde o começo do ano era comemorado no dia 1º de abril. Para celebrar a chegada de um novo ano, as festividades começavam no dia 25 de março e duravam até o primeiro dia de abril. Em 1564, o rei da França institui um novo calendário, que dura até hoje, o gregoriano, em que o ano se iniciava no dia 1º de janeiro. Com a mudança, houve quem não se acostumou com a ideia e continuou celebrando a data no começo de abril. Quem já tinha se adaptado e sabia do novo dia passou a pregar peças em quem resistia ao novo calendário. Essas pessoas eram chamadas de "bobos de abril" (como o Dia da Mentira é conhecido atualmente nos Estados Unidos, tradução de "April Fool's Day") e recebiam presentes inusitados e convites falso para festas de Ano Novo. A tradição se espalhou pelo mundo e cada País tem suas brincadeiras de Dia da Mentira. Na Irlanda, por exemplo, a tradição é entregar uma "carta importante" em um envelope selado para alguém e pedir que ela repasse para outra pessoas. A ideia é que o papel passe por várias pessoas. Aquele que não resistir e abrir vai ler a mensagem "mande o bobo mais longe".
NO BRASIL:  A mais famosa, e uma das primeiras piadas de 1º de abril aconteceu em 1848. Um jornal, coincidente chamado "A Mentira", noticiou a morte do então imperador do Brasil Dom Pedro O fato era uma brincadeira e a publicação desmentiu o falecimento dois dias depois. Dom Pedro II morreu somente em 1891.
 Postado - Antonio de Fazio



terça-feira, 23 de abril de 2019


CAMINHO CULTURAL PAULISTA DAS TROPAS PRATOS TÍPICOS OU TRADICIONAIS



O Galo no azeite é um prato tradicional em Itararé, elaborado pela primeira vez pela família Ketul, Sírio/libanesa, que vieram ao Brasil, e optaram fixar sua residência e comercio em 1897; (Ano da emancipação politica de de Itararé), na rua das Tropas, (atual rua São Pedro), no ramo de selaria e sapataria. Jorge Salomão Ketul, e sua esposa Rosa Maria Ketul e os filhos; Anice, Malvina, David (solteiros) e Maria, casada com Tuffi Kiami Baracheti. O patriarca Jorge Salomão era um exímio seleiro e sapateiro; Fabricava tudo que um tropeiro precisa usar em couro e Rosa Maria,uma exímia cozinheira e suas duas filhas, que residiam no mesmo teto. Um grande casarão, como o comercio na frente e uma ampla sala jantar conjugada com cozinha e dispensa. Sua freguesia eram os tropeiros, que tangiam suas tropas, do Rio Grande do Sul /Sorocaba. E dentre os tropeiros, os açorianos que eram fregueses da selaria e também, quando passavam pelo pouso de Itararé faziam, suas refeições no casarão. As refeições eram basicamente sírio libanesa. Segundo relato de Malvina, foram os tropeiros açorianos, que ensinaram  Rosa Maria, elaborar o galo no azeite. Naquele tempo, faziam brigas de galos, no terreno aonde tinha várias mangueiras, na rua Direita, (atual XV de Novembro) nesse local foi edificado, o Paço Municipal. E David, que aprendeu o ofício do pai, também tinha galos de briga, e quando um galo morria ou não tinha condições de lutar, o David levava para sua casa e as mulheres entravam em ação para depenar, limpar e cortar pela junta os galos e conserva-los na banha de porco na lata. Fui vereador de 1993/2000, quando acabava as sessões ordinárias da Câmara; Eu e minha esposa Beth, todas as segunda feiras servia o Galo no Azeite e também para turistas, Na Pousada Topitó, Assim como minha família, muitas, elaboravam esse prato delicioso e em reuniões entre amigos, tornou um prato tradicional. Hoje em dia, concordo que em muitos municípios de encontrar um galo com esporão, poderá optar por frango ou galinha velha caipira, nunca pelos de granja. Eu Elaboro Assim: Marinada: 1 galo (Aproximadamente 3 k.), com os pés, pescoço, os restantes cortados pelas juntas e após a passarinho- 1 /2 cálice de conhaque de boa procedência- 12 alhos espremidos -3 cebolas picadas, 1 maço de salsinha com talos- 2 cubos de caldo de galinha dissolvido em 1/2 copo de água fervente, 1/2 copo de vinagre de maçã-3 c/sopa de sal - 1 c/chá de paprica doce e de paprica picante, ; Bato a marinada no liquidificador e adiciono em uma vasilha grande com tampa e o galo, levo na geladeira por 5 horas. Após, coloco em uma panela de pressão grande o galo com a marinada, 24 cebolinhas pequenas próprias p/conserva-500 g. de batatas pequenas próprias p/conserva descascada-500 g. de mandioca salsa descascada e cortadas em rodelas de 2 cm., 200 g de cenoura cortadas em rodelas finas, 3 folhas de louro,1/2 maço de alfa vaca picadinha, 2 pimentões vermelhos em tiras, 5 cabeças de cravos da Índia, 2 espigas grandes de milho verde: Despolpo as metades da espigas de milho e as outras em anéis de 2 cm., 2 colheres de sopa de molho inglês e 1 c/chá de noz moscada ralada. Fecho a panela e após começar a chiar, Deixo cozinhar por 45 minutos. Resfrio a panela de pressão em água corrente e e verifico se os ingredientes estão moles. Se estiverem acerto o sal e deixo a panela tampada por 10 minutos sem o pino e adiciono 1 maço de cebolinha verde picadinha . Dica: Se optar pelo frango, reduza o tempo do cozimento. Sirvo com salada de almeirão, temperada com limão, azeite e sal; Polenta com a metade do molho do frango e arroz branco e um bom vinho tinto. Bom Apetite...
Antonio Fazio

sexta-feira, 19 de abril de 2019

MANGAS ROSAS

Desde a minha infância que adoro uma manga rosa, um fruto suculento, fibroso e saboroso – elas eram encontradas em poucos quintais do centro de ITARARÉ, sendo, portanto, muito cobiçada pela molecada.  Na parte alta da cidadecom preferência para as cinco mangueiras plantadas  nos altos da Rua Quinze  de Novembro, lado esquerdo do terreno  da firma João Sguário, margeando a Rua quinze, entre os as Ruas Itararé e  Tiradentes. e na parte baixa da cidade propriedade de Henver Merege, entre as ruas São Pedro e Prudente de Morais, residência e comercio e o terreno entre a ruas Prudente de Morais e Frei Caneca, atualmente o fórum de nossa querida Itararé.  A residência e o prédio de comercio foram demolidos, atualmente é um terreno baldio. Recentemente, vi uma fotografia, do acervo do Zarpelon, do Campo de Futebol do Sguário Futebol Clube, e ao fundo as cincos imponentes  mangueiras, que ficavam aproximadamente a uns  cinco  metros atrás de uma das traves do gol, ao vê-las as referidas mangueira --voltei ao passado, passou um filme em minha cabeça, quando juntamente com meu irmão o Mino, Josué e Jair Abrahão, Nei porquinho, Zé Gago , Jorginho, Vicente, Antônio Machado, Claudio Alcala, Roque Furguim, Líneo Ferreira, enfim a molecada da parte alta de Itararé. Corríamos bem cedinho da manhã para pegar as mangas caídas.   Já na parte baixa da cidade, a moleca,  entre outros:  Alberto Primo de Melo ((Teco), Marcos Antunes (Carvão), Fla Merege, Wagner- Corvo, Cegonha, Benedito de Castro (Dito Bola Fora).   As mangueiras visadas eram nos terrenos da  residência e do comercio de Henver Merege;   na Rua principal de Itararé,  Rua São Pedro,  e entre a ruas Prudente de Morais e Frei Caneca.   O lance e a tática  era chegar bem cedinho, antes de clarear o dia - a negada ficava pendurada na mureta do lado da rua Prudente de Morais e, assim que o guarda dava as costas, todos pulavam o muro ao mesmo tempo, para deixar o vigia maluco de raiva, pois enquanto ele corria atrás de um, na São Pedroo restante pegava rapidinho as suas mangas da rua Prudente, e vice e versa     A Manga Rosa sempre atraiu o olhar das pessoas, devido a sua cor amarela, laranja e vermelha – dizem os especialistas que ela contém cerca de 15% de açúcar, até 1% de proteína e quantidades significativas de vitaminas A/B/C, minerais, antioxidantes e ferro – sendo benéficas para mulheres em períodos de menstruação e para pessoas que sofrem de câimbras, stress e problemas cardíacos, além de suavizam os intestinos, tornando fácil a digestão. Claro que não sabíamos desses benefícios todos a nossa saúde, aliás, não estávamos nem um pouco preocupados com ela. Naquela época, havia uma competição entre a molecada da parte alta e da parte baixa de Itararé, para pegar um numero maior de mangas, além do gosto de driblar o vigia da Firma Sguario, um senhor turrão que corria e batia sem dó naquele que ele conseguia pegar! e do vigia do Henver Merege. .Os administradores públicos de outrora, gostavam de plantar mangueiras, no terreno do  atual Paço Municipal,  havia vários pés de mangueira e, na época em que os frutos amadureciam, era festa na cidade, pois as pessoas gostavam de apanhá-las durante todo o dia e a também a noite.   A manga rosa era muito rara, existiam poucas plantadas, geralmente gostosas e excitantes de pega-las, eram, sem dúvida, as mangas Rosa da Sguário, que compartilhei.  
Antonio fazio 





domingo, 31 de março de 2019

BRINQUEDOS DO VELHO TEMPO....




                                                                   BOLA DE MEIA
Da bola de meia a "Brazuca", (bola de última geração utilizada na copa do mundo do Brasil-2014).   O nome da bola da Copa no Brasil foi escolhido após votação popular. A Brazuca teve 77,8% da preferência, com 1.119.539 votos, e superou Bossa Nova (14,6%) e Carnavalesca (7,6%).  Podemos dizer que a infância de cada um” deu um salto enorme em apenas meio século. Quem traz na sua idade os “enta” (quarenta, cinquenta, sessenta, setenta) é testemunha desta mudança.   Muitos filhos, seguidamente dizem: - Pai. O senhor  não teve infância.   Ao contrário, tiveram e eu também tive,   uma infância que toda a criança deveria ter. Pés descalços, matas, rios, liberdade, carrinho  de rolimã, bolas-de-gude, bodoques, piões, piorras, gado-de-osso e... bolas-de-meia. Sim. Eu sou do tempo das bolas-de-meia. Pegávamos (uma meia) usada, enchíamos de pano e jogávamos o dia inteiro num campinho de terra, que localizava-se na rua   XV de Novembro entre as rua 28 de agosto e Itararé.  Mais tarde, fui um dos primeiros meninos a ganhar uma bola de borracha que, quando batia na perna, chupava o sangue deixando sua marca.
Hoje a infância é passada, em sua maior parte, dentro de casa ou  apartamento, os brinquedos são eletrônicos. Videogames, celulares, tudo robotizado. Contudo, nenhuma criança de agora trocaria sua infância pela minha (até por que eu não aceitaria tal troca). Assim é a vida. Cada coisa no seu tempo. Mas lhes digo: O contato com a terra, com os animais e principalmente com os amiguinhos, são fundamentais na formação das pessoas.

                                       BONECA DE PANO



O corpo é de enchimento de feltro e o vestido de tecido  simples. Os cabelos são feitos de lã de pelego ou de fio de lã, os olhos de botão  e a boca é pintada ou costurada. Esta é a receita  para a criação de  ser o brinquedo mais antigo da humanidade: a boneca de pano.  Essa técnica foi ensinada pela Dona Emerenciana Campanelle, que era especialista em costurar vestimentas masculinas; calça, camisa,  terno e afins;  E o seu hobby, era confeccionar bonecas de pano, cinco marias peteca, etc. diz sua neta, Tereza Souto Campanelli, que aliais, aprendeu a profissão de costureira com avó; Os brinquedos passados de geração a geração, perpetuam na infância, tradições tão antigas que a maioria não se sabe mais ao certo a origem. Todos, porém, tem a mesma característica: são feitos de forma artesanal pelas  próprias crianças. -Eu fazia peteca com palha de espiga de milho enrolada em uma caixa de fósforo. As penas eram de galinha, que eu juntava no quintal do meu pai Fernando Campanelli, que também,  aprendeu a profissão de alfaiate com a vó Merenciana, as cinco marias são cinco saquinhos cheios de sagu , explica Tereza.   De fato, hoje tudo é industrializado e as crianças não têm mais o hábito de fazer os  brinquedos.  Só querem  montar às vezes é melhor do que o brincar. Olhar para o brinquedo e pensar "fui eu que fiz" tem um gostinho diferente. É um mundo do faz de conta onde a criança exercita a imaginação. Há brincadeiras, porém, que não se perderam no tempo. Vivas até hoje no cenário infantil, as crianças nem sabem que, por meio delas, estão perpetuando tradições milenares;  É o caso do cavalo de pau, das brincadeiras de amarelinha, esconde-esconde, pega-pega. Que criança não brinca disso na escola?


                                        "REVOLVER"DE CHAPA    

O "revolver" da chapa ao lado. Era as armas de brinquedo  da minha geração.  Brincávamos de  Bandido e Mocinho, nas velhas e legendárias  mangueiras da Serraria Sguario. de propriedade do saudoso João Sguário;  as mangueira eram ao do campo de futebol do Sguário Esporte Clube, que localizava-se na rua XV de Novembro, esquina com a 9 de julho.  Não podíamos imaginar, naquela época, que o mundo tornar-se-ia tão violento e que as armas eram, na verdade, as contrarrazões da humanidade. Tempo bom, de inocência e pureza.
Antonio fe Fazio

sexta-feira, 29 de março de 2019

O ROMANTISMO DO MÊS DE JUNHO


O céu é tão lindo/e a noite tão boa/São João, São João/acenda a fogueira do meu coração (...)".   Assim começava o mês de junho, antigamente, é claro em nossa Itararé.   Quando maio termina, com suas noivas e anjinhos, os primeiros rojões estouravam ao longe.   Uma alegria diferente parecia tomar mais conta das pessoas.  Nos quintais ainda grandes, bem cuidados, surgiam as fogueiras e ao redor delas, famílias, amigos, vizinhos às vezes até quem parecesse, formavam uma grande roda, onde a prosa comia solta, comentar "causos ", daqueles que só se contava naquela época.   O importante: tudo com muito respeito.   Tá, de vez em quando alguém soltava uma piada mais forte e tudo terminava em riso. De repente apareciam os saquinhos com pipoca, os pratos com canjica, pé de moleque, a infalível batata doce, naturalmente precedida por algum comentário e, é claro o quentão bem dosado, tudo isso fazia parte do mês dos santos fogueteiros comemorados desde a Antiguidade, lá pelos idos de 1583, quando os brasileiros os adotaram.  O primeiro era, e é Santo Antônio, tido como casamenteiro.   Na véspera, as moças solteiras mesmo as que afirmavam não acreditar nessas coisas, colocavam papeizinhos contendo os nomes de possíveis pretendentes, cuidadosamente dobradinhos varias vezes, dentro de uma bacia com água deixada no sereno a noite toda e ansiosamente, aguardavam o dia seguinte.   Aquele papel que estivesse aberto conteria o nome do pretendente  que seria eleito.  É obvio, que nem sempre dava certo.  Mas, a vida seguia em frente, feita de muitas esperanças.  Afinal, Santo Antônio, tinha poder limitado e milagres no estilo nunca foram tão fáceis.   Em seguida era a vez de São João, talvez o mais celebrado a quem eram endereçados a maioria das fogueiras.  A crença, segundo se observava pelos relatos históricos, estariam na própria Bíblia, uma vez que Isabel, a mãe do santo, já grávida, aguardando sua chegada, havia combinado com Maria, que uma fogueira seria acessa, no alto de um morro, para avisa-la da hora do parto.   E assim foi feito.  O mês de junho prosseguia de forma romântica, até nas musicas: Veja-se, por exemplo a composição de José Fernandes e Luiz Gonzaga: "(...) foi numa noite igual a esta / que tu me deste o teu coração/ o céu estava em festa/ porque era noite de São João/ havia balões no ar/ xote e baião no salão/e no terreiro o teu olhar/ que incendiou meu coração(...)".   Nesse clima todo romântico, embalado pelo frio e pelos rojões de lágrimas que cortavam o céu, da nossa Sentinela da Fronteira, colorindo de forma diferente.    O mês de junho prosseguia.   Era uma época bem mais sutil, o que  mais  impedia  o surgimento de romances, alguém muitas vezes habilmente escondidos dos pais, então severos, implacáveis que viviam apregoando :"com a minha filha , não senhor".   E quantas vezes eles não  percebiam , mas, a maioria ficava mesmos era na inocentes troca de olhares, pois os vizinhos e conhecidos, faziam questão de exercer severa  vigilância.     E os bailes caipiras, então?  Eram concorridos, com quadrilhas, muito bem organizadas, tanto pelo o ZÉ Medonho, como pelo Tépa.   Mas, a moçada, após terminada apresentação da quadrilha, curtiam mesmo as seleções dançantes, mais lentas.  Afinal era no meio do salão que as emoções mais fortes aconteciam.   O mês encerrava com tributo ao Patrono de Itararé, São Pedro, o dono da chave do céu, no dia 29.  Dia da grande quermesse de encerramento, com leilão de lenha, animais, na grande maioria prendas ofertadas pelos fieis.   O Ismael Vaz Cordeiro, era o locutor do serviço de alto-falante, instalado ao lado da igreja de São Pedro, além de fazer o chamamento para várias barracas com muita criatividade:  "Bim. Bam, Bum: Não é guerra e nem revolução e apenas as latas que caem ao chão". Na barraquinha das latas você comprava, por apenas 2 cruzeiros e remessa 3 bolas de pano, sobre as latas, espalhadas em prateleiras sobrepostas, quantas mais latas caiam o brinde era mais valioso Os que paqueravam e os apaixonadas, que faziam footing, na praça,  mandavam recadinhos amorosos e dedicavam musicas, com o intuito de começar um novo namoro.  Dia 29, era e é feriado, em Itararé o que acaba facilitando a festança de encerramento do romântico mês de Junho.  Surgiam os mastros  com imagem dos três santos em vários locais da cidade e eram referendados,  faziam partes das festas , quase obrigatória e eram saldados com rojões no inicio até no  final do mês,   Mas, sem duvida alguma, São João, era mesmo o grande astro.   Afinal a ele foram dedicadas quase todas as musicas, principalmente aquela que trouxe uma espécie de súplica feitas por todos os românticos e donos de coração apaixonados:
"(...)São João, São João, acenda a fogueira do meu coração(...)"

Antonio de Fazio
.




   
Frase de itarareense:"O espelho não mente: A beleza é passageira.A feiura é permanente".    .

quarta-feira, 27 de março de 2019

LENDA DA ZAGAIA




Lenda ou não, a história da Zagaia é muito conhecida no caminho tropeiro de Viamão (RS) a Minas Gerais.  Conto a versão do Quinzo Gabriel filho de meu tio bisavô Capitão Eugênio Gabriel, foi tropeiro e grande conhecedor de suas histórias.  Enquanto na região das minas, as pessoas estavam voltadas para a abundância da extração de ouro e diamantes, a produção de alimentos era escassa, para suprir as suas necessidades. Os tropeiros tiveram grande importância econômica, pois, além de animais trazidos do Rio Grande do Sul, faziam também o comércio de charque, , toucinho, farinha, rapaduras e queijos, que eram transportados em bruacas(bolsa de couro) em lombos principalmente de muares, ou carros de bois, em caixotes de madeira.   Certa vez, um tropeiro e dois filhos empreenderam viagem, levando além das mulas, três carros, puxados por várias juntas de bois, conduzidos por peões  que também tratavam de fazer o carregamento das cargas nos mesmos. Haviam partido do Desemboque, cidade, à época, com quase três mil habitantes, considerada a mais próspera da região, onde existia um entreposto comercial. O destino dos tropeiros era São João Del Rei, aonde chegariam ao fim de um mês. Em certa parte do caminho, na rota dos viajantes, ficava a fazenda da Zagaia. Passados alguns meses os tropeiros não retornaram da empreitada. Então, o filho mais novo reuniu alguns homens, preparou um carregamento e seguiu viagem com o intuito de descobrir o paradeiro do pai e dos irmãos. Durante o trajeto, indagava, e a última notícia que o rapaz tivera, é que eles haviam sido vistos perto da Serra da Canastra, a poucas léguas do Sertão da Farinha Podre, antigo nome de uma área que hoje é a cidade de Sacramento e parte do Triângulo Mineiro.   Depois de muitas léguas, resolveram pernoitar e o único local para descanso era a fazenda Zagaia. Aquela propriedade solitária funcionava como estalagem para viajantes. Os proprietários deram abrigo a toda a tropa, mas ao serem indagados, não souberam informar nada sobre o tropeiro desaparecido.   A refeição foi servida por uma jovem escrava, esta encantou o tropeiro com a sua beleza e bons modos e por conta disso, antes de seguir viagem, ele a encontrou a na cozinha, a presenteou com um corte de chita e um pedaço de fumo de rolo. Combinou vê-la outra vez, em sua volta. Da janela, a moça espiava com olhar triste, a tropa se afastando e sumindo na estrada do chapadão.  Semanas depois, os tropeiros retornavam já com o dinheiro da venda dos produtos e foram convidados pelos donos da fazenda a pousar ali. A escrava, ao ver de volta o rapaz pelo qual havia se afeiçoado, chamou-o a um canto dizendo a ele que, à noite se deitasse debaixo da cama indicada pela fazendeira e não sobre a cama. Não queria falar mais nada, rogou-lhe que só fizesse o que lhe pedia.  Estranhando tal pedido, e vendo-a aos prantos, o rapaz desconfiou que algo muito ruim estivesse por acontecer. Tanto insistiu que ela acabou contando o segredo da Fazenda Zagaia. Aterrorizado, ele soube pela escrava, do trágico destino do pai e irmãos: quando retornaram com o dinheiro, o proprietário da fazenda os convidou a passarem a noite no quarto maior, pelo preço do menor. O velho tropeiro e seus filhos aceitaram de bom grado, ignoravam que, escondida no teto, havia uma zagaia pronta para ser lançada sobre eles e dar-lhes o descanso eterno.  A zagaia era uma enorme peça de madeira com grande quantidade de pontas de ferro. Os donos a amarravam logo acima das camas, perto do telhado. A outra ponta da corda ficava no quarto ao lado, onde esperavam. ouvir os hóspedes se mexendo na palha dos colchões, era sinal que já estava na hora… Sem para o seu benfeitor. A noite, o ajudou a se onto do quarto e aguardaram em silêncio, até que os fesconder em outro pazendeiros assassinos acionassem a zagaia. Revoltado, sem pensar duas vezes, o filho do tropeiro quis vingar o pai e os dois irmãos. Antigamente nesses sertões a justiça era feita assim: “Aqui se faz aqui se paga”. Na mesma noite reuniu os camaradas e deu cabo da vida do fazendeiro e de todos os seus comparsas, poupando apenas a escrava, que levou consigo. Assim terminou uma longa série de assassinatos no Chapadão da Canastra. Num precipício perto da fazenda foram encontrados os restos mortais do tropeiro e seus dois filhos, juntamente com as ossadas de centenas de viajantes incautos que por ali passaram e foram vítimas dos assassinos da Fazenda da zagaia
Antonio de Fazio

sexta-feira, 1 de março de 2019

CASOS DE ITARARÉ




PESSOAS DE SAIA.

Contada   pelo ex- Prefeito Francisco Alves Negrão, politico itarareense.  Tinha   na coligação   como  candidato  a  vereador   Nager  Gusmão, na campanha que  foi  vice-prefeito do  Dr. Clayton  Sguário.   O Nager que acabava de entrar para a politica de Itararé, nascido no Distrito de Sta. Cruz dos  Lopes,  e filho de seu  maior cabo eleitoral, foi eleito com uma uma   expressiva votação.  Irritado com o magistrado local que obrigou fazer uma revisão em sua prestação de conta com o gasto da campanha Resolveu ataca-lo a miúde, nas rodinhas de jogar conversa fora.   Antes disso, foi , porém,   comunicar a sua resolução ao seu   padrinho politico Negrão. - Acalme meu amigo, acalme.. - aconselhou o Negrão, - Nada de precipitações, se você quer  ser  mesmo  politico, não  brigue com gente que usa saia.  E definiu: Juiz, Mulher e Padre... 

TITO PRETO E O GUARDA.
Quem nunca ouviu falar do   Tito Preto. Lá de Itararé, deveras não sabe nada  de  mim,  Pois  até  hoje não me  apareceu  um  cara  que   toda  a população da terrinha tinha com uma pessoa  amiga e prestativa - E ele infelizmente partiu fora do combinado, que é como costumo dizer.  Falo sobre  este personagem real que marcou a vidas de muitas pessoas, por isso vou contar umas das suas.  O Tito, "trabalhava",   para o Deputado Walter  Santana  Menck, que tinha em sua   fazenda  Barro     Preto, um  caminhãozinho   ano  1928,  chevrolet, com era apelidado de "cabeça de cavalo", o dito cujo  calhambeque, não tinha de  mais  estragado.   Sem pará-choque  dianteiro e  traseiro, sem  portas,  carroceria  podre,  toda torta,  lataria  enferrujada que não  dava nem  para ver a   cor do bicho.  Enfim, era aquele  desproposito de  viatura.   Mas, como o motor estava retificado, e esses motorzinho vão longe até não sei quando, para que o deputado queria?  Era  para levar palanques para consertar cercas, rolo de arame  farpado;       Sal para os coxos da   invernada, levar latões de leite  até a porteira  da estrada, e isso ele aguentava bem.  Num sábado  era dia de folga do Tito, sempre ia  de  jardineira do Chiquinho,que  era guiada pelo Amantino, rumo a Itararé, estrada velha de terra que ligava Itapeva Itaberá... Resolveu, ir com o "cabeça de cavalo". Pois bem, ao pegar a descida até o   Rio Verde, com operários do  D.E.R.  cascalhando a estrada, eis que aparece, para a surpresa do  Tito. Um enorme guarda rodoviário, fazendo o sinal para ele, o  Tito encostar.    O Tito foi com  o canham-beque, pela direita da estrada e lá embaixo,  após de rodar uns 100 metros,  foi que  parou com  tudo.   Não  se     ouviu nem o ronco do motor, que era    aquela coisa de  definição, de tanto se misturar com o barulho de lata velha e carroceria toda  destrambelhada.  O dialogo que se seguiu entre ele e guarda, depois de o mesmo ter   andado muito pra chegar até o lugar, foi assim:
GUARDA-   Boa tarde  (eram  6 horas da  tarde, que é hora de pescaria). TITO-  Boa tarde sim sinhô.  GUARDA  - A carta?   TITO - Que carta, seu  guarda? GUARDA -A carta de motorista.   Que carta poderia ser?  TITO -Ahn..essa não tenho não.   Num deu tempo  d'eu  cunprá  a carta ainda.  GUARDA -  Documento do carro?   TITO -  Que documento?   GUARDA - documento do carro. Documento que prova que o  carro é seu.     TITO- (ofendido)  Pelo amor  de  Deus!  O carro  não é meu! !!  É do  deputado Walter Menck. dono da maior fazenda por essas bandas,  trabalho prele e, pode perguntar lá em Itararé, todo mundo me cunhece.   GUARDA (já meio impaciente) -    Mas o senhor tem  que ter esse    documento, meu amigo. Quer dizer que não tem?   TITO -  Não sinhô.   Esse   documento, também num  tenho não. Mas assim que eu pudé eu compro  também.... GUARDA - (Indo a frente do caminhãozinho) - Acenda os faróis.   TITO - O sinhô vá  descurpá. O  faró da  esquerda  ta  queimado.   E o da direita sem luz.   Guarda -   O senhor não tem nem  para-choque!  è o que estou vendo. TITO - Não sinhô. Onde eu trabaio não precisa. Num tem-choque   cum nada. É na fazenda puxando as coisas de precisão. Buzina o senhor tem?    TITO -  Não sinhô.   Não tenho  também não.  Num vô  menti pro sinhô.   O senhor acha qui  eu  vô gastá  o  meu  dinheiro   com supérfu? Nem  que    apresente nota o   patrão não mi pagá!    GUARDA   (já meio irritado com tudo - Eu espero que pelo menos    breque o senhor tenha?  TITO - Se eu tivesse breque tinha parado lá atrás, como o senhor pediu Guarda  (já puto).   Não tem breque também, não é? Pois bem, o senhor não tem  carta, não tem  documento, não tem  farol, e  buzina, não  tem breque..Olha meu amigo, se eu for multar o senhor, nem vendendo esse caminhão vai dar pra pagar tanta multa.  Onde o senhor vai indo agora? Tito (calmo) Tó indo pesca uns peixinho no  Rio Verde , que fica logo ali ó.  GUARDA  (puto, mas muito compreensivo)  -  vamos fazer uma coisa. Faz de conta que eu não vi o senhor. Pode ir embora com esse "veículo" Se assim posso chama-lo!   TITO  (do seu  jeito  gaiato,   calmamente) - Então, seo guarda, me faz um favô.  Da uma empurradinha no bicho que eu tô sem bateria também ... Contava o  Tito Preto, que o guarda, numa boa, empurrou  sozinho o tal "Cabeça-de- cavalo". Chevrolet. 
Antonio Fazio.